domingo, 22 de novembro de 2015

O INÍCIO DO GOVERNO HUMANO


4º Trim. 2015 – LIÇÃO Nº 8 – O  INÍCIO DO  GOVERNO  HUMANO
O COMEÇO DE TODAS AS COISAS  Estudos  sobre  o  livro de  Gênesis

INTRODUÇÃO
Na sequência do livro do Gênesis, analisaremos hoje o estudo da primeira parte do capítulo 9, quando se institui a dispensação do governo humano.
No recomeço da humanidade, Deus entregou ao homem a administração da justiça.

I – O PACTO NOAICO
Deus havia destruído a humanidade com o dilúvio, mas havia poupado Noé e sua família, porque ele havia sido achado justo aos olhos do Senhor (Gn.7:1).
Quando o Senhor autorizou Noé e sua família a sair da arca, mais de um ano depois do início do dilúvio, Noé tomou a iniciativa de adorar a Deus, sacrificando animais limpos em gratidão pelo livramento de que fora alvo (Gn.8:20). É a primeira menção de sacrifício de adoração desde os dias de Caim. Assim, entende-se que esta prática foi perpetuada pela linhagem das pessoas de fé. Por causa desta iniciativa, o Senhor tomou a deliberação de nunca mais destruir a Terra com um dilúvio, tendo, então, Noé se tornado uma bênção para toda a humanidade (Gn.8:21,22).
Antes do dilúvio, Deus já havia dito que estabeleceria um pacto entre Deus e ele (Gn.6:18).
Deus sempre dá o primeiro passo em direção ao homem pecador, tendo por objetivo o restabelecimento da sua comunhão e salvação.
Ao mesmo tempo que Deus destruiria aquela geração rebelde antediluviana, faz um pacto com Noé, mantendo de pé a promessa da redenção feita ao primeiro casal, também indicando que se mudaria a dispensação, tratando o homem de um outro modo, forma, outra maneira.
 
OBS: Deus promete que este juízo esmagador não se repetiria, não até o juízo final (II Pedro 2:4-9).
Segundo Cyrus Scofield (1843-1921) conceitua dispensação como “um período de tempo durante o qual o homem é provado quanto à obediência a alguma revelação específica da vontade de Deus”. “cada dispensação pode ser considerada uma nova prova do homem natural, e cada uma termina em juízo, evidenciando o completo fracasso do ser humano.”
A dispensação, portanto, é uma forma de Deus administrar o Seu plano de salvação para a humanidade.
Observamos, portanto, que, mesmo mudando de dispensação o propósito de Deus é o mesmo, o de frutificação, multiplicação e enchimento da Terra. Deus não muda e nele não há variação de mudança (Ml.3:6; Tg.1:17).
 
OBS: Não podemos, de modo algum, querer “contextualizar” a Palavra de Deus, no sentido de entender que devam as Escrituras Sagradas adquirir novos significados e novos parâmetros por causa da “mudança dos tempos”. A Palavra de Deus não se altera por causa da passagem do tempo, pois ela permanece para sempre (I Pe.1:25).

Noé tinha o encargo de repovoar a terra, juntamente com a sua família, portanto, deveria atender a todos os propósitos divinos, que permaneciam os mesmos.
Deus não muda, isto não ocorre com o homem. Noé agora estava numa terra diferente, que, por causa do dilúvio, sofreu muitas alterações. 

1º) Haveria diversidade de climas, como também as estações do ano, já que a camada de águas que havia na atmosfera não mais existia, derramada que havia sido perante a superfície da Terra (Gn.8:22).

2º) Todos os animais teriam pavor e temor em relação ao homem, pois este permanecia tendo domínio sobre a criação terrena (Gn.9:2).
OBS: Tem-se aqui um distanciamento entre o homem e a natureza, conseqüência da intensificação do pecado.

3º) Além do pavor e temor, Deus, também, passava a autorizar o consumo de carne. O homem e outros animais (e até alguns vegetais) deixavam de ser herbívoros, para serem carnívoros e onívoros (Gn.9:3,4). No entanto, nesta modificação de dieta, o Senhor proibiu o consumo de sangue, onde estava a “vida” dos animais. O que se demonstrou posteriormente pela ciência, que 
mostra ser o sangue que leva o oxigênio e os nutrientes a todo o corpo, possibilitando a vida.
 
Obs: Esta proibição de ingestão de sangue nada tem que ver com a consideração do sangue como “alma” do corpo, como ensinam equivocadamente as Testemunhas de Jeová. A alma do homem é imaterial e, portanto, não se confunde com o sangue. A vedação diz respeito à alimentação e não transfusão de sangue. Porque tudo que representa a manutenção da vida é algo que deva ser prestigiado e defendido pelos servos do Senhor.
Além disto, a proibição do consumo do sangue era um indicador de como se daria a redenção da humanidade, pelo derramamento do sangue inocente da “semente da mulher”, que daria a sua vida pelo homem.


4º) O Senhor Se apresenta como o dono da vida, dizendo que o ser humano jamais poderia derramar o sangue de outro ser humano (Gn.9:6), ou seja, o Senhor toma para Si a aplicação da morte. Deus dá mais valor ao ser humano, do que qualquer outra criatura viva, porque o ser humano possui a imagem de Deus. A vida é algo dado pelo próprio Senhor (I Sm.2:6).

5º) Deus, ao excluir a vida do domínio humano, estava pondo os limites daquilo que viria a ser o “governo humano”.

6º) A frutificação tem a ver com o estabelecimento de uma comunhão com Deus, com a construção de uma vida agradável a Deus. Trata-se de produção do fruto do Espírito (Gl.5:22), de frutos de justiça (Fp.1:11).

7º) A multiplicação tem a ver com a reprodução, com o repovoar da Terra. Deus quer que as famílias tenham filhos.

OBS: Cuidado com a mentalidade de controle da natalidade, que tem raízes no “espírito do anticristo”.
O “pacto noaico” é chamado pelos doutores da lei judeus de “os sete preceitos dos descendentes de Noé”, onde estariam as bases e os parâmetros estabelecidos por Deus a toda a humanidade, as bases da ética e da moralidade. Tanto assim é que, quando do concílio de Jerusalém, tais preceitos foram reafirmados e ditos que deveriam ser seguidos por todos os cristãos (At.15:28,29).
Este pacto, segundo estes doutores da lei, continham as mesmas disposições que Deus havia dado ao primeiro casal no Éden, com a inclusão da proibição do consumo de carne, a nos mostrar,
uma vez mais, a imutabilidade da Palavra de Deus.

OBS: Ler o comentário escrito.
Ao delegar a administração da justiça ao homem, o Senhor mostra toda a Sua misericórdia e graça, abstendo-se de destruir toda a carne sobre a face da Terra, abrindo um tempo para que o homem tivesse a oportunidade de servir a Deus. A partir deste pacto, Deus somente atuaria pontualmente, quando a Sua longanimidade chega ao limite. Portanto, nesta última hora, devemos, sim, obedecer as autoridades, interceder diante de Deus por elas (I Tm. 2:1-3), porém jamais compactuar com medidas delas provenientes que afrontem a Palavra de Deus, que contrariem os princípios bíblicos, devendo neste caso, manter nossa obediência ao Senhor.
 
II – O SINAL DO PACTO NOAICO
Deus não iria falar com o homem apenas através da consciência, mas que se incluíam agora elementos objetivos, situados fora do ser humano. Foi dado um sinal cósmico para este pacto, a saber, o arco-íris, “o arco do Senhor posto na nuvem” (Gn.9:13). Para que o homem pudesse lembrar do que Deus havia prometido, que nunca mais destruiria a Terra com água.
O que é o arco-íris?
Também chamado arco-celeste, arco-da-aliança, arco-da-chuva, arco-da-velha) é um fenômeno óptico e meteorológico que separa a luz do sol em seu espectro contínuo quando o sol brilha sobre gotas de chuva. É um arco multicolorido com o vermelho no seu exterior e o violeta em seu interior; a ordem completa é vermelho, laranja,
amarelo, verde, azul, anil e violeta”.
Vemos, pela própria definição científica do arco-íris, que ele somente foi possível depois do dilúvio, vez que se trata de um fenômeno óptico e meteorológico que separa a luz do sol das gotas de chuva, ou seja, algo somente possível depois da modificação relativa ao ciclo da água ocasionado pelo dilúvio, com a extinção da camada de águas que havia na parte superior da atmosfera e que mantinha a Terra sob uma uniformidade climática.

CONCLUSÃO
Deus não estaria a consentir com o pecado, mas estaria a dar uma oportunidade de salvação ao pecador. Tanto, que não toleraria o pecado, determinando ao homem que elaborasse um sistema de administração da justiça, criando leis que levassem os homens, na sua convivência com o próximo a obedecer aos preceitos estabelecidos pelo próprio Deus.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia Online.
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Plenitude.
Dicionário online de Português.
Dicionário da Bíblia, Teologia e Filosofia – R.N. CHAMPLIN.
Dicionário wycliffe.
Comentário Bíblico Através da Bíblia (Gênesis) - Itamir Neves de Souza; John Vernon McGee.
Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento) - William Macdonald.
Pequena Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer – IBAD.
Lições Bíblicas CPAD – 4º Trimestre – 2015.
Revista Ensinador Cristão – nº 64 – CPAD.
O Começo de Todas as Coisas. Claudionor de Andrade – CPAD.
Portal EBD – Dr. Caramuru Afonso Francisco.
Consultas a sites de Estudos Bíblicos.

 


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