A Igreja e o seu Testemunho – As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais
I – INTRODUÇÃO
Seguindo o estudo da Primeira Epístola de Paulo a Timóteo, estudaremos o seu segundo
capítulo, onde Paulo orienta Timóteo a respeito da oração e da recomendação que
deveria dar às mulheres cristãs na igreja de Éfeso.
Depois de lembrar seu filho na fé Timóteo das razões pelas quais
fora enviado para a igreja de Éfeso, o apóstolo iniciou recomendações ao
próprio Timóteo, admoestando-o a conservar a fé e a boa consciência, para que
não tivesse o mesmo triste fim que tiveram Himeneu e Alexandre, que haviam
naufragado na fé (I Tm.1:19,20).
· Himeneu:
Era um camarada que pensava que a ressurreição já havia
ocorrido, anunciando apenas
o aspecto espiritual da ressurreição (2 Tm. 2:16,17 e 18).
· Alexandre:
Era o latoeiro/ferreiro que causou danos e se opôs a Paulo
(2 Tm.4:14,15).
Esta conservação da fé e da boa consciência, indispensáveis
para que Timóteo pudesse cumprir a sua missão deveria iniciar-se por intermédio
da oração (I Tm.2:1).
I – A NECESSIDADE E IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO
A
principal forma de comunicação do homem com Deus é a oração.
Não é possível se ter comunhão com
Deus se não houver comunicação e esta principal forma de comunicação é através
da oração.
O termo oração, do grego proseuchē,
significa "invocar, pedir ou suplicar a uma divindade". No Antigo e
Novo Testamento, a oração é o supremo recurso usado pelo povo de Deus para suplicar,
agradecer, adorar, pedir, interceder e bendizer ao único e verdadeiro Senhor.
Timóteo somente teria êxito em sua
missão e a igreja de Éfeso se livraria dos falsos mestres se vivesse em oração,
se desse prioridade a duas atividades indispensáveis numa igreja local: a
meditação nas Escrituras e a oração. Como diz o conhecido corinho: “leia a Bíblia
e faça oração, se quiser crescer”. Também há uma frase que resume a
indispensabilidade da oração na vida cristã: “Muita oração, muito poder; pouca
oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder”.
1.1. O que é Oração?
· Conversa com Deus com a finalidade
de louvá-lo, render-lhe graças ou interceder (fazer um pedido em favor de
alguém ou de algo).
· É “o fôlego da vida espiritual”, é
o “respirar da alma”.
Tão variados são os contextos e motivos pelos
quais o crente ora, que a Bíblia emprega diversos vocábulos para descrever o
diálogo da alma com Deus.
Paulo
orienta Timóteo que deveriam ser feitas orações em prol de todos os homens:
deprecações, orações, intercessões e ações de graças.
1.2. A oração pode
ser classificada em:
· Obs: Dentro de cada uma dessa
classificação há diversos tipos de oração:
- Deus como centro das nossas orações – Há orações que são dirigidas a Deus, visando o próprio Deus, o que Ele é, o que faz, o que tem feito e o que fará.
- Ações de graça – A expressão do nosso reconhecimento e gratidão a Deus por tudo que ele nos tem feito (Sl.103).
- Louvor – São expressões de louvor a Deus pelo que Ele faz. Louvar é reunir todos os feitos de Deus e expressá-los em palavras, numa atitude de exaltação e glorificação ao seu nome (Sl.46).
- Adoração – Oração que exalta a Deus pelo que Ele é. A resposta do nosso amor ao amor divino, reconhecendo quem Ele é (Sl.100).
- Nós mesmos como centro das nossas orações – Vamos a Deus para apresentar as nossas necessidades.
- Petição – É “um pedido formal a um poder maior”. Apresentação a Deus de um pedido, visando satisfazer uma necessidade pessoal, tendo como base uma promessa de Deus (Sl.59).
- Deprecações/Súplicas – Suplicar é simplesmente insistir em nosso pedido de misericórdia, solicitação de um favor, uma necessidade específica (Sl 30:8).
Ex: Pedidos de oração
(enfermidade).
- Entrega – É a transferência de um cuidado ou inquietação para Deus. É lançar o cuidado sobre o Senhor, com um consequente descanso (1Pe.5:7).
- Confissão – Pela oração, confessamos a Deus nossos pecados e fraquezas, pedindo o Seu perdão e restauração (Sl.51).
- O próximo como centro das nossas orações – Vamos a Deus como intercessores, levando a necessidade de uma outra pessoa, nos colocando no lugar do outro e pleiteando a sua causa (Jo.17 a partir do 6).
·
Rogo – Pleitear, pedir com urgência,
interceder, intermediar, implorar, pedir por misericórdia ou justiça em favor
de outra pessoa (2 Tess. 1:11).
·
Intercessão – Significa pedir em favor de alguém, rogar por alguém ou
situação. Significa ser intermediário junto de Deus (Cl.1:9).
·
Deprecações/Súplicas.
Orações – genéricas – no geral,
necessidades sempre presentes.
são as orações amplas e que jamais podem faltar na igreja
local, petições referentes à própria necessidade de progresso espiritual, tanto
da membresia quanto da obra de Deus. São pedidos para que o Senhor continue a
salvar, curar, batizar com o Espírito Santo. Pedidos para que o Senhor venha
trazer sempre a Sua Palavra e manifestar a Sua glória nas reuniões da igreja
local. Pedidos para que o Senhor manifeste os dons espirituais e sempre promova
o exercício dos dons ministeriais na igreja local, bem como que fortaleça as
famílias, que são a base da igreja local, mantendo todo o povo em vigilância e
tendo sempre renovada a esperança da volta do Senhor.
O apóstolo diz a Timóteo que a igreja local tem um
papel importantíssimo na sociedade, pois é ela quem deve orar pelos reis e
todos os que estão em eminência (I Tm.2:2).
1.3. Quando Oramos:
1. Reconhecemos a soberania de Deus - Estamos a dizer que é o único que pode nos atender e que
merece o nosso louvor e adoração.
2. Reconhecemos a nossa insuficiência - Demonstramos a consciência de que tudo está no
controle de Deus e que sem Ele nada podemos fazer.
3. Revelamos a nossa fé - Demonstramos que a nossa confiança está em Deus e não em
qualquer outro ser.
4. Revelamos a nossa obediência - Cumprimos a vontade de Deus expressa em Sua Palavra. Ele
quer que oremos sem cessar (1Tess.5:17), bem como imitemos a Jesus (1Co.11:1),
cujo ministério terreno foi de oração. Orar sem cessar não quer dizer a todo
momento está de joelhos, mas reconhecendo a nossa dependência de Deus, construímos
essa atitude considerando natural fazer orações frequentes, espontâneas e
breves. Esta atitude não deve ser um substituto para os nossos momentos
regulares de oração, mas uma abundante extensão desses momentos.
5. Demonstramos o nosso amor para com
o próximo -
Intercedendo por eles e sendo justos permitimos somente o bem a eles. A nossa
oração deve ser somente para abençoar o nosso próximo.
1.4. A quem devemos orar?
1. Ao Pai (Deus) - Toda família tem um pai, que é o
legítimo proprietário. Nós formamos uma família e temos por pai o nosso Deus.
Quando queremos algo devemos nos dirigir a Ele. (Ef.3:14,20)
2. Ao Pai em nome de Jesus – Significa confessar seu nome
diante de Deus e que aceitamos seu sacrifício na cruz do calvário e o Pai
recebe, unindo a nossa vontade a Sua santa vontade. (Jo.16:23)
3. Ao Pai, mas no Espírito Santo – O Espírito Santo ora
através daquele que ora. A verdadeira oração vem de Deus, passa por
aquele que ora e volta a Deus. (Rm.8:27)
4. A Jesus Cristo – Significa sacar “cheque já assinado” que é pago integralmente por
Deus. Significa dizer sim também ao Seu nome, seu sacrifício e porque Deus
também diz sim a este nome. (Jo.14:12,13,14)
1.5. Como Orar?
1. Com sinceridade. (Hb.10:22)
2. Com fé –
Significa apoiar-se na oração sobre as promessas de Deus. Na fé vemos o
poderoso Senhor, como Ele age, vemos as torrentes de bênçãos que Ele quer
derramar e aceitamos suas promessas, apesar de não vermos ainda a realização.
(Mt. 21:22)
3. Com perseverança. (Rm.12:12)
O Senhor nos convida: “Pedi!” Pedir é solicitar. “Buscai!”
Buscar é insistência. “Batei!” Bater é insistir constantemente até que a porta
se abra.
4. Com conformação – Se não conheces a vontade de Deus em algum assunto, então ora de
todo o coração, com perseverança, mas com conformação. (Rm.8:28)
5. Com humildade.
(2 Co.7:14)
6. Com arrependimento. (1Rs.8:33)
7. Levantando mãos santas – Paulo também
queria que todos os homens orassem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem
ira nem contenda = puras, limpas da contaminação do pecado (I Tm.2:8).
1.6. Inimigos da Oração
- Cansaço. (Is.40:29,31)
- Distração
- Intranqüilidade interior
- Pressa. (Ecl.8:3)
- Desânimo. (2Co.4:8)
- Indolência (sem vontade).
1.7. Obstáculos que
impedem a resposta da oração
1. Relacionamentos destruídos (Mt.5:23,24) – A vida familiar, diante de Deus e com o
próximo deve está irrepreensível.
2. Coração que não perdoa (Mc.11:25) – Qualquer que guarda espírito de rancor ou
mágoa contra alguém, fecha os ouvidos de Deus para a sua petição.
3. Contenda
(Tg.3:16) – é simplesmente o agir movido pela falta de perdão.
4. Motivação errada (Tg.4:3) – Um sério obstáculo às orações é pedirmos algo a Deus que não
necessitamos, com o propósito de satisfazermos os nossos desejos egoístas.
5. Pecado (Is.59:1,2)
– Uma atitude de desobediência à Palavra de Deus fecha o céu para nós, mas uma
vida de obediência abre o caminho à resposta de Deus. (1Jo.3:22)
6. Ídolos no coração (Ez.14:3) – Ídolo é tudo aquilo que venha ocupar o lugar de Deus, que é
o primeiro em nosso coração. O primeiro lugar deve ser por excelência ocupado
por Deus em nossa vida.
7. Falta de generosidade para com os pobres (Pv.21:13) – Quando nos recusamos a
ajudar alguém que realmente precisa, quando podemos fazê-lo impede a resposta
da nossa oração.
8. Dúvida e incredulidade ( Tg.1:6,7) – A dúvida vem da ignorância da Palavra de Deus.
A incredulidade é quando sabemos que há um Deus que tudo faz e ainda assim não
cremos que pode fazer. Não crer nas promessas é duvidar do caráter de Deus.
Jesus, que é o nosso exemplo (I Pe.2:21), em Sua peregrinação
terrena, foi um exímio homem de oração, a ponto de Seus discípulos ter-Lhe
pedido que os ensinasse a orar (Lc.11:1).
Quando observamos a peregrinação terrena de Nosso Senhor, vemos
que, no instante em que Se despojou de Sua glória, iniciou uma vida de oração,
a nos mostrar claramente que, enquanto não estivermos na glória, devemos viver
em constante oração. Ao entrar no mundo, diz o escritor aos hebreus, o Senhor
fez uma oração (Hb.10:5-9). Ao longo de Seu ministério terreno, viveu sempre em
oração e, quando morria na cruz para nos salvar, despediu-se da vida terrena
com uma oração (Lc.23:46) e agora, à direita do Pai, está a orar por nós (I Tm.
2:5).
A oração é um dever de todo
cristão, algo obrigatório. Jesus mesmo disse em (Lc. 18:1).
Não devemos somente orar quando
estamos em angústia ou dificuldade. O crente que não ora está em falta com
Deus.
Podemos notar que o dever de orar
caracteriza-se em 2 propriedades:
1. Orar sempre;
2. Nunca desfalecer.
Orar sempre significa:
·
Nunca
deixar de orar;
·
Não
há tempo, nem lugar certo para orar;
·
Estarmos
dispostos e prontos a orar ao Senhor a cada instante e a cada situação.
Nossas orações devem ser discretas
e provir da alma.
Muitas pessoas costumam criar
regras relativas a oração, como estipular o número de vezes e as ocasiões que
devemos orar. Muitas das vezes tomam a Daniel como exemplo. Tudo bem que
queiram seguir o exemplo de homens fiéis a Deus, mas a estabelecer regras!
Orações para serem ouvidas, não
precisam ser intermináveis, longas, altas e com palavras difíceis, iguais a do
fariseu. (Lc.18)
Muitas orações são feitas de forma
automática, repetitiva em que os lábios estão desligados do coração.
Deus ouve o contrito coração,
aquele diálogo que vem do interior da alma.
PORTANTO:
·
Nunca
desfaleça!
·
Nunca
desanime!
·
Persevere!
·
Insista!
Deus está pronto a ouvir as nossas
orações. Quem sabe a vitória está próxima e se desistir agora poderá está
adiando a tão sonhada benção!!! Que Deus a todos abençoe.
II – OS DEVERES DAS
MULHERES CRISTÃS
Depois
de falar da oração, Paulo traz a Timóteo orientações concernentes ao papel da
mulher na igreja local.
A primeira orientação que Paulo dá a Timóteo: ler I Tm.2:9. Temos aqui um princípio
bíblico a respeito das vestimentas, que foram criadas como uma necessidade de
esconder a nudez depois da queda do homem no Éden (Gn.3:7,21), quando se
originou o pudor, que nada mais é que a vergonha que decorre da inserção da
malícia no coração humano.
Além de trajes honestos (honrados, dignos, íntegros), as
mulheres deveriam, também, vestir-se com pudor e modéstia. Como diz Hendriksen:
“…Modéstia (αίδώς) indica senso de pudor, receio
de ultrapassar os limites da decência, na qual podemos traduzir por bom
senso, literalmente significa mente sadia (σωϕροσύνη). Ao vestir-se
para ir à igreja, as mulheres devem pôr em prática o juízo perfeito.
Devem vestir-se com sensatez. Seu intuito não deve ser o de exibir-se,
de ‘provocar indignação’, usando aparato apelativo com o intuito de levar
outrem a invejá-las. Devem adornar-se, sem dúvida. Elas não têm
que esquivar-se da moda, a menos que uma moda em particular seja imoral ou
indecente…” (op.cit., p.136)
O princípio apresentado pelo apóstolo não se destinava a
todo e qualquer lugar. É óbvio que a vestimenta se altera de local para local,
de evento para evento, mas em todos os momentos o cristão deve comparecer com
traje honesto, com pudor e modéstia. De igual
maneira, embora a orientação seja dada
às mulheres, é evidente que também dizem respeito aos homens.
Vídeo 1 = Esquadrão da moda.
As observações quanto à roupa das mulheres são paralelas a
I Pe. 3:3-5. O uso da vestimenta modesta e apropriada é uma espécie de
"boas obras".
A honestidade do traje, com pudor
e modéstia, impede que a vestimenta seja utilizada como instrumento de
sensualidade, por serem traços culturais, são, como todo elemento cultural,
variáveis de lugar para lugar, de época para época, não é um objetivo a ser
alcançado nem representa, por si só, um padrão de espiritualidade. Portanto, não pode ser um
instrumento pelo qual pequemos ou levemos outros a pecar, mas, também não é
“atestado de santidade”.
Os adornos mencionados pelo
apóstolo Paulo (tranças, enfeites com ouro, pérolas e vestidos preciosos) eram
ornamentos na época do apóstolo que custavam fortunas, que demonstravam um luxo
desmedido e uma ostentação que não correspondia à profissão de fé cristã. Em
nossos dias, devem ser interpretados como toda e qualquer extravagância, como
toda e qualquer ostentação, que deve ser repudiada por todo que cristão se diz
ser.
Vídeo 2 = Mulheres diante do trono.
Depois de ter falado a respeito da vestimenta das mulheres,
o apóstolo Paulo fala a respeito do papel que tinham elas nas igrejas locais (I
Tm. 2:11).
Paulo orienta Timóteo que, em
relação à igreja de Éfeso, não permitisse que as mulheres assumissem qualquer
papel de “mediação” entre Cristo e os crentes.
CONCLUSÃO
A verdadeira e genuína mulher
cristã não só terá o prazer de alcançar a sublimidade da feminidade, que é a
maternidade, como, também, a salvação, permanecendo com modéstia na fé, na
caridade e na santificação (I Tm.2:15).
"Orar antes de fazer algo é DEPENDÊNCIA; orar depois
de fazer é GRATIDÃO; orar sempre é COMUNHÃO! Antes de tomar qualquer decisão,
ore. É melhor ter marcas nos joelhos do que feridas no coração. As melhores
escolhas são aquelas que são fruto de oração, análise e muita paciência! As
pessoas podem recusar o nosso amor ou rejeitar nossas palavras, mas não tem
defesa contra a nossa oração! A oração feita por um justo pode muito em seus
efeitos. Ore, confie e agradeça!!!"
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia Online
Bíblia de Estudo
Pentecostal
Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal
Bíblia de Estudo
Plenitude
Dicionário online de
Português
Dicionário wycliffe
Lições Bíblicas CPAD – 3º Trimestre – 2015
Revista Ensinador
Cristão – nº 64 – CPAD.
As Ordenanças de Cristo nas Cartas
Pastorais. Elinaldo Renovato de Lima. CPAD.
Portal
EBD – Dr. Caramuru Afonso Francisco.
Blog Atitude de Aprendiz – Sulamita Macedo.
Consultas a sites de Estudos
Bíblicos.
www.youtube.com/watch?v=UUdnUveymQU
Vídeo:Esquadrão da Moda (16/05/15) - Conheça Monia, a ...- YouTube
www.youtube.com/watch?v=4Ew2hDDOryA
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