domingo, 30 de agosto de 2015

A CORRUPÇÃO DOS ÚLTIMOS DIAS


     3º TRIM. 2015 – LIÇÃO Nº 9 – A CORRUPÇÃO DOS ÚLTIMOS DIAS

     A Igreja e o seu Testemunho – As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais

INTRODUÇÃO 
Seguindo o estudo da Segunda Epístola de Paulo a Timóteo, estaremos analisando nesta presente aula o terceiro capítulo, onde o apóstolo Paulo começa a dizer a seu filho na fé a respeito de como seriam os últimos tempos, a dispensação da graça.

I – DEFINIÇÕES DOS TERMOS

·  “Corrupção”

1.1. Definição Linguística.
O termo “corrupção” vem do latim, “corruptione”, e a definição segundo o dicionário Aurélio é “ato ou efeito de corromper; decomposição, putrefação”. Já no dicionário online: “devassidão, depravação, perversão”.

1.2. Definição Teológica.
Já Orlando Boyer relaciona as palavras “corrupção”, “corruptível” e “corrupto”, ao que é “corrompido, podre, depravado, pervertido, sujeito a putrefação, algo desmoralizado” (96, p. 201).

1.3. Definição Bíblica.
·         No Antigo Testamento:
a) A decadência do corpo – corrupção física (Sl 16.10);
b) Os defeitos físicos em algum animal, que o tornavam impróprio para ser sacrificado – corrupção cerimonial (Lv 22.20-23);
c) A ruína moral causada pelo pecado – corrupção moral (Dt 9.12);
·         No Novo Testamento:
Encontramos as palavras gregas “phthora” e “diaphthora”, ambas traduzidas por “corrupção”.
a) “phthora” – Aparece por nove vezes denotando a decadência do corpo físico (1 Co.15:42,50); do universo físico (Rm. 8:21); da moral e religiosidade (1 Pe. 1:4; 2:9) (CHAMPLIN, 2013, p. 934).
b) “diaphthora” – Aquela destruição que é efetuada pela decomposição do corpo físico efetuada pela ação dos vermes no sepulcro após a morte (Jo. 11:39).

1.4. “A expressão 'últimos dias”
Abrange todo o intervalo entre o primeiro advento de Cristo, e o seu advento final, designado como o fim dos séculos (1Co. 10:11).

1.5. Tempos trabalhosos (II Tm 3.1).
Da expressão 'tempos difíceis', no grego, temos o adjetivo “chapelos”, que significa 'difícil', 'árduo', dando a entender um período de 'tensão', de 'maldade'; serão tempos difíceis de suportar, perigosos e problemáticos para a igreja em geral (CHAMPLIN, 2014, p 502. “A heresia do gnosticismo era 'suave', quando contrastada com as heresias futuras que antecedem a segunda vinda de Cristo, pois haverá uma apostasia de proporções gigantescas. A era da igreja está repleta de movimentos perigosos que, pelo fato de o fim estar se aproximando, estão ganhando força (MT. 7:15; 24:11,12,24; 2Pe. 2:1,2).

II– OS ÚLTIMOS TEMPOS
O apóstolo Paulo revela a Timóteo algo que havia recebido diretamente do Senhor a respeito dos últimos tempos, quando as coisas se tornarão piores à medida que o fim se aproxima e que a Igreja iria conviver com uma degeneração cada vez maior da humanidade, e com isto o aumento do pecado no mundo. Por isto, a igreja deveria estar alerta para não se deixar abater com tais acontecimentos. 
Ao escrever a Timóteo: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos trabalhosos” (2 Tm. 3:1), o que parece, é que o apóstolo acreditava que vivenciava os últimos dias e o diagnóstico que ele dá em relação a sociedade, é muito triste. Nós estamos vivenciando este tempo de Paulo, só que com mais intensidade.

Ele descreve estes últimos dias como:

a)  Difíceis para serem vividos (duros, furiosos e violentos);
b) Uma época de terrível florescimento do mal, em que todos os alicerces morais são sacudidos. Uma confrontação com as forças do mal, como se o mundo se tornasse ainda mais mundano, isto porque:
·         O mundo tem menos acesso a Deus;
·         Multiplica-se o pecado;
·         O desamor é uma constante;
·         Têm surgido no meio do povo de Deus, enganadores;
·         Estão mercantilizando a fé ...
A sociedade está caminhando a passos largos para o auge da corrupção, aos poucos, está se degenerando; o sistema está pervertido e corrompido. Há pessoas que mostram em seus comportamentos que a corrupção está em todas as esferas.
Vejamos as características dos tempos trabalhosos, associando aos comportamentos dos indivíduos, elencados pelo apóstolo Paulo nesta segunda carta a Timóteo:

Comportamentos:

1) Relacionados à Conduta Moral
“... amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, ingratos, profanos, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos...” (2 Tm. 3:1-3).

a) Amantes de si mesmos – Pensam apenas em si próprios, não levando em conta nem o Senhor, nem o próximo, egoístas.
Esta é uma característica marcante dos dias em que estamos vivendo. O individualismo tem alcançado níveis nunca antes alcançados. As pessoas pensam em si mesmos, inclusive em ações que exigiriam a presença de mais de uma pessoa (Ex: homossexualismo). Veem a vida terrena apenas como uma oportunidade de satisfação de seus próprios desejos, como ocasião para prevalecer sobre os outros.

b) Avarentos – Querem tudo para si mesmos, nenhuma soma de dinheiro os satisfaz, são cheios de orgulho do que fazem e têm gosto especial pela própria imagem, achando que um homem pode ser melhor que outro em essência, gananciosos. Quando olhamos para a humanidade, vemos que o grande problema se encontra no amor ao dinheiro, desta avareza, tais como o tráfico de drogas, o tráfico de pessoas, o tráfico de armas, as desigualdades sociais crescentes e tantos outros problemas terríveis de nosso tempo.

c) Presunçosos (jactanciosos) – Refere-se às pessoas que proclamam virtudes que não têm que se apresentam mais fortes, mais sábias, mais ricas do que na verdade são.

d) Soberbos – Arrogantes, autosuficientes, aqueles que têm mania de grandeza e veem a si mesmos como superiores aos demais, nutrindo certo desprezo por todos, exceto por si próprios (nariz empinado). Essas pessoas na igreja, veem as demais como concorrentes.  

e) Blasfemos – Pessoas que desandam a boca para falar, criticar contra DEUS e contra o próximo, zombam de Deus e escarnecem do próximo com suas palavras carregadas de veneno. 

f) Ingratos – Refere-se às pessoas que não reconhecem sua dívida com DEUS e com o próximo.

g) Profanos – Homens que não respeitam o que é sagrado, que não consideram que as coisas referentes a Deus devem ser respeitadas. “Indecentes”, ou seja, o indivíduo que vive abertamente no pecado sem qualquer recato ou pudor. Trata-se daquela pessoa que já perdeu a vergonha e cujo único objetivo de vida é satisfazer seus desejos.

h) Caluniadores – Que atacam a honra do próximo, que fazem acusações falsas ao outro, única e exclusivamente para que o “eu” prevaleça, para que o próximo deixe de ser um obstáculo à satisfação dos seus
próprios interesses. É o pecado de espalhar contendas, disseminar intrigas, jogar uma pessoa contra a outra, cavar abismos nos relacionamentos. Esse é o pecado que Deus mais abomina (PV. 6:16-19). Um caluniador destrói o maior patrimônio que uma pessoa tem: seu nome.

i) Incontinentes - Quem não se contêm, que são escravos de seus instintos, que são atraídos e engodados pela sua própria concupiscência, ou seja, pelos desejos pecaminosos e carnais incontrolados. “Sem domínio próprio”. São os indivíduos escravos de si mesmos. Dominados por suas paixões, desejos e vícios, são escravos da ira, da língua, do sexo, das drogas.
Não é à toa que vivemos dias do hedonismo, ou seja, que se deve desfrutar ao máximo de todos os prazeres oferecidos, que a vida só vale a pena se for “intensamente vivida nesta dimensão terrena”.

j) cruéis – O ser humano não tem qualquer piedade do próximo. Trata-se de homens “…rudes, embrutecidos, indomados, incivilizados, desumanos…”

k) Sem amor para com os bons – Odeiam pessoas e coisas boas; são avessos a qualquer forma de bondade.

l) Traidores – Pessoas entreguistas, em quem não se pode confiar (fofoqueiras). Não cumprem os compromissos assumidos com o próximo, razão pela qual são traidores, agindo apenas em função do próprio interesse, da obtenção de vantagens para si mesmos .

m) Obstinados – Pessoas precipitadas, imprudentes, aventureiras, irredutíveis, agem precipitadamente e movida por motivos equivocados.

n) Orgulhosos – Isto  nos reporta à primeira característica. Como os homens são amantes de si mesmos, eles são orgulhosos, ou seja, “…cheios de si (I Tm. 3:6; 6:4).

2) Relacionado a parte Familiar
“...desobedientes a pais e mães...” (2Tm 3.2).

3) Relacionado a parte sentimental
“... sem afeto natural...” (2Tm 3.3).

a) Sem afeto natural -  Insensível.

4) Relacionados a parte Religiosa
“... irreconciliáveis, mais amigos dos deleites, aparência de piedade...” (2 Tm. 3:3-5).

a) Irreconciliáveis (implacáveis) – Significa “sem trégua, sem acordo, sem perdão”, cujo ódio arde como fogo. Trata-se de uma ira que não cessa de arder. No grego “aspondos” pode significar duas coisas. Pode referir-se ao homem que abriga um ódio tão profundo e implacável que nunca chegará a um acordo com quem tem discutido. Ou pode significar que o homem tem tão pouca honra que chegará a romper e desconsiderar os termos de um acordo.

b) Mais amigos dos deleites do que amigos de Deus –  Vivem para satisfazer os desejos da carne. Fazem da vida uma corrida desenfreada em busca do prazer imediato.
O lazer, a diversão, o culto ao corpo e o culto ao estômago estão tomando o lugar de Deus na sociedade contemporânea. A televisão, o cinema, o futebol, os salões de jogos, a internet estão ocupando a mente e o tempo dos crentes.

c) Aparência de piedade – Paulo diz que estes homens, apesar de todas estas características, têm aparência de piedade. Vemos aqui que a religiosidade é um grande fator de engano para o ser humano. Muitas pessoas podem professar uma religião, apresentarem-se como piedosas, mas, na verdade, terem todas estas características, demonstrando, com absoluta clareza, que estão distantes de Deus e que caminham para a perdição.

Não podemos nos deixar levar pela aparência, mas devemos nos guiar pela reta justiça, a Palavra de Deus (Jo.7:24). Muitos são lobos devoradores vestidos de ovelhas (Mt.7:15) e os reconheceremos pelos frutos que produzem (Mt.7:16-20), e é por isso que devemos sempre estar atentos para a conduta e comportamento de cada um para que possamos nos afastar daqueles que apresentam as características dos incrédulos, daqueles que recusam o Evangelho, embora possam até pregá-lo hipocritamente.
Pode-se explicar essa passagem tanto literalmente: se intrometem desordenadamente e andam vagando de casa em casa por interesse (…). Ou, por casa, pode ser entendido metaforicamente, a consciência.(…). Portanto, aqueles que se introduzem nas casas são os que astutamente querem saber os segredos da consciência para enganar os outros…”. Cita-se as mulheres, pois são mais emoções, sensíveis.

5) Relacionados a parte Teológica
“... nunca podem chegar ao conhecimento da verdade...” (2 Tm. 3:7).
6) Relacionados a parte política
“... resistem à verdade, sendo homens corruptos...” (2 Tm. 3:8)
Pessoas que agem assim como Janes e Jambres, que são os magos que resistiam no Egito a Moisés. “…À luz da tradição judaica, [Paulo] cita o exemplo dos dois líderes entre os magos que, sejam quais forem seus verdadeiros nomes, eram conhecidos pelos judeus  como ‘Janes e Jambres’ (provavelmente do aramaico: ‘o que seduz e o que provoca rebelião’). O apóstolo tinha em mente a seguinte comparação: Assim como Janes e Jambres se opuseram a Moisés, o representante de Deus, assim também estes líderes corruptos se opõem à verdade de Deus como revelada em Sua Palavra.

CONCLUSÃO
I Pe. 4:17 – “Já é tempo que o julgamento comece pela casa de Deus e se primeiro começa por nós, qual será o fim dos que são desobedientes.”

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia Online.
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Plenitude.
Dicionário online de Português.
Dicionário Aurélio
Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia – R.N. CHAMPLIN.
Dicionário wycliffe.
Dicionário Teológico – Claudionor Corrê Andrade – CPAD.
Pequena Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer – IBAD.
Lições Bíblicas CPAD – 3º Trimestre – 2015.
Revista Ensinador Cristão – nº 64 – CPAD.
As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais. Elinaldo Renovato de Lima. CPAD.
Portal EBD – Dr. Caramuru Afonso Francisco.
                 EV. Luiz Henrique de Almeida Silva.
Consultas a sites de Estudos Bíblicos.


domingo, 23 de agosto de 2015

APROVADOS POR DEUS EM CRISTO JESUS

3º TRIM. 2015 – LIÇÃO Nº 7 – APROVADOS POR DEUS EM CRISTO JESUS

A Igreja e o seu Testemunho – As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais

 

I – INTRODUÇÃO
Na sequência do estudo da Segunda Epístola de Paulo a Timóteo, analisaremos hoje o segundo capítulo.
Quando Paulo fica sabendo, talvez, por Onesíforo que Timóteo estava desanimado, Paulo então, passa a dar instruções a seu amado filho na fé, a fim de que ele pudesse seguir o bom caminho e não se intimidar diante dos problemas internos (gnósticos) e externo (Nero) que estava passando na liderança da igreja.
II – PAULO PROSSEGUE AS ORIENTAÇÕES A TIMÓTEO
a)   Fortifica-te – grego = “endunamoo” = fortificar, revigorar, receber energia, adquirir forças.
      Fortalecimento do homem interior, a fim de que o indivíduo esteja qualificado para a luta externa.
      Na graça = favor imerecido.
      Cristo Jesus é a fonte originária da nossa força       espiritual. Essa força nos é dada através da comunhão com Cristo.
Confia-o – grego = transmite, por defronte, entrega-a, confiar-a.
A medida que as nossas provações aumentam, precisamos nos tornar mais fortes no que é bom (nossa fé mais forte, nossa resolução mais forte, nosso amor a Deus e a Cristo mais forte.
Timóteo deveria permitir que a graça que há em Cristo Jesus, nele operasse de modo a que se fortalecesse, retomasse o bom ânimo e prosseguisse seu ministério, apesar de todas as dificuldades.

b) Timóteo deveria, então, sem medo, pregar o Evangelho e confiar a Palavra de Deus a homens fiéis, que fossem idôneos para também ensinarem a outros.
Homens fiéis – grego = pistos = digno de confiança, fiel; inspirador de confiança, homens espiritualmente qualificados.
Idôneos – grego = ikanos = adequado, apropriado, apto, competente e suficiente.

c) Comunhão que deve haver entre os salvos em Cristo e entre os salvos e seu Senhor – é comunhão integral, envolvendo não só a santidade e o desfrute das bençãos espirituais (Ef. 1:3), como também as aflições sofridas pelo Senhor Jesus no seu ministério terreno.
Como bom soldado = metáfora militar; preparado e treinado.
Cristo Jesus é o capitão, aquele que nos dá a orientação. Devemos seguir as pisadas de Jesus (I Pe. 2:21), pois o bom soldado de Cristo não pode se embaraçar com os negócios dessa vida, mas agradar aquele que o alistou para a guerra (II Tm. 2:4).  Além disso, pensar nas coisas de cima (Cl. 3:1-3) e lutar contra as hostes espirituais da maldade (Ef. 6: 12,13).
d) Paulo fala a Timóteo, que ele como um atleta, deveria se esforçar para terminar sua carreira, completar a prova, afim de que pudesse alcançar o prêmio e se não obedecer as normas estabelecidas, não recebe o louro do vencedor.
e) Além de soldado e/ou atleta, Paulo diz a Timóteo que ele
deveria ser, também, um lavrador, pois o lavrador deve ser o primeiro a gozar dos frutos (II Tm.2:6).
Pode ser aplicado incluindo a remuneração e o sustento, mas aqui se destaca o benefício espiritual, pois o ministro deve primeiramente ter a comunhão com Deus para que, então, possa ministrar a Palavra aos outros. Assim como o lavrador é o primeiro a gozar dos frutos que plantou, o ministro deve ser o primeiro a ser alimentado pela Palavra de Deus, a desfrutar da bênção da santificação, para que, então, possa ministrar aos outros. Não é à toa que o escritor aos hebreus diz que a Palavra de Deus é uma espada de dois fios: primeiro tem de cortar o ministrante, para só, então, atingir os demais.
Trabalha – grego = kopiao = cansar-se, trabalhar arduamente.
Labor exaustivo que cansa o corpo. Sua raiz é kopus que quer dizer pancada, golpe.
Considera – grego = noeo = levar em conta, meditar acerca de. Pois o Senhor está sempre pronto a nos dar a compreensão.

f) O ministro, para ser o exemplo dos fiéis, precisa seguir o exemplo de Jesus. Se formos infiéis, Jesus permanece fiel, pois não pode negar-Se a Si mesmo (II Tm.2:13). 
Jesus jamais falta ao compromisso assumido com os Seus discípulos, de estar com eles todos os dias até a consumação dos séculos (Mt.28:20). A ressurreição de Jesus é a garantia da nossa fé (I Co. 15: 13,14) e é a força que impulsiona a sermos fiéis ao Senhor, sabendo que, se formos participantes das aflições de Cristo, também seremos participantes da sua glória.
Perseverantes – grego = apomeno =permanecer, continuar, persistir e resistir.
III – CONDUTA A SEGUIR COM AQUELES QUE SE AFASTAM DA SÃ DOUTRINA E DA PUREZA CRISTÃ
1º) Paulo sofria como malfeitor (criminoso), mas a Palavra de Deus não estava presa. Tudo ele suportava por amor aos eleitos, para que também eles alcançassem a salvação.
2º) Cuidar de manejar bem a palavra da verdade, apresentando-se a Deus como obreiro aprovado, que não tivesse de se envergonhar (II Tm.2:15).
Um obreiro é aprovado diante de Deus quando vive o que prega e ensina e sabe bem manusear a Palavra, tem dela conhecimento, não só teórico, mas, também, prático.
Ex: Obreiros que faltam a EBD.
Apresentar – spoudadzo = apressa-se, ser zelozo, ser urgente, fazer todo o esforço.
3º) Evitar os falatórios profanos, porque eles produzem maior impiedade. “…A palavra se refere às disputas ímpias e inúteis sobre histórias genealógicas e fictícias e debates minuciosos acerca das sutilezas da lei de Moisés (...)
Ex: Gnósticos. Ensinavam que não haveria uma ressurreição, pois já era feita. Pervertendo, assim, a fé de alguns. (Ressurreição espiritual e não corporal).
4º) Não tinha o que temer. Ainda que alguns estavam a se desviar da fé, o fato é que “o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: (II Tm.2:19).
Quem profere o nome de Cristo deve viver separado do pecado (Mt. 7).
5º) Paulo mostra a Timóteo que, na igreja local, há vasos para honra, como vasos para desonra, há pessoas convertidas e pessoas que ainda não se converteram ou que se desviaram da fé. Somente seremos vasos para honra se tivermos uma vida de santificação, se nos esforçarmos para nos aproximarmos cada dia mais de Deus.
6º) Timóteo, para bem desempenhar esta tarefa, deveria fugir dos desejos da mocidade”.
Impaciência, a aversão a autoridade, o repúdio, a rotina, as convicções exageradas sobre questões teológicas.
Desejos – grego = paixões – grego – epithumia = desejos desordenados, ilegítimos, geralmente de ordem sexual, ou seja, dar lugar a carne.
O obreiro precisa ter uma vida santa, precisa buscar as “coisas de cima”, não permitindo que a carne sobre ele domine, tendo comunhão com Deus e com os santos. Assim como Timóteo, o obreiro deve se apresentar como trabalhador aprovado perante Deus, pois assim será um utensílio útil para toda boa obra.

CONCLUSÃO
Um obreiro aprovado deve evitar as contendas, os debates, apresentando sempre com mansidão para com todos e até mesmo com os hereges. Estando apto para ensinar e para suportar todas as contrariedades, fugindo sempre dos desejos da carne e sendo um vaso de honra na casa de Deus.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia – R.N. CHAMPLIN.
Dicionário wycliffe.
Lições Bíblicas CPAD – 3º Trimestre – 2015.
Revista Ensinador Cristão – nº 64 – CPAD.
As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais. Elinaldo Renovato de Lima. CPAD.
Portal EBD – Dr. Caramuru Afonso Francisco.


 

domingo, 16 de agosto de 2015

EU SEI EM QUEM TENHO CRIDO



3º TRIM. 2015 – LIÇÃO Nº 7 – EU SEI EM QUEM TENHO CRIDO

A Igreja e o seu Testemunho – As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais


I – INTRODUÇÃO
Seguindo o estudo deste trimestre, em que estamos analisando as chamadas “cartas pastorais” de Paulo, passaremos a estudar, a partir desta presente aula, a Segunda Epístola de Paulo a Timóteo, que foi a última epístola escrita por ele, quando já se encontrava na sua segunda prisão em Roma, da qual resultou sua condenação à morte, tornando-se um dos muitos cristãos martirizados na primeira grande perseguição romana contra a Igreja, ocorrida durante o reinado de Nero.
Provavelmente, depois de ir a Filipos e a Espanha (Rm.15:24), Paulo retornou à Ásia, mais precisamente a Trôade (II Tm.4:13), onde, possivelmente, foi novamente preso, por ter sido acusado por Alexandre, o latoeiro (II Tm.4:14). Acusação essa, de natureza política, já que Nero iniciara perseguição contra os cristãos, que se recusavam a adorar o Imperador, sendo, então, levado novamente a Roma. Conhecedor do direito romano, percebeu que desta vez não teria sucesso, que a condenação era certa e Já havia participado da primeira audiência, e sentira que sua sorte estava determinada. O próprio Espírito Santo revelou a Paulo que ele morreria por causa da fé (II Tm.4:6-8). Diante de tal circunstância, Paulo sentiu a necessidade de escrever uma nova carta a Timóteo, a fim de lhe dar as últimas orientações a respeito do ministério pastoral e também para pedir que viesse visita-lo, pois queria despedir-se dele, ter novamente a sua companhia. Portanto, é no primeiro capítulo desta carta, que vemos como a fé é necessária para que não nos abalemos nas dificuldades desta vida.

II – SAUDAÇÕES INICIAIS DA SEGUNDA EPÍSTOLA DE PAULO A TIMÓTEO
·       Paulo inicia a carta reafirmando a sua autoridade apostólica (II Tm.1:1). Esta apresentação, mostra-nos que o apóstolo, apesar das circunstâncias adversas que estava passando, não estava espiritualmente abalado. Ele estava abatido (preso e a prenúncio da morte), a solidão e o abatimento ficam bem nítidos ao longo da epístola.
Ao mesmo tempo em que o apóstolo tinha convicção de sua chamada, num olhar para o passado que o mantinha firme na sua caminhada para o céu, também tinha um olhar para o futuro, porquanto dizia que havia uma “promessa da vida que está em Cristo Jesus”.
O comentarista bíblico Matthew Henry, ao comentar esta passagem, diz: “…O evangelho é a promessa de vida em Cristo Jesus. A vida é o alvo; e Cristo, o caminho (Jo.14:6). A vida é colocada na promessa; e ambas estão seguras em Cristo Jesus, a testemunha fiel.
·      Assim como na primeira epístola, O apóstolo chama Timóteo de seu filho, mas aqui, em vez de chama-lo de “verdadeiro filho”, chama-o de “amado filho”, revelando, assim, toda a sua estima àquele jovem pastor, de cuja companhia estava precisando nestes últimos instantes de sua vida terrena (II Tm. 4:9).
·    Uma vez mais, fala da graça misericórdia e paz de Deus Pai e da de Cristo Jesus, Senhor nosso, uma característica de suas cartas pastorais, lembrando que o ministro precisa ser misericordioso, porquanto é alvo e objeto da misericórdia de Deus.
·       Paulo mostra, ainda, que, apesar das circunstâncias adversas, não tinha tido a sua fé abalada, tanto que dava graças a Deus, a quem servia desde os seus antepassados com uma consciência pura (porque tinha comunhão com o Senhor, porque servia a Deus e fazia a Sua vontade), de quem sem cessar fazia memória de Timóteo em suas orações noite e dia (II Tm.1:3). Também, mostra, com esta afirmação, que o verdadeiro ministro (aquele que tem convicção de sua chamada) é um homem de oração. Na sua primeira carta, Paulo havia dito que se deveria orar sem cessar (I Ts.5:17); e na sua última, o apóstolo mostra que era um homem que orava sem cessar. Paulo tinha uma fé inabalável porque vivia em contínua oração.
·       O apóstolo também expressa a saudade de seu filho na fé Timóteo. Diz que desejava muito vê-lo. Paulo sabia que iria morrer e, com esta certeza, queria novamente ter a companhia daquele seu tão estimado cooperador, que tanto bem já lhe havia feito durante o seu ministério
(II Tm. 1:4).
·     Paulo diz que se lembrava das lágrimas de Timóteo. Lágrimas essas, derramadas, provavelmente quando Paulo e Timóteo se separaram pela última vez. Estas lágrimas de Timóteo enchiam o apóstolo Paulo de gozo. Ele sabia que seu filho na fé tinha uma vida espiritual bem alicerçada, tinham uma fé não fingida, que havia se desenvolvido desde os tempos da sua infância, pelo exemplo e ensino que tinha tido seja de sua avó Loide, seja de sua mãe Eunice (II Tm.1:4,5).
o apóstolo podia se regozijar com seu filho na fé, pois ele era enraizado na sã doutrina e isto era a garantia de que poderia passar pelas dificuldades da vida e chegar vitorioso ao final da jornada. O apóstolo sabia que seus dias se findavam e que iria alcançar a sua salvação, mas também se alegrava em ver que Timóteo estava caminhando na mesma direção.
Por ter uma fé genuína, Timóteo não poderia deixar de despertar o dom de Deus que nele havia, que lhe havia sido imposto pelas próprias mãos do apóstolo. Timóteo não poderia se deixar abalar pelas circunstâncias adversas por que passava Paulo, deveria aperfeiçoar a sua fé cumprindo o ministério que lhe fora dado por Deus.
Muitos, em nossos dias, em virtude das incompreensões, das dificuldades, das adversidades, deixam de lado o ministério e preferem, como Dema, amar o presente século (II Tm.4:10), desprezando aquilo que receberam de Deus. No entanto, o apóstolo deixa bem claro que o dom ministerial deve ser exercido, sob pena de se pôr em risco a própria salvação, como o Senhor Jesus deixa claro nas parábolas dos dez talentos (Mt.25:14-30), dos dez servos e das dez minas (Lc.19:11-27).

III– ORIENTAÇÕES A TIMÓTEO SOBRE A FIRMEZA E CONSTÂNCIA NO MINISTÉRIO
Paulo mostra a Timóteo que vale a pena estar preso por causa de Cristo. Ele havia sido chamado por Deus para ser pregador, apóstolo e doutor dos gentios porque o poder de Deus o havia salvado e o chamado com uma santa vocação.
Ele mostra que sua chamada não foi por causa dos seus méritos, mas pela graça de Deus.
Quando tomamos consciência do significado de nossa salvação, nós não nos deixamos abalar pelas dificuldades da vida, mesmo com as perseguições, porque sabemos que a salvação nos veio pela graça, é um projeto de Deus para que tenhamos a vida eterna, vida esta que não pode ser impedida por qualquer força humana, por qualquer potestade maligna.
Assim como Paulo estava inabalável, apesar de preso e quase condenado à morte, Timóteo também não poderia se intimidar, não poderia desanimar, mas teria de ter o espírito de fortaleza, amor e moderação, lembrando que também havia sido chamado por Deus para o ministério, devendo prosseguir no exercício do dom que recebera do Senhor.
Para vencer as aflições do mundo, temos de ter bom ânimo (Jo.16:33) e este bom ânimo nasce da consciência do que é a salvação que nos é oferecida por Cristo Jesus.
O apóstolo, por ter esta consciência, não se envergonhava de Jesus Cristo, mesmo estando preso e sabendo que iria morrer por causa do Senhor. Às dificuldades que sofria, Paulo pôde dizer com toda a convicção de seu coração: “Eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia” (II Tm.1:12).
Paulo conhecia o Senhor Jesus, tinha intimidade com Ele. Desde que o Senhor lhe aparecera no caminho de Damasco, o apóstolo tinha a plena convicção de quem era o Senhor Jesus e que, portanto, valia a pena fazer-Lhe a vontade, ainda que isto significasse muitos sofrimentos e privações.
Uma das características mais tocantes nesta carta é a comprovação da fé inabalável do apóstolo Paulo. Numa prisão, e no ponto de vista humano, perder a esperança seria explicável. Sabemos que há perigo de roubo. O homem até pode perder o depósito, permitindo que alguém tire a sua atenção da verdade revelada por Deus para guiar a sua vida e seu trabalho.
Assim como os heróis da fé venceram por não terem recuado apesar das aflições de mundo, assim, também, quem recuar perderá a salvação. A primeira classe de pessoas que ficará de fora da cidade celestial é, precisamente, a dos “tímidos” (Ap.21:8), que a Versão Almeida e Atualizada traduz por “covardes”.
O alvo de Paulo não era as coisas desta vida. Sua salvação e seu galardão estavam com Cristo e ninguém poderia separar o apóstolo do amor de Deus que estava em Jesus (Rm.8:33-39). Por isso, o apóstolo recomenda a Timóteo que conservasse o modelo das sãs palavras que ouvira dele, na fé e na caridade que havia em Cristo Jesus (II Tm.1:13).
Provamos que temos a fé em Cristo Jesus, que sabemos em quem temos crido quando conservamos o modelo da Palavra de Deus.
Paulo diz a Timóteo que deveria guardar o bom depósito pelo Espírito Santo que habita nos crentes. Este bom depósito era a guarda da sã doutrina, que ele deveria continuar pregando, ainda que em meio a perseguições e sofrimentos.
Paulo se preocupava com Timóteo, visto que outros cooperadores seus já tinham desertado, já haviam abandonado a fé, como era o caso de Figelo e Hermógenes. Ao contrário deles, Paulo faz menção de Onesíforo, que, muito provavelmente sem ter sido solicitado por Paulo, foi até Roma para visitar o apóstolo e recreá-lo, não tendo qualquer receio de ser também preso por sua fé em Cristo Jesus.
Onesíforo foi até Roma, esforçou-se para achar o apóstolo, tendo-o encontrado e cumprido o seu propósito de consolar, confortar, fazer companhia ao apóstolo que abatido estava naquele ambiente de solidão na prisão, ante a proximidade da morte (II Tm.1:16).

CONCLUSÃO
Que possamos  falar como o apóstolo Paulo:
Eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia (II Timóteo. 1:12).
E que naquele grande dia possamos ouvir do nosso Deus:
Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo (Mateus. 25:34).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia Online.
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Plenitude.
Dicionário online de Português.
Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia – R.N. CHAMPLIN.
Dicionário wycliffe.
Lições Bíblicas CPAD – 3º Trimestre – 2015.
Revista Ensinador Cristão – nº 64 – CPAD.
As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais. Elinaldo Renovato de Lima. CPAD.
Portal EBD – Dr. Caramuru Afonso Francisco.
Consultas a sites de Estudos Bíblicos.