quarta-feira, 24 de junho de 2015

A MORTE DE JESUS


2º TRIM. 2015 – LIÇÃO Nº 12 – A MORTE DE JESUS
Jesus, o Homem Perfeito – O Evangelho de Lucas, o médico amado

I – INTRODUÇÃO
A morte de Jesus não foi uma fatalidade, ou um acidente, mas o plano de salvação estabelecido por Deus para que toda humanidade tivesse direito a vida eterna, sendo predita nas Escrituras e tendo o seu cumprimento em Cristo. Podemos ver isso claramente na tabela abaixo:

DESCRIÇÃO PROFÉTICA
PROFECIA
CUMPRIMENTO
1
Entrada triunfal em Jerusalém
Zc 9.9; Sl 118.26
Lc 19.35-38; Mt 21.711; Mc 11 711; Jo 12.1216
2
A purificação do Templo
Is 56.7; Jr 7.11
Lc 19.46; Mt 21.13; Mc 11.17
3
Sua rejeição
Sl 118.22,23
Lc 20.17; Mt 21.42; Mc 12.10
4
Sua dores
Is 53.4
Mt 8.17
5
Abandono dos discípulos
Zc 13.7
Mt 26.31; Jo 16.32
6
Repartição das suas vestes
Sl 22.18
Lc 23.34; Mt 27.35; Mc 15.24
7
Seu brado
Sl 22.1
Mt 27.46; Mc 15.34
8
Sofrimento vicário
Is 53.4,5
Lc 23.33; Mt 27.35; Mc 15.24
9
Bebida repugnante
Sl 69.21
Lc 23.36; Mt 27.34, 48; Mc 15.23,36
10
Lado transpassado
Zc 12.10
Jo 19.34
11
Crucificado com criminosos
Is 53.12
Lc 23.33; Mt 27.38; Mc 15.27,28; Jo 19.18
12
Seus ossos não seriam quebrados
Sl 34.20
Jo 19.33

A estas profecias escriturísticas, acrescentam-se às declarações de Jesus  a respeito de sua morte (Mt. 26:18, 24, 31,32; Jo. 3:14). Portanto, a cruz de Cristo além de ser um fato já planejado na eternidade, expressa para nós o maior gesto de amor e é este grande marco na história da humanidade e cristianismo que estaremos estudando nesta presente aula.

II – ACONTECIMENTOS ANTERIORES À PAIXÃO DE CRISTO
Após ter mostrado aos discípulos que a lógica que deveria reinar entre eles não era a do poder, mas a do serviço (Lc. 22:24-27), o Senhor Jesus renovou as promessas messiânicas, dizendo a eles que lhes estava destinado o reino e que eles julgariam as doze tribos de Israel.
“E vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações” (Lc. 22:28): Cristo havia sido desprezado e rejeitado pelos homens, reprovado e ofendido, e suportou a contradição dos pecadores. Mas os Seus discípulos continuaram com Ele, e se afligiram com todas as Suas aflições. Por isso, Ele mostra o quão desejoso está de fazer o melhor por estes corações que Ele sabe que são retos para com a Sua bendita Pessoa.
Em seguida, o Senhor Se dirigiu a Pedro e lhe disse que Satanás havia pedido para cirandá-lo como trigo, mas que Ele havia intercedido para que a fé deste não desfalecesse, tendo, ainda, dito que quando ele se convertesse, confirmasse seus irmãos (Lc.22:31,32). Ao mesmo tempo que intercedia por Pedro, aqui chamado de “Simão”, seu nome primitivo, o Senhor Jesus dá um diagnóstico interessante: que Simão ainda não era convertido e que, quando se convertesse, deveria confirmar os seus irmãos. Depois de três anos e meio acompanhando Jesus, Pedro ainda não havia se convertido, e o episódio da negação iria prova-lo. Jesus conhece os nossos corações (Jo. 2:24,25), não se deixando levar por aparência. Pedro, porém, ao ter esta informação, demonstra toda sua inconversão, pois como que refuta a afirmação do Senhor, dizendo que estava pronto a ir com Ele até à prisão e morte, ocasião em que Cristo lhe fala claramente que o galo não cantaria antes que três vezes Pedro O negasse.
Depois deste aviso a Pedro, o Senhor indica que, a partir daquele momento, os discípulos teriam de tomar a iniciativa. Que a partir de então, “seria necessário fazer provisão para as viagens missionárias, levando consigo bolsa e alforje.…” Jesus, então, volta a dizer que seria contado com os malfeitores, que teria de cumprir aquilo que estava profetizado a Seu respeito, mas os discípulos, sem entenderem o que estava para ocorrer, apresentam ao Senhor duas espadas, como que querendo dizer que estavam prontos para iniciar a tomada de poder para o estabelecimento do reino messiânico, mostrando que não estavam entendendo coisa alguma do que o Senhor estava dizendo. O Senhor não quis repreender a Seus discípulos porque não entendiam, por isso, disse ‘Basta’. E os deixou. Como quando nós falamos a outro, se vemos que não nos compreende, dizemos: Está bem, deixa pra lá.

III – A PAIXÃO DE CRISTO
O termo "paixão" provém do latim passio, que indica sofrimento, agonia.
Então, Jesus vai para o Monte das Oliveiras, sendo seguido pelos discípulos.  Ali chegando, mandou que os onze (Judas não estava entre eles) orassem para que não entrassem em tentação e, apartando-Se deles cerca de um tiro de pedra, também foi orar. Jesus entendia que agora se iniciava a Sua solidão, precisava preparar-Se para os momentos angustiosos que Lhe aguardavam.
Lucas mostra Jesus como um homem de oração, um homem perfeito, sem pecado, mas que sentia tudo quanto qualquer ser humano sentia. Sua deidade mostrava-Lhe que chegava o momento do sofrimento e da morte e, por isso, Sua humanidade recorria a Deus em oração, a fim de que pudesse se fortalecer. A natureza humana de Cristo, sem pecado, não podia aceitar a ideia da morte. Por isso, pede ao Pai que, se possível, passasse d’Ele aquele cálice. No entanto, submetia a Sua vontade, à vontade do Pai.
Jesus entrava em agonia extrema, na maior angústia que um ser humano pode passar. Sua vontade era a de passar o cálice, pois, como não havia jamais pecado, não tinha por que morrer, mas o Pai queria que assim fosse. Jesus entra em estado de estresse extremo, a ponto de o Pai ter Lhe mandado um anjo para o confortar (Lc. 22:43). Sua agonia era tanta que gotas de sangue correram em seu corpo, algo que a medicina comprova ser o máximo de estresse que pode atingir uma pessoa humana (apesar de muito raro, debaixo de um stress emocional, finos capilares nas glândulas sudoríparas podem se romper, misturando assim o sangue com o suor. Este processo causa fraqueza e choque. Atenção médica é necessária para prevenir hipotermia. Diante de tamanha agonia, o Senhor orou mais intensamente, a nos indicar que não existe outro remédio para a angústia, para a agonia do que a oração.
Jesus, então, levantando-se da oração, foi atrás dos discípulos que, em vez de orarem, como havia sido determinado pelo Senhor, estavam dormindo de tristeza. Jesus lhes repreende, dizendo que deveriam orar para não entrar em tentação. Assim que a repreensão se dá, surgiu uma multidão, guiada por Judas, para prender o Mestre.

Judas o beijou e o Senhor, mostrando toda a Sua onisciência, interpreta este beijo como o sinal da traição. Faz uma interrogação: ‘Judas, com um beijo trais o Filho do homem?”.

Então, um dos discípulos, que Lucas não identifica, feriu o servo do sumo sacerdote, que, certamente, comandava a multidão, cortando-lhe a orelha direita, ocasião em que Jesus cura aquele homem, inibindo a reação violenta que se esboçava (Lc. 22: 49-51).
Jesus, então, demonstrando ter o controle da situação, disse aos Seus inimigos que isto se dava porque havia chegado a hora deles e o poder das trevas, a indicar que Ele Se submetia à vontade do Pai.

Jesus, então, é preso e levado à casa do sumo sacerdote, tendo Pedro o seguido de longe e, no meio do pátio do templo, Pedro acaba sendo confrontado por aqueles que ali estavam e o nega por três vezes, tendo, então, cantado o galo. Lucas é o único que registra que Jesus olhou para Pedro após este fato, tendo, então, Pedro se lembrado das palavras proferidas pelo Senhor, saindo dali e chorado amargamente, ocasião em que efetivamente se converte (Lc. 22: 54-62).
Então, Jesus é ferido pelos homens que o haviam detido, que zombavam d’Ele (Lc.22:63). Teve Seus olhos vendados e O feriam no rosto, sendo blasfemado (Lc. 22: 64,65).
Jesus foi levado ao Sinédrio, onde lhe é perguntado se Ele era o Cristo. O Senhor, então, responde que se Ele o dissesse, eles não o creriam, tendo também dito que se Ele vos perguntasse, não Lhe responderiam nem O soltariam. Jesus é apresentado como um homem com capacidade de argumentar, mas que resolve não fazê-lo pois sabia da inutilidade de tal atitude. Jesus, então, faz uma solene declaração: ‘Desde agora o Filho do homem Se assentará à direita do poder de Deus’. Ante tal declaração, os membros do Sinédrio indagam de Jesus se Ele era o Filho de Deus e o Senhor diz que eles é que o estavam a dizer, momento em que, por isso, é ele considerado culpado pelos principais dos sacerdotes, escribas e anciãos do povo (Lc. 22: 63-71).
Jesus, então, é levado a Pilatos, o procurador da Judeia, diante de quem é acusado de querer perverter a nação, proibindo de dar o tributo a César e Se dizendo rei (Lc.23:1,2).  
Pilatos indaga Jesus se Ele era o rei dos judeus, tendo o Senhor Jesus respondido da mesma forma que respondera aos membros do Sinédrio acerca de Sua deidade, ou seja, dizendo que era Pilatos quem o dissera. Então, este pondera que não via culpa alguma em Jesus. Ante as acusações que se fizeram a respeito do ministério de Cristo, ao saber que Ele era da Galileia, Pilatos, O manda a Herodes, o tetrarca da Galileia.
Herodes, que há muito queria conhecer Jesus, fez-Lhe uma série de perguntas, mas Jesus permaneceu calado, a despeito das acusações que lhe faziam os principais dos sacerdotes e os escribas. Ante o silêncio de Cristo, Herodes O desprezou, escarneceu d’Ele, vestiu-O de uma roupa resplandecente e o devolveu a Pilatos, tendo, então, a partir daquele instante, havido a reconciliação entre Pilatos e Herodes, que eram, até então, adversários (Lc.23:8-12).
De volta para Pilatos, o procurador da Judeia convocou os principais dos sacerdotes e reafirmou a inocência de Jesus, inclusive levando em conta que Herodes não O havia condenado também. Decidiu castigá-l’O e soltá-l’O, mas, como era necessário soltar um dos presos por ocasião da festa da Páscoa, a multidão escolheu Barrabás, que era um homicida e rebelde. Pilatos, mesmo assim, insistiu, mas a multidão queria a crucificação de Jesus. O procurador da Judeia insistiu terceira vez, mas a multidão com veemência escolheu por Jesus, de modo que Pilatos decidiu atender à multidão, entregando Jesus à vontade deles (Lc.23:13-25).

Observação:
Como a bíblia não narra esses pormenores, consideremos como mais um apêndice para ilustração de nossa lição, a sentença abaixo.
A SENTENÇA DE CRISTO:  Cópia autêntica da Peça do Processo de CRISTO, existente no Museu da Espanha.
No ano dezenove de TIBÉRIO CÉSAR, Imperador Romano de todo o mundo, Monarca Invencível, na Olimpíada cento e vinte e um, e na Elíada vinte e quatro, da criação do mundo, segundo o número e cômputo dos Hebreus, quatro vezes mil cento e oitenta e sete, do progênio, do Romano Império, no ano setenta e três, e na libertação do cativeiro de Babilônia, no ano mil duzentos e sete, sendo governador da Judéia; QUINTO SÉRGIO, sob o regimento e governador da cidade de Jerusalém, Presidente Gratíssimo, PÔNCIO PILATOS; regente, na baixa Galiléia, HERODES ANTIPRAS; pontífice do sumo sacerdote, CAIFÁS; magnos do templo, ALIS ALMAEL, ROBAS ACASEL, FRANCHINO CEUTAURO; cônsules romanos da cidade de Jerusalém; QUINTO CORNÉLIO SUBLIME e SIXTO RUSTO, no mês de março e dia XXV do ano presente – EU, PÔNCIO PILATOS, aqui Presidente do Império Romano, dentro do Palácio e arqui-residência, julgo, condeno e sentencio à morte, JESUS , chamado pela plebe – CRISTO NAZARENO – e Galileu de nação, homem, sedicioso, contra a Lei Mosaica – contrário ao grande Imperador TIBÉRIO CÉSAR. Determino e ordeno por esta, que se lhe dê morte na cruz, sendo pregado com cravos como todos os réus, porque congregando e ajustando homens, ricos e pobres, não tem cessado de promover tumultos por toda a Judéia, dizendo-se filho de DEUS e REI DE ISRAEL, ameaçando com a ruína de Jerusalém e do sacro Templo, negando o tributo a César, tendo ainda o atrevimento de entrar com ramos e em triunfo, com grande parte da plebe, dentro da cidade de Jerusalém. Que seja ligado e açoitado, e que seja vestido de púrpura e coroado de alguns espinhos, com a própria cruz aos ombros para que sirva de exemplo a todos os malfeitores, e que, juntamente com ele, sejam conduzidos dois ladrões homicidas; saindo logo pela porta sagrada, hoje ANTONIANA, e que se conduza JESUS ao monte público da Justiça, chamado CALVÁRIO, onde, crucificado e morto ficará seu corpo na cruz, como espetáculo para todos os malfeitores, e que sobre a cruz se ponha, em diversas línguas, este título: JESUS NAZARENUS, REX JUDEORUM. Mando, também, que nenhuma pessoa de qualquer estado ou condição se atreva, temerariamente, a impedir a Justiça por mim mandada, administrada e executada com todo o rigor, segundo os Decretos e Leis Romanas, sob as penas de rebelião contra o Imperador Romano. Testemunhas da nossa sentença: Pelas doze tribos de Israel: RABAM DANIEL, RABAM JOAQUIM BANICAR, BANBASU, LARÉ PETUCULANI, Pêlos fariseus: BULLIENIEL, SIMEÃO, RANOL, BABBINE, MANDOANI, BANCURFOSSI. Pêlos hebreus: MATUMBERTO. Pelo Império Romano e pelo Presidente de Roma: LÚCIO SEXTILO e AMACIO CHILICIO.

IV – A CRUCIFICAÇÃO DE JESUS SEGUNDO O PONTO DE VISTA MÉDICO
De repente, eu percebi que eu tinha tornado a crucificação de JESUS  mais ou menos sem valor, durante estes anos, que havia crescido calos em meu coração sobre este horror, por tratar seus detalhes de forma tão familiar – e pela amizade distante que eu tinha com Ele. Isto finalmente aconteceu comigo quando, como médico, eu não sabia o que verdadeiramente ocasionou a morte imediata. Os escritores do evangelho não nos ajudam muito com este ponto, porque a crucificação era tão comum naquele tempo que, sem dúvida, acharam que qualquer detalhe seria desnecessário.
Eu estudei a prática da crucificação, que é a tortura e execução de alguém fixando-o na cruz.
A coluna vertical era geralmente fixada ao solo, onde seria a execução, e o réu era forçado a carregar o poste horizontal, pesando aproximadamente 55 quilos, da prisão até o lugar da execução.
EXPLICAÇÃO:
A paixão física de JESUS  começou no Getsêmani. Em Lucas diz: “E estando em agonia, Ele orou. E Seu suor tornou-se gotas de sangue, escorrendo pelo chão.”
Todos os estudos têm sido usados por escolas modernas para explicarem esta fase, aparentemente debaixo da impressão que isto não pode acontecer.
No entanto, pode-se conseguir muito consultando a literatura médica. Apesar de muito raro, o fenômeno de suor de sangue é bem documentado. Debaixo de um stress emocional, fino capilares nas glândulas sudorípara podem se romper, misturando assim o sangue com o suor. Este processo causa fraqueza e choque. Atenção médica é necessária para prevenir hipotermia.
Após a prisão no meio da noite, JESUS  foi trazido ao Sumo sacerdote, onde sofreu o primeiro trauma físico. JESUS  foi esbofeteado na face por um soldado, por manter-se em silêncio ao ser interrogado por Caifás. Os soldados do palácio tamparam seus olhos e caçoaram d’Ele, pedindo para que identificasse quem O estava batendo, e esbofeteavam a Sua face.
De manhã cedo, JESUS , surrado e com hematomas, desidratado, e exausto por não dormir, foi levado a Jerusalém para ser chicoteado e então crucificado.
Os preparativos para as chicotadas são feitos: o prisioneiro é despido de Suas roupas, e Suas mãos amarradas a um poste, a cima de Sua cabeça. É duvidoso se os Romanos seguiram as leis judaicas quanto as chibatadas. Os judeus tinham lei antiga que proibia mais de 40 (quarenta) chibatadas. Os fariseus, para terem certeza que esta lei não seria desobedecida, ordenava apenas 39 chibatadas para que não houvesse erro na contagem.
CHICOTE DUPLO:
O soldado romano dá um passo a frente com um chicote com várias pesadas tiras de couro com 2 (duas) pequenas bolas de chumbo amarradas nas pontas de cada tira.
O pesado chicote é batido com toda força contra os ombros, costas e pernas de JESUS . Primeiramente as pesadas tiras de couro cortam apenas a pele. Então, conforme as chibatadas continuam, elas cortam os tecido debaixo da pele, rompendo os capilares e veias da pele, causando marcas de sangue, e finalmente, hemorragia arterial de vasos da musculatura. As pequenas bolas de chumbo primeiramente produzem grandes, profundos hematomas, que se rompem com as subseqüentes chibatadas. Finalmente, a pele das costas está pendurada em tiras e toda a área está uma irreconhecível massa de tecido ensangüentado. Quando é determinado, pelo centurião responsável, que o prisioneiro está a beira da morte, então o espancamento é encerrado.
Então, JESUS  é desamarrado, e Lhe é permitido deitar-se no pavimento de pedra, molhado com Seu próprio sangue. Os soldados romanos vêm uma grande piada neste Judeu, que clamava ser o Rei. Eles atiram um manto sobre os Seus ombros e colocam um pau em Suas mãos, como um cetro. Eles ainda precisam de uma coroa para completar a cena. Um pequeno galho flexível, recoberto de longos espinhos é enrolado em forma de uma coroa e pressionado sobre Sua cabeça. Novamente, há uma intensa hemorragia (o escalpo é uma das regiões mais irrigadas do nosso corpo). Após caçoarem d’Ele, e baterem em Sua face, tiram o pau de Suas mãos e batem em Sua cabeça, fazendo com que os espinhos se aprofundem em Seu escalpo. Finalmente, cansado de seu sádico esporte, o manto é retirado de Suas costas. O manto, por sua vez, já havia se aderido ao sangue e grudado, nas feridas, justo como em uma descuidada remoção de uma bandagem cirúrgica, causa dor cruciante…quase como se estivesse apanhando outra vez – e as feridas, começam a sangrar outra vez.
A pesada barra horizontal da cruz á amarrada sobre Seus ombros, e a procissão do CRISTO condenado, dois ladrões e os detalhes da execução dos soldados romanos, encabeçada por um centurião, começa a vagarosa jornada até o Gólgota. Apesar do esforço de andar ereto, o peso da madeira somado ao choque produzido pela grande perda de sangue, é muito para Ele. Ele tropeça e cai. Lascas da madeira entram na pele dilacerada e nos músculos de Seus ombros. Ele tenta se levantar, mas os músculos humanos já não suportam mais. O centurião, ansioso para a crucificação, escolhe um norte-africano, Simão, para carregar a cruz. JESUS  segue ainda sangrando, suando frio e com choques. A jornada é então completada. O prisioneiro é despido – exceto por um pedaço de pano que era permitido aos judeus. A crucificação começa: a JESUS  é oferecido vinho com mirra, uma mistura para aliviar a dor. JESUS  se recusa a beber. Simão é ordenado a colocar a barra no chão e JESUS  é rapidamente jogado de costas, com Seus ombros contra a madeira. Os soldados procuram a depressão entre os ossos de Sua mão. Ele dirige um pesado, quadrado prego de ferro, através de Sua mão para dentro da madeira. Rapidamente ele se move para outro lado e repete a mesma ação, tomando o cuidado de não pregar muito apertado, para possibilitar alguma flexão e movimento. A barra da cruz é então levantada, e sobre o topo, a inscrição onde se lê em grego, latim e hebraico: “JESUS  de Nazaré, Rei dos Judeus”, é pregada.
O pé direito é pressionado contra o pé esquerdo, e com os pés esticados, os dedos para baixo, um prego é martelado atravessando os pés, deixando os joelhos levemente flexionados. A Vítima está agora crucificada. À medida que Ele se abaixa, com o peso maior sobre os pregos nas mãos, cruciante e terrível dor passa pêlos dedos e braços, explodindo no cérebro – os pregos nas mãos comprimem os nervos médicos. Conforme Ele se empurra para cima, a fim de aliviar o peso e a dor, Ele descarrega todo o Seu peso sobre o prego em Seus pés. Outra vez, desencadeia a agonia do prego colocado entre os metatarsos se Seus pés.
EXPLICAÇÃO:
Neste ponto, outro fenômeno ocorre. Enquanto os braços se cansam, grande ondas de cãibras percorrem Seus músculos, causando intensa dor. Com estas cãibras, vem a inabilidade de empurrar – Se para cima, Pendurado por Seus braços, os músculos peitorais ficam paralisados, e o músculos intercostais incapazes de agir. O ar pode ser aspirado para os pulmões, mas não pode ser expirado. JESUS  luta para se levantar a fim de tomar fôlego. Finalmente, dióxido de carbono é retido nos pulmões e no sangue, e as cãibras diminuem. Esporadicamente, Ele é capaz de se levantar e expirar e inspirar o oxigênio vital. Sem dúvida, foi durante este período que JESUS  consegui falar as sentenças registradas:
JESUS  olhando para os soldados romanos, lançando sorte sobre Suas vestes, “Pai, perdoa-os, pois eles não sabem o que fazem.”
Em Lucas 23:34 a forma do verbo no presente continuo indica que Ele continuou dizendo isto. Ao lado do ladrão, JESUS  disse: “Hoje você estará comigo no Paraíso.”
JESUS  disse, olhando para baixo ao atemorizado e quebrantado adolescente João, “ eis a Sua mãe” e olhando para Maria, Sua mãe disse: “eis aí o seu filho”. O próximo clamor veio do início do Salmo 22, “Meu DEUS, meu DEUS, por que me desamparaste?
Horas desta dor limitante, ciclos de contorção, cãibras nas juntas, asfixia parcial intermitente, intensa dor por causa da lascas enfiadas nos tecidos de Suas costas dilaceradas, conforme Ele se levanta contra o poste de crus. Então outra dor de agonia começa. Uma profunda dor no peito, enquanto seu pericárdio se enche de um líquido que comprime o coração.
Agora está quase acabado – a perda de líquidos dos tecidos atinge um nível crítico – o coração comprimido se esforça para bombear o sangue grosso e pesado aos tecidos – os pulmões torturados tentam tomar pequenos golpes de ar. Os tecidos, marcados pela desidratação, mandam estímulos para o cérebro.
JESUS  suspira de sede. Uma esponja embebida em vinagre, vinho azedo, o qual era o resto da bebida dos soldados romanos, é levantada aos Seus lábios. Ele, aparentemente, não toma este líquido. O corpo de JESUS  chega ao extremo, e Ele pode sentir o calafrio da morte passando sobre Seu corpo. Este acontecimento traz as Suas próximas palavras – provavelmente, um pouco mais que um suspiro de tortura.
ESTÁ CONSUMADO :
Sua missão de sacrifício está completa. Finalmente, Ele permite o Seu corpo morrer.
Com uma última força, Ele mais uma vez pressiona o Seu peso sobre os pés contra o prego, estica as Suas pernas e toma profundo fôlego e grita Seu último clamor: “PAI, EM TUAS MÃOS ENTREGO O MEU ESPÍRITO”
Por causa da Páscoa, a tradição dizia que o réis ainda vivos, deveriam ser retirados da cruz e quebradas as suas pernas. No caso de JESUS  isto era desnecessário.
CONCLUSÃO:
Aparentemente, para ter certeza da morte, um soldado traspassou sua lança entre o quinto espaço entre as costelas, enfiado para cima em direção ao pericárdio, até o coração. O verso 34 do capítulo 19 do evangelho de João diz: “ E imediatamente verteu sangue e água.” Isto era escape de fluido do saco que recobre o coração, e o sangue do interior do coração. Nós, portanto, concluímos que nosso Senhor morreu, não de asfixia, mas de um enfarte de coração, causado por choque e constrição do coração por fluidos no pericárdio.


  • Jesus chegou, então, ao lugar chamado a Caveira, onde O crucificaram;
·         A primeira palavra de Jesus proferida naquele lugar de execução foi um pedido de perdão ao Pai a todos quantos haviam contribuído para que Ele ali estivesse (Lc.23:34);
·         As palavras injuriosas não provinham apenas da multidão e dos soldados, mas, também, até mesmo de um dos malfeitores que sofriam com Ele a mesma pena.
·         Jesus apresenta-Se compassivo uma vez mais. Ante o pedido de perdão daquele malfeitor;
·         Isto se deu por volta do meio-dia e, em vez de o sol ficar a pino, o que ocorreu foram trevas, que duraram até por volta das quinze horas (Lc.23:44). A natureza mostrava o aspecto sombrio do que estava a se passar.
·         A manifestação da natureza e os dizeres finais do Senhor Jesus fizeram com que o centurião romano que comandava a execução reconhecesse que aquele homem era justo, tendo, então, dado glória a Deus (Lc.22:47).

CONCLUSÃO
A morte de Jesus teve sete aspectos que devem ser compreendidos por todos nós para que a valorizemos corretamente.
1) Amorosapois revela o supremo amor de Deus por todos nós (Rm 5:8).
2) Expiatóriapois ela foi a oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave (Ef 5:2).
3) Vicáriapois Ele morreu por nós – (2Co 5:15).
4) Substitutivapois Ele que não co­nheceu pecado, o fez pecado por nós (2Co 5:21).
5) Propiciatóriapois Ele satisfez a Deus que tinha sido ofendido pelo pecado do ho­mem (Rm 3:24-25).
6) Redentora pois Ele nos resgatou, nos re­miu, nos comprou com Seu próprio sangue (1Tm 2:6 /Tt 2:14).
7) Triunfantepois Ele foi vitorioso sobre todos os poderes cósmi­cos, bons ou maus, triunfando sobre eles na cruz (Cl 2:15).

VOCABULÁRIO
Capilares – Vasos finíssimos que unem a circulação sanguínea arterial à circulação venosa, permitindo as permutas nutritivas entre o sangue e as células.
Hipotermia – Baixa da temperatura do corpo humano a menos que seu nível normal (37°C)).
Sinédrio – Tribunal dos antigos judeus, em Jerusalém, composto de sacerdotes, anciãos e escribas, o qual julgava os assuntos criminais e administrativos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia Online
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal
Dicionário online de Português
Lições Bíblicas CPAD – 2º Trimestre – 2015
Revista Ensinador Cristão – nº 62 – CPAD
Lucas (Introdução e Comentário). Leon L. Morris. VIDA NOVA.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Portal EBD – Dr. Caramuru Afonso Francisco.
Blog do Prof Luciano de Paula Lourenço
Consultas a sites de Estudos Bíblicos.
Reportagem da Revista Isto É – Fevereiro de 2008 - A paixão de CRISTO, a partir de um ponto de vista médico. Trunan Davis.

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