domingo, 3 de janeiro de 2016

ESCATOLOGIA, O ESTUDO DAS ÚLTIMAS COISAS



1º TRIM. 2016 – LIÇÃO Nº 1 –  ESCATOLOGIA, O ESTUDO DAS ÚLTIMAS COISAS
O FINAL DE TODAS AS COISAS – Esperança e glória para os salvos

 

INTRODUÇÃO AO TRIMESTRE



Estamos iniciando mais um ano letivo da Escola Bíblica Dominical e neste primeiro trimestre, teremos um “trimestre temático” – Escatologia, que é a doutrina das últimas coisas. Um assunto de grande relevância para a Igreja, sendo uma rara oportunidade para reavivarmos entre os crentes o interesse pelas coisas que brevemente hão de acontecer, impedirmos que se apague a chama da esperança da volta de Cristo, impulsionando-os a realizarem a obra deste tempo do fim e se prepararem para encontrar com o seu Senhor nos ares. Também nos mostra que Deus está no pleno controle de todas as coisas e por isso, podemos confiar totalmente n’Ele.
Quando os crentes ficaram perplexos, olhando para o céu, após a ocultação da figura física de Jesus, de imediato o Senhor mandou dois anjos para lembrar àqueles discípulos que aquele Jesus, que havia acabado de retornar aos céus, haveria de voltar da mesma forma que havia subido para a glória (At.1:11). Sabemos que sem a perspectiva da volta de Cristo, não há esperança para o crente, não há sentido em nossa vida espiritual, a nossa adoração a Deus perde a razão de ser. É por este motivo, que o nosso adversário tem procurado, de todas as formas, retirar dos púlpitos as mensagens em torno deste assunto, como também levantado inúmeras seitas e heresias cujo intento é, alterar e distorcer a verdade a respeito da doutrina das últimas coisas, visando, assim, estabelecer um ambiente de confusão e de desesperança entre os crentes.
Este trimestre pode ser dividido em quatro blocos.
1) Uma introdução ao tema, com o estudo dos aspectos gerais da doutrina das últimas coisas (lição 1).
2) Diz respeito aos eventos escatológicos concernentes à dispensação da graça e à Igreja, abrangendo os fatos que estão profetizados ainda durante a presença da Igreja na Terra e os eventos que ocorrerão com a Igreja após o arrebatamento. Este bloco contém as lições 2 a 7, onde estudaremos os sinais da volta de Cristo, a necessidade da esperança do retorno de Cristo e da vigilância por parte dos salvos, o arrebatamento, as bodas do Cordeiro e o Tribunal de Cristo.
3) Diz respeito aos eventos escatológicos que não dizem respeito à Igreja mas que envolvem tanto judeus quanto gentios (lições 8 a 11), quando estudaremos a respeito da Grande Tribulação, da vinda de Jesus em glória, do Milênio e do juízo final.
4) Abrange as lições 12 e 13, onde estudaremos sobre a consumação de todas as coisas, falando dos novos céus e da nova terra e do destino final dos mortos.

A capa da revista apresenta-nos:

  • Um relógio
A nos mostrar que está se aproximando a última hora, a nos lembrar o que nos fala o apóstolo João em sua primeira epístola (I Jo.2:18), quando nos alerta que já estamos na última hora, ou seja, que a volta de Cristo é Próxima, que todos os salvos precisam estar preparados, pois os sinais apontados pelo Senhor Jesus estão se cumprindo, a nos mostrar que, muito breve, o Senhor virá buscar a Sua Igreja desencadeando os últimos eventos preditos.

  • Um anjo tocando uma trombeta.
A nos dizer que em breve a trombeta soará, como nos mostra (I Ts. 4:16).

O comentarista do trimestre:

Pastor Elinaldo Renovato de Lima – presidente das Assembleia de Deus em Parnamirim/RN.
 
LIÇÃO 1 – ESCATOLOGIA, O ESTUDO DAS ÚLTIMAS COISAS


INTRODUÇÃO
Estudaremos nesta lição sobre a doutrina das últimas coisas a Escatologia, que são os ensinos bíblicos a respeito dos “últimos dias”, compreendidos entre o tempo a partir da vitória de Cristo sobre a morte e o pecado, e os fatos subsequentes até o final da história humana.
A promessa da volta de Cristo e o fim do atual período da dispensação da graça é a profecia mais repetida no Novo Testamento.
Devemos, portanto, ao estudar a doutrina das últimas coisas, não nos deixar levar pela curiosidade pura e simples, nem enxergá-la como um exercício de futurismo ou de adivinhação, mas como um eficaz e necessário instrumento para que venhamos servir a Deus com mais fé, esperança e disposição.

I – ESCATOLOGIA – A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS

1.1.    Definição

GREGOEscathos = últimas coisas  
logos ou logia =estudo” ou “tratado”.

Portanto:“Estudo das últimas coisas”.

1.2. Objetivos:
·   Mostrar o que está prestes a acontecer.
·   Preparar o crente para encontrar-se com o Senhor.
·   Tranquilizar o povo de Deus quanto aos últimos acontecimentos.
·   Alertar a todos que o noivo está chegando.

O estudo das últimas coisas tem uma profecia chave nas Escrituras. Para estudarmos e entendermos os últimos eventos, precisamos nos prender a esta profecia que é a base, a estrutura de tudo o que vai acontecer nos últimos dias: a profecia das setenta semanas de Daniel (Dn.9: 24-27). Esta profecia revela o futuro de Israel.
Não é nosso objetivo, até porque não é este o tema de estudo nesta lição, dissecarmos a profecia das setenta semanas de Daniel, mas de demonstrar que é a partir do que está nesta profecia que devemos compreender as profecias bíblicas ainda não cumpridas.
A profecia das setenta semanas inicia-se com o término do cativeiro da Babilônia, que era o objeto da preocupação e indagação do profeta Daniel.

Como sabemos, as setenta semanas de Daniel são divididas em três grupos:

1) Um grupo de 7 semanas –  A revelação dada ao profeta estabeleceu que haveria uma ordem para a restauração e edificação de Jerusalém e que, a partir desta ordem, haveria um tempo de sete semanas para o término da obra. Efetivamente, da ordem dada por Ciro para a reconstrução de Jerusalém (II Cr.36:22,23 e Ed.1:1) até o término da obra por Neemias (Ne.6:15), houve um período de 49 anos, ou seja, sete semanas de anos cumpridos (7X7= 49 anos).

2) Um grupo de 62 semanas – A profecia fala de “sessenta e duas semanas” até a vinda do Messias. Se verificarmos os episódios históricos, vemos que, entre a reconstrução de Jerusalém, terminada por Neemias, e a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, passaram-se 434 anos, ou seja, 62 semanas de anos cumpridos (62X7 = 434 anos).

A profecia diz que o Messias seria tirado e não seria mais (Dn.9:26). Isto se cumpriu literalmente, pois, os judeus rejeitaram Jesus, mandando-o à crucificação (Mt.27:23-26), havendo a interrupção do relacionamento entre Deus e o povo judeu, que Paulo, em sua carta aos Romanos, figura como sendo a quebra dos ramos naturais da oliveira e o enxerto do zambujeiro (Rm.11:17-32). Há uma parada na

profecia das setenta semanas, pois surge um período de tempo que não se refere ao povo de Israel (a profecia diz respeito a Israel - Dn.9:24), que é o período chamado de “dispensação da Igreja” ou “dispensação da graça”.

3) Um grupo de uma semana – A última semana de Daniel que está para acontecer 7X1 = 7 anos não cumpridos).
Portanto: (7 semanas + 62 semanas = 69 semanas + 1 semana = 70 semanas).

Em razão da interpretação da profecia de Daniel, nós temos linhas de pensamento diferentes.

II – AS LINHAS DE PENSAMENTO DA ESCATOLOGIA NA HISTÓRIA DA IGREJA
O período da última semana de Daniel (Dn.9:27), tem sido conhecido pelo nome de “Grande Tribulação”, expressão tirada de Ap.7:14, qualificada como um “tempo de angústia que nunca houve” (Dn.12:1).
Toda a divergência está na última semana de Daniel. Para alguns intérpretes, esta última semana estava relacionada com a destruição do templo de Jerusalém, outros dizem ainda que estaria relacionada com a profanação do templo pelo rei Antíquo Epifânio, ainda no período intertestamentário (antes do nascimento de Jesus). Portanto para muitos, esta semana já aconteceu (Preteristas). Só que isto não é verdade, pois Jesus no Sermão Profético (Mt.24:15) fala deste episódio como algo futuro. Os Históricos dizem que se cumpriram a maior parte dos fatos. Os Simbolistas dizem que são apenas simbologia, alegoria. Muitos entendem que esta última semana de Daniel ainda está para acontecer (Futuristas). Portanto, basicamente, três têm sido os pensamentos a respeito de quando ocorrerá este período, a saber:

a) Pré-tribulacionismo – é a linha de pensamento que entende que a Grande Tribulação ocorrerá imediatamente após o arrebatamento da Igreja, ou seja, a Igreja não passará pela Grande Tribulação. É a posição oficial das Assembléias de Deus. O item 11 do Cremos das Assembleias de Deus é bem claro a este respeito: “Cremos: Na Segunda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira - invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação; segunda - visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos. (1Ts 4.16. 17; 1Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5 e Jd 14)”.

b) Mídi-tribulacionismo – é a linha de pensamento que entende que metade da Grande Tribulação (Dn.9:27) ocorrerá antes do arrebatamento da Igreja, ou seja, a Igreja não passará pela segunda metade da Grande Tribulação. É a posição que tem sido assumida no período recente por diversos estudiosos da Bíblia, inclusive ensinadores vinculados às Assembléias de Deus.

c) Pós-tribulacionismo – é a linha de pensamento que entende que a Igreja sofrerá toda a Grande Tribulação, negando até a existência do arrebatamento da Igreja como um evento separado da vinda de Jesus em glória. Isto ocorreria quando Jesus viesse livrar a Israel. É a posição oficial dos movimentos adventistas.

Além dessa discussão, há, ainda, uma outra discussão a respeito do reino milenial de Cristo, um elemento central da escatologia do Antigo Testamento que era o estabelecimento do reino do Messias em Israel. Este é tratado em Ap. 20:2-4. Surgiram, também, três linhas de pensamento a respeito do milênio:

a) Pré-milenismo – é a linha de pensamento segundo a qual o reino milenial de Cristo é anterior ao julgamento final e ao fim da história humana, ou seja, antes do fim deste mundo, Cristo ainda reinará mil anos sobre a Terra. É a posição oficial das Assembléias de Deus.
b) Pós-milenismo – é a linha de pensamento segundo a qual o reino milenial de Cristo é posterior ao julgamento final e ao fim da história humana, ou seja, o milênio, na verdade, é o estado eterno, o novo céu e a nova terra onde habita a justiça, sendo a expressão “mil anos”, pois, metafórica, que significa a eternidade. É a posição dos movimentos adventistas.
c) Amilenismo – é a linha de pensamento segundo a qual o reino milenial de Cristo é a própria dispensação da Igreja, ou seja, o reino de Cristo é o domínio da Igreja sobre o mundo, o triunfo da evangelização. Quando todos os homens se converterem, virá o fim da história. É a posição oficial da Igreja Romana.


III – A NECESSIDADE DO ESTUDO DA DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS

Este estudo é necessário porque:

1) Deus não faz coisa alguma sem qualquer propósito ou finalidade (Ecl.3:1).

2) Deus está no cotrole de tudo, Ele é o Senhor de todas as coisas (Sl.24:1; Hb.1:3).

3) Deus permite ao homem que tome uma decisão consciente a respeito de seu destino eterno (Rm.1:19).

4) Deus revela, nas profecias, os Seus propósitos, os Seus objetivos e para onde deve o homem caminhar se quiser agradá-l’O (Jo.16:13).

5) Deus nos faz ter discernimento a respeito dos fatos que ocorrem à nossa volta (I Co.2:15).

6) O próprio exemplo das Escrituras, que nos indicam a necessidade do ensino desta doutrina à Igreja.
7) Para que o crente não deixe de dar prioridade às coisas celestiais.

CONCLUSÃO
Como já dissemos neste estudo, a doutrina das últimas coisas nos faz compreender a soberania divina e vemos que Deus é o Senhor eterno de todas as coisas. A palavra profética, ou seja, a doutrina das últimas coisas tem em sua finalidade  consolar o crente, dá sentido e razão de ser para os sofrimentos, e perseguições sofridas pelos cristãos e por fim, dá ao crente o que Pedro denominou de “ânimo sincero” (II Pe.3:1).  Por isso, a palavra do crente que conhece Escatologia só pode ser a veiculada por Paulo: “maranata”, ou seja, ora vem, Senhor Jesus!!!


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