4º TRIM. 2015 – LIÇÃO
Nº 6 – O IMPIEDOSO MUNDO DE LAMEQUE
O Começo de Todas as Coisas – Estudos sobre o livro de Gênesis
INTRODUÇÃO
Na sequência do estudo do livro de Gênesis, estudaremos o
final do capítulo 4 até o capítulo 6.
I – A CIVILIZAÇÃO CAIMITA
Deixamos Caim, na lição anterior, saindo da presença de
Deus e indo habitar na terra de Node, que ficava na banda do oriente do Éden
(Gn.4:16). Apesar de lhe ter sido dado um sinal (Gn.4:15) que o impedia de ser
morto por quem o achasse, mostrava a grande misericórdia de Deus. Ele manteve
sua decisão de se esconder da face do Senhor (Gn.4:14). Indo morar na terra de
Node, que ficava da banda do oriente do Éden, era desse lado que se encontrava
a espada inflamada que impedia o acesso à árvore da vida (Gn.3:24), como que a
justificar que não havia mais solução para ele.
OBS: O
homem sem Deus e sem salvação, muitas vezes é convencido por Satanás que não há
mais solução para ele.
Trata-se de mais uma mentira
satânica, pois o apóstolo Paulo afirma que alcançou a salvação em Cristo (I
Tm.1:13-16) – onde abundou o pecado, superabundou a graça (Rm.5:20). Portanto,
não há limite para a ação da graça de Deus.
Caim casa-se, forma uma família e
tendo um filho (Gn.4:17). O filho de Caim chamou-se Enoque, cujo significado é
“iniciado”, “ensino”, “professor”, “treinado” e “dedicado”, segundo os
estudiosos.
Caim mostra, com a nominação de seu
filho, a intenção de dar início a uma geração que vivesse sem precisar de Deus,
que mantivesse Deus fora de sua mentalidade.
O sinal que Deus lhe havia dado, em
vez de levá-lo ao arrependimento, serviu para endurecer ainda mais seu coração e
aproveitar esta imunidade que lhe havia sido dada pelo Senhor para construir
uma descendência que o perpetuasse na face da Terra.
Caim, sabendo que não poderia mais
lavrar a terra, ante a maldição divina (Gn.4:11,12), resolveu edificar uma
cidade e temos aí a primeira cidade criada na história da humanidade, dando à
esta o nome de Enoque, dando início a uma posteridade que seria independente de
Deus.
Aparentemente, Caim foi bem
sucedido em seu intento. Sua descendência proliferou e a civilização foi
tomando forma (Gn.4:18). Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, “o
conjunto de aspectos peculiares à vida intelectual, artística, moral e material
de uma época, de uma região, de um país ou de uma sociedade”, é o
estabelecimento de um modo de viver por parte do ser humano.
Enoque teve como filho primogênito
a Irade, nome cujo significado é “fugitivo”, a reforçar a ideia de que este
povo viveria alheio ao Senhor, fugindo de Sua presença.
Irade, por sua vez, teve como
primeiro filho Meujael, cujo significado é “destruído de Deus” ou “ferido por
Deus”, mais um nome que indica a persistência da intenção de Caim em sua
linhagem, a mostrar uma mentalidade de descrença em Deus e de consideração de
que Deus não Se importava com o ser humano, não estava disposto a perdoá-lo.
Meujael teve como primogênito a
Metusael Seu significado é “homem de Deus” ou “homem de deus”, que Russell
Norman Champlin entende ser “…talvez alusivo ao antigo deus Selah, também
chamado Sin. Em tal nome, vemos, pela vez primeira, uma tendência de se
considerar o homem como divino, mais uma indicação de que se cria, na
civilização caimita, que o homem era “igual a Deus, sabendo o bem e o mal”. Era
o predomínio da autossuficiência, da crença de que se poderia viver sem Deus.
Metusael, por sua vez, teve como
primogênito a Lameque, que é considerado o protótipo, o ícone, o modelo de toda
esta civilização, tanto que foi escolhido para representar este povo no título
da lição. “Lameque” significa “poderoso”, “moço forte”, “selvagem”,
“derrubador”.
Lameque, como a quinta geração de
Caim foi de mal a pior.
por Deus – a família. Nesta nossa sociedade ou civilização
temos visto proliferar em nações que se dizem cristãs (algumas até se rotulam
como “pós-cristãs”), uma série de leis para destruir a instituição famíliar,
permitindo a união de pessoas do mesmo sexo, uniões alternativas ao casamento e
até defender a poligamia como algo normal, como é o caso de projetos de lei
existentes no Brasil, a chamada “união poliafetiva” e a própria
descriminalização do crime de bigamia, como consta no projeto de Código Penal
em tramitação no Congresso Nacional.
2º) Banalizou a violência para a vida
social (Gn.4:23). Lameque tornou-se um assassino contumaz, alguém que resolvia
seus litígios e desavenças com o derramamento de sangue. Não são diferentes os
nossos dias, que o próprio Senhor Jesus denominou de “os dias de Noé”
(Lc.17:26).
3º) Era autossuficiente, soberbo,
egoísta e individualista, mesmo conhecendo o ensino divino, pois gaba-se para
suas duas mulheres por ter matado duas pessoas (Gn.4:23).Alguns dizem que isso
era um poema para elas. Hoje em dia, vemos muitas pessoas desse mesmo tipo,
gabando-se com o que faz com os outros.
4º) Lameque põe-se no lugar de Deus e
encara uma sentença (Gn. 4:23,24). Ele rejeita que Deus é o dono da vida.
5º) Deus
quando coloca o sinal em Caim é porque o amava e tinha misericórdia dele.
Lameque conta os dois crimes comoum
“protegido”,” impune”, um valentão que se considerava maior que Deus, capaz de
ser mais protegido que Caim. Até que ponto chegou a descendência de Caim!
Flávio Josefo chega a afirmar que a posteridade de Caim se afundou em toda a
espécie de crimes, não se contentaram em praticar os crimes dos pais, mas
inventaram outros novos. Só havia entre eles assassinos e latrocínios, e os que
não mergulhavam suas mãos no sangue, estavam cheios de orgulho e avareza.
Lameque, teve como filho
primogênito a “Jabal”, nome cujo significado é “rio torrente” ou
“derramamento”. É apresentado como sendo “o pai dos que habitam em tendas e têm
gado” (Gn.4:20). Os caimitas, deixando as coisas espirituais de lado, não
querendo buscar a presença de Deus, focou toda a sua criatividade, toda a sua
racionalidade e inteligência nas “coisas da terra”, nas coisas materiais. Não
demorou para que alcançassem êxito em suas habilidades e invenções, com isso
teve um inegável desenvolvimento material.
Jabal deu início à mais ampla
domesticação dos animais e à instituição da pecuária como atividade econômica, promovendo
a domesticação de outras espécies animais. Como também providenciou a
tecnologia das tendas, permitindo condições melhores nos deslocamentos, já que
eram um povo nômade.
Mas Ada teve outro filho, chamado
“Jubal”, nome cujo significado é “torrente região úmida”, “música”, “riacho”.
Jubal é apresentado como sendo “o
pai de todos os que tocam harpa e órgão” (Gn.4:21) e o inimigo de nossas almas
era provavelmente o encarregado da música na dimensão celestial.
Zila, a outra mulher de Lameque,
teve como filho primogênito a Tubal-Caim, nome cujo significado é “tumulto, ferreiro”,
“produto de forjas”. Ele é chamado de “mestre de toda a obra de cobre e de
ferro”, ou seja, “pai da metalurgia”, “pai da tecnologia”.
O homem, criado por Deus como ser
pensante e inteligente, é capaz de criar uma “tecnologia”, ou seja, como diz o
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, “teoria geral e/ou estudo sistemático
sobre técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos de um ou mais ofícios ou
domínios da atividade humana.
O texto sagrado diz que Zila teve
uma filha, chamada “Naamá”, nome cujo significado é “agradável”, “doce”,
“deleite”, “prazer”. A tradição judaica identifica Naamá como a primeira
prostituta da face da Terra. Seu nome revela o protagonismo que tinha, a
civilização caimita, o prazer, a busca da satisfação dos desejos, dos
instintos, ou seja, uma civilização dominada pela concupiscência, pelos desejos
incontrolados, pela vontade da carne, algo típico de quem vive na carne.
Nas genealogias, os autores não enfatizam os nomes das mulheres, a não ser se tivesse algo relevante. Naamah, no hebraico é "A bela, a graciosa". No rodapé da Bíblia de Jerusalém, diz que Caim é o construtor da primeira cidade, o pai dos pastores, dos músicos, dos ferreiros e das meretrizes.
Nas genealogias, os autores não enfatizam os nomes das mulheres, a não ser se tivesse algo relevante. Naamah, no hebraico é "A bela, a graciosa". No rodapé da Bíblia de Jerusalém, diz que Caim é o construtor da primeira cidade, o pai dos pastores, dos músicos, dos ferreiros e das meretrizes.
II – A LINHAGEM DE SETE (OS FILHOS DE DEUS)
O primeiro casal teve um outro
filho, que foi dado por Deus em substituição a Abel. Este filho foi chamado de
Sete, cujo significado é “compensação”, “fundador”, “broto” ou “designado”.
Eva, mais uma vez atribuindo a Deus
a bênção da maternidade, disse que Deus lhe havia dado uma semente em lugar de
Abel. Vemos que, quando Sete nasceu, Caim já havia iniciado a sua civilização,
de modo que não chegou a conviver com Sete.
Não é de imaginar que, pelo próprio
nome dado a Sete, cria o primeiro casal que, com Sete, se renovaria a esperança
do cumprimento da vinda da “semente da mulher” que restabeleceria a comunhão
entre Deus e o homem.
Sete mostrou-se, mesmo, ser a
“compensação” da perda de Abel. Construiu uma vida que deu prioridade a Deus, buscou
servir ao Senhor, seguindo o exemplo de Abel e foi o primeiro homem a usar o
livre-arbítrio para servir ao Senhor.
Quando teve o seu primeiro filho,
deu-lhe o nome de Enos, cujo significado é “homem”, “humanidade”, “mortal”,
“decadência”, onde , a partir de então, se começa a invocar o nome do Senhor
(Gn.4:26).
Sete tinha mentalidade e
demonstração de buscar a Deus em primeiro lugar, já que fora criado a imagem e
semelhança de Adão (Gn. 5:3), sete tinha a confiança que dependemos de Deus. Enos
também é conhecido como o “primeiro amante da esperança”.
Sete demonstrou, assim, ter não
somente crido na promessa da redenção, mas ter despertado a esperança de seu
cumprimento, que poderia ser o seu filho Enos, daí ter lhe dado o nome de
“homem” ou de “mortal”. Criando seu filho nesta esperança, começou a construir
uma linhagem de pessoas piedosas, uma civilização que punha Deus em primeiro lugar
na vida, que entendia que a vida só tem sentido se houver um relacionamento com
Deus, se se buscar superar esta existência terrena mediante uma eternidade
juntamente com o Criador.
Sete dá, assim, origem ao primeiro
povo de Deus. Um povo que aceitava o
senhorio divino, a prioridade espiritual sobre a vida material, um povo que
busca estar com o seu criador e obedecê-lo.
Enos teve como filho primogênito a
Quenã (Gn.5:9), nome cujo significado é “fixo”, “adquirido” ou “gerado”. Temos
aqui a ideia de que os filhos são “herança do Senhor” e de que havia uma
intenção de se buscar sempre a presença do Senhor, de tudo se atribuir a Deus.
O filho primogênito de Quenã foi
Maalalel, cujo significado é “louvor de Deus”, a reafirmar o intento de se
construir uma civilização baseada no senhorio de Deus, para louvor e adoração.
Maalael teve como filho primogênito
Jarede, cujo significado é “descida”, “terra baixa”, que dá a ideia da incapacidade
humana e da absoluta necessidade de Deus. Também fala da humildade. O Senhor
Jesus disse: aprendei de mim que sou manso e humilde de coração (Mt.11:29).
Jarede teve como filho primogênito
Enoque, que significa “iniciado”, “ensino”, “professor”, “treinado” e “dedicado”.
Ao contrário do primogênito de Caim, tem o início da comunhão com o Senhor. Na
sexta geração da linhagem de Sete, chegava-se a uma intimidade com Deus, pois o
texto sagrado diz que “Enoque andou com Deus” (Gn.5:22).
Muito provavelmente, neste período os
filhos de Sete começam a ser contato com os filhos de Caim, que os dois povos
iniciam uma mistura (Gn.6:1), porém Enoque continuou firme, andando com Deus,
não abandonando os princípios estabelecidos desde Sete.
Enoque é o primeiro profeta (Jd.14,15),
aquele que foi o primeiro porta-voz do Senhor. Viveu ele, trezentos e sessenta
e cinco anos sobre a face da Terra e não foi mais visto, pois Deus o tomou para
Si (Gn.5:23,24). Enoque foi trasladado para não ver a morte, pois alcançou
testemunho de que agradara a Deus (Hb.11:5,6).
III – A DEGENERAÇÃO
COMPLETA DA HUMANIDADE
1º) O
primeiro resultado da miscigenação foi o abandono dos princípios piedosos da
linhagem de Sete e a absorção da mentalidade materialista e profana da linhagem
de Caim. O resultado de tudo isto, foi o Senhor estabelecer um limite de idade
de vida para os homens (Gn.6:4).
2º) Admiração pela valentia, pelo uso
da violência. Os gigantes varões de fama (Gn. 6:4) era a prevalência do terreno
sobre o celestial. Não pode haver comunhão entre luz e trevas (II Co.6:14).
4º) Este estado de coisas motivou o
juízo divino. Mas Noé achou graça aos olhos do Senhor (Gn.6:8), porque era
varão justo e reto, seguindo o exemplo de Enoque, o pregoeiro da justiça (II Pe.
2:5).
5º) Durante cem anos, Noé pregou,
visto que tinha quinhentos anos quando o Senhor lhe falou e quando veio o dilúvio,
ele estava com seiscentos anos.
CONCLUSÃO
Vivemos nos dias de Enoque e Noé.Tempos
difíceis! Que possamos estar firmes na presença do Senhor, para não sermos
pegos de surpresa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia Online.
Bíblia de Estudo
Pentecostal.
Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo
Plenitude.
Dicionário online de
Português.
Dicionário da Bíblia, Teologia e
Filosofia – R.N.
CHAMPLIN.
Dicionário wycliffe.
Comentário
Bíblico Através da Bíblia (Gênesis)
- Itamir Neves de Souza; John Vernon McGee.
Comentário
Bíblico popular (Antigo Testamento) - William Macdonald.
Pequena Enciclopédia Bíblica –
Orlando Boyer – IBAD.
Lições Bíblicas CPAD – 4º Trimestre – 2015.
Revista Ensinador
Cristão – nº 64 – CPAD.
O Começo de Todas as Coisas.
Claudionor de Andrade – CPAD.
Portal
EBD – Dr. Caramuru Afonso Francisco.
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