2º TRIM. 2015 – LIÇÃO Nº 7 – PODER SOBRE AS DOENÇAS E MORTE
Jesus, o Homem Perfeito – O Evangelho de Lucas, o médico amado
I – INTRODUÇÃO
Os Evangelhos mostram que Jesus, em
Seu ministério terreno, provou que era o Messias precisamente porque operou
sinais, prodígios e maravilhas, mostrando, assim, que era o profeta que já fora
anunciado por Moisés quando este se despedia do povo de Israel. O líder
israelita disse que o Senhor levantaria um profeta como ele (Dt.18:15), ou
seja, um profeta que fizesse sinais e maravilhas como fez Moisés (Dt.34:10,11).
Portanto, Jesus, enquanto homem, foi cheio do
Espírito Santo e esta virtude O fez ter poder sobre as doenças e morte. Este é
o assunto que estudaremos na aula de hoje.
II – A ORIGEM DAS DOENÇAS E DA MORTE
Em Seu ministério terreno, Jesus
não utilizou dos Seus atributos divinos para operar milagres, mas, porque foi
cheio do Espírito Santo e por isso, operou tais maravilhas (At.10:38). Tais obras foram feitas pela humanidade de Jesus, como
uma demonstração de que o homem, em comunhão com Deus, pode, pelo Espírito
Santo, operar sinais e maravilhas para confirmar a Palavra de Deus (Mc.16:20). É
por isso, aliás, que diz que Seus discípulos fariam maiores obras do que as que
Ele realizou (Jo.14:12).
Ao nos reportarmos a criação do homem, notamos que ele foi
criado para viver com Deus e em plena saúde. No Éden, o primeiro casal
não sofria qualquer enfermidade. Deus lhes deu condições para que tivessem
plena saúde física, moral e espiritual. Pois fez questão de plantar ali toda
árvore agradável à vista, e boa para comida, a árvore da vida e a árvore da
ciência do bem e do mal (Gn.2:9).
·
Árvore agradável à vista – Deus estava cuidando do bem-estar psíquico e mental do ser humano.
Todos nós sabemos que causa um bem-estar à nossa mente a
visualização de um ambiente natural, a contemplação da natureza. Por isso,
criava Deus condições, no Éden, para que o homem se sentisse bem mentalmente,
garantindo-lhe a saúde mental.
·
Árvore boa para comida – O Senhor também cuidou da saúde física do ser humano. Todos sabemos
que a alimentação é uma condição indispensável para termos uma boa saúde física
e Deus cuidou para que o primeiro casal tivesse uma alimentação perfeita, que
lhe propiciasse sempre a saúde física.
·
Árvore da vida e a árvore da ciência do bem e
do mal – que falam da comunhão com Deus e da
obediência ao Senhor.
Assim, cuidava Deus da
saúde espiritual do homem. Por meio da árvore da vida, o primeiro casal
usufruía do desfrute da eternidade, mantinha Sua comunhão com Deus, tinha
acesso à dimensão eterna, enquanto a árvore da ciência do bem e do mal era a
demonstração da soberania de Deus e da necessidade que tinha o homem de obedecer-Lhe
para manter a vida eterna, a comunhão com o Senhor.
Portanto, na inocência, o ser
humano tinha plenas condições de manter uma vida saudável, não havendo lugar
para enfermidade e morte, pois havia um ambiente de plena comunhão com Deus.
Mas, Em virtude do pecado, o homem
passou a sofrer o desgaste do seu
corpo, passando a
envelhecer e a estar sujeito não só a doenças, como à inevitável morte física,
que foi estabelecida como juízo em virtude da desobediência do homem (Gn.3:19).
Somos pó e deveremos tornar ao pó, já que o homem perdeu acesso à árvore da
vida e se tornou escravo do pecado. As doenças e a morte, portanto, são
consequência do pecado, a que estão sujeitos a todos os homens (Rm. 5:12).
Como sinal de que o Senhor era
realmente o Messias, a “semente da mulher”, Seu ministério terreno tinha de mostrar que as doenças e a morte física
poderiam ser superadas. É por este motivo que Jesus cura enfermidades e
ressuscita mortos, para nos mostrar que é Ele o Salvador da humanidade,
Aquele que veio nos dar novamente acesso a Deus, à vida eterna. Entretanto, o poder de Jesus para cura de enfermidades e
para ressurreição de mortos não representa imunidade dos discípulos de Cristo
às enfermidades e à morte física, como têm defendido os
pregadores da teologia da confissão positiva. As curas e ressurreições de
mortos operadas pelo Senhor Jesus são sinais de Sua messianidade, não uma
garantia de que os salvos não terão doenças, nem morrerão fisicamente. Só receberemos imunidade contra a doença e
contra a morte física na glorificação, o último estágio do processo da salvação. Além disso,
pela capacidade do senhor em demonstrar compaixão pelo ser humano, de sentir aquilo
que o próximo estava sentindo. Mas, o
propósito maior das curas e ressurreições de mortos operados por Jesus, era
levar as pessoas à vida eterna, concede-las a salvação. Tanto é que, em
quase todos os milagres operados por Jesus, o Senhor faz questão de falar a
respeito da salvação da pessoa curada (Mt.9:22; Mc.5:34; 10:52; Lc.7:50; 8:48;
17:19; 18:42). Portanto, os sinais,
prodígios e maravilhas servem para confirmação da Palavra (Mc.16:20) e o
objetivo da Palavra é levar aos homens à fé em Jesus (Rm.10:17), que nos trará
a salvação (Ef.2:8).
(1) – MARAVILHA = “TERAS” – Significa algo
extraordinário, estranho, fora do comum. A maravilha, pois, apela à imaginação
do homem, falando do poder sobrenatural de Jesus. Ex: ressurreição.
(2) – PRODÍGIO = “DUNAMIS”
– Significa poder real. O milagre tipo prodígio demonstra o poder de Deus, e
apela à nossa admiração, pasmo, reverência. É o exercício do poder divino na
esfera deste mundo humano e natural. Ex: cura
(3) – SINAL = “SEMEION”
– Significa marca, prova. O milagre com este nome é um meio autenticador divino
e apela à nossa razão. Como sinal fala
do reino espiritual superior de Deus, cujas verdades são simbolizadas
por estes sinais reveladores.
O Evangelho de João – sempre chama
os milagres de Jesus de sinais, isto
é, provas da Sua divindade e da obra divina que Ele veio realizar.
III – DEFINIÇÃO DOS
TERMOS
·
Doença – do latim dolentia de dolens = dor,
portanto indica perturbação em que há dor, corresponde à palavra grega algos,
algema que nos legou algia = dor.
·
Enfermidade – do latim infirmita, infirmitatis
(de infirmus) que significa fraqueza, debilidade. Incapacidade de realizar algo
de habitual devido a uma deficiência; corresponde no grego a astheneia =
astenia, que designa mais propriamente fraqueza muscular.
Então, doente é o que sente dor, o que sofre, o que padece; enfermo é o que está debilitado, enfraquecido pela doença.
Então, doente é o que sente dor, o que sofre, o que padece; enfermo é o que está debilitado, enfraquecido pela doença.
·
Morte – É a
separação da alma do corpo.
IV – CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS E ENFERMIDADES QUANTO A SUA ORIGEM
Muitas pessoas insistem em afirmar
que o crente fiel jamais pode ser acometido por enfermidades. Porém, a Bíblia
menciona diversos casos de homens tementes a Deus que sofreram com as
enfermidades. A pergunta então é inevitável: Qual é a origem das doenças, já que
Deus não criou o homem para enfermar ou morrer?
1. Consequencia do pecado.
Antes da queda, Adão desfrutava de
uma saúde perfeita e deveria viver eternamente em comunhão com o Criador, como
visto no tópico anterior. Mas ele pecou, desobedecendo a Deus. Como o “salário
do pecado é a morte”, Adão enfermou no corpo, na alma e no espírito (Rm 6.23; Gn
3.19). A enfermidade é consequência direta desse rompimento da relação entre
Deus e a humanidade, e não deve ser confundida com a vontade do Todo-Poderoso.
Todavia, isso não significa que toda vez que uma pessoa adoece é porque está em
pecado.
Certa vez, diante de um homem cego,
os discípulos de Jesus perguntaram-lhe: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais,
para que nascesse cego?” (Jo 9.2). Eles acreditavam que a cegueira daquele
homem era resultado de alguma desobediência específica. Porém, Jesus lhes
disse: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele
as obras de Deus” (Jo 9.3). Pode parecer estranho aos nossos olhos, mas aquela
enfermidade era para que o nome de Jesus fosse glorificado.
2. Provação.
Quem não quer desfrutar de uma boa
saúde? Algumas enfermidades geram limitações que nos impedem até mesmo de
realizarmos a obra do Senhor. Porém, o Pai Celeste permite algumas vezes que sejamos
provados para que a nossa fé cresça mediante uma maior experiência e comunhão
com Ele. O corpo pode estar debilitado pela doença, mas o espírito, como
resultado da confiança em Deus, está forte. Na Bíblia, temos muitos exemplos de
homens fiéis que foram acometidos por enfermidades: Ezequias (2 Rs. 20:1-11),
Jó (Jo. 1:1-22), Timóteo (1 Tm. 5:23).
3. Maligna.
Existem enfermidades cuja origem é
maligna. A Bíblia relata vários casos (Mc. 9:17; Lc. 13:10-17). Porém, o
inimigo das nossas almas não pode tocar na vida e na saúde de ninguém sem a
permissão de Deus (Jó. 2.6). A enfermidade física não significa necessariamente
que alguém esteja experimentando alguma forma de “possessão demoníaca” (1 Jo.
5:18; 2 Ts. 3:3).
V - O QUE FAZER DIANTE DA DOR E SOFRIMENTO
1. Não culpar ou questionar a Deus.
1.
Confiar em meio à dor.
2. Esperar um milagre.
VI – MILAGRES DE
JESUS REGISTRADOS POR LUCAS
Temos já visto neste trimestre que Lucas apresenta Jesus como o
homem perfeito, como o homem compassivo, como o médico que veio curar os homens
do maior mal que aflige a natureza humana, que é o pecado. Como homem perfeito,
em plena comunhão com Deus, Jesus é alguém que desfruta de comunhão com Deus e,
portanto, em condições de estar cheio do Espírito Santo, tendo compaixão do próximo,
lhe traz saúde física, moral e espiritual.
Lucas descreve curas realizadas pelo Senhor Jesus, sempre enfatizando
este lado compassivo de Cristo, a revelar que as curas buscavam não uma demonstração de
poder por parte de Nosso Senhor, mas, sim, uma comprovação do grande amor de
Deus para com o homem, que quer religá-lo a Deus, prometendo não só a cura
física imediata operada, mas a salvação da alma, que permitirá que, com a
glorificação, estejamos não só livres de qualquer doença, mas também da condenação
eterna.
Convém ressaltar, que apesar de Lucas ter formação médica
(Cl. 4:14), o evangelho que leva o seu nome, nos mostra que ele acreditava, no
poder de Deus que atuou sobre Cristo para cura de enfermidades (Lc. 5:17). Vejamos
os milagres registrados por Lucas:
Nº MILAGRES
REFERÊNCIAS
01 Libertação
de um endemoninhado em Cafarnaum
Lc 4.33-35
02 A cura da
sogra de Pedro Lc 4.38,39
03 A pesca
maravilhosa Lc 5.1-7
04 A cura de
um leproso Lc 5.12,13
05 A cura de
um paralítico
Lc 5.18-26
06 A cura do
homem com a mão ressequida Lc 6.6-10
07 A cura do
servo do centurião Lc 7.1-10
08 A
ressurreição do filho de uma viúva Lc 7.11-17
09 Acalmou a
tempestade Lc 8.22-25
10 A
libertação dos gadarenos Lc 8.26-40
11 A cura da
filha de Jairo
Lc 8.51-56
12 A cura do
fluxo de uma mulher Lc
8.43,44
13 A
multiplicação de pães e peixes Lc 9.12-17
14 A expulsão
de um demônio de um menino Lc 9.38-43
15 A
libertação do endemoninhado surdo e mudo Lc 11.14
16 A cura de
uma mulher que tinha um espírito de enfermidade
Lc 13.11-13
17 A cura de
um homem hidrópico Lc 14.1-6
18 A cura de
dez leprosos Lc 17.12-14
19 A cura de dois cegos Lc 18.35-43
20 O servo do
sumo sacerdote Lc 22.50.51
VII – A
CONTEMPORANEIDADE DOS MILAGRES DE JESUS
Lucas nos mostra que Jesus veio curar enfermidades e ressuscitar
mortos. Mas também nos relata que este poder que havia sobre Jesus também
estava à disposição de Seus discípulos.
Ao comissionar os doze discípulos para o “estágio” de seu discipulado,
Jesus deu-lhes poder para curarem enfermidades, enviando-os a pregar o reino de Deus e
a curar os enfermos (Lc.9:1,2). De igual modo, quando o Senhor
comissionou outros setenta discípulos para ir adiante dele nas cidades e
lugares por onde passaria, também lhes deu poder para curar enfermos e pregar o Evangelho (Lc.10:9).
Esta preparação dos discípulos para que curassem enfermidades, o médico amado nos mostra em Atos dos Apóstolos, que, a partir do dia de
Pentecostes, deveria ser esta uma constante na Igreja, que deveria pregar o Evangelho
e curar enfermos (At.1:8; Mc. 16:15-18). Tal circunstância mostra-nos,
portanto, que a missão completa dos
discípulos de Jesus não é apenas o de pregar o Evangelho, mas, também, de
confirmar a palavra que é pregada com sinais, prodígios e maravilhas,
entre os quais se destaca a cura de enfermos.
Portanto, se não vemos hoje tantas
curas operadas pelos servos de Cristo, porque não temos seguido o exemplo de
Cristo de mantermos uma vida de oração e de santificação, para que tenhamos a
“virtude do Senhor para curar”.
CONCLUSÃO
Jesus venceu todas as doenças e
venceu a morte, a maior inimiga do ser humano na Cruz. Isto não significa que
estejamos livres dessas realidades plenamente. Ainda habitamos um corpo frágil,
limitado e comum. O nosso corpo ainda não foi redimido nem revestido do corpo
glorioso que nos espera um dia (1Co. 15). Entretanto, o que Jesus fez na Cruz
do Calvário é suficiente para sabermos que cremos num Jesus poderoso que tem
compaixão por nós.
As doença e morte, geralmente, são
uma consequência da outra. Em Seu ministério, Jesus quase sempre, se deparou
com essas duas realidades. Quantos doentes e enfermos o nosso Senhor curou?
Coxos, cegos, deficientes físicos, leprosos, lunáticos, mãos mirradas etc.
Quantas pessoas foram ressuscitadas? — o relato mais famoso é a ressurreição de
Lázaro, um amigo de Jesus. Portanto, eses sinais seguirão aos que crêem. Nos
momentos de dor e aflição, corra para os braços do Pai Celeste! Muitos pensam
que chorar é sinal de fraqueza, mas não o é. Chore, e coloque diante do Senhor
toda a sua dor e sofrimento (1 Pe. 5:7). Deus é o dono da vida. A palavra final
é sempre dEle!
Lembrem-se: “O perdão é terapêutico. Muitas doenças são
resultado da falta de perdão, de mágoas e ressentimentos”.
“Um dia Jesus vai redimir o nosso corpo e
não estaremos mais sujeitos às enfermidades e à morte”. (Ap.21:4)
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia Online
Bíblia de Estudo
Pentecostal
Bíblia de estudo –
Aplicação Pessoal
Dicionário online de
Português
Lições Bíblicas CPAD – 2º Trimestre – 2015
Revista Ensinador
Cristão – nº 62 – CPAD
Lucas (Introdução e Comentário).
Leon L. Morris. VIDA NOVA.
Comentário
Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Portal
EBD – Dr. Caramuru Afonso Francisco.
Blog do Prof Luciano de Paula Lourenço
Consultas a sites de Estudos Bíblicos
Guia do
Leitor da Bíblia – Lawrence O.
Richards, CPAD.
Comentário Lucas – à Luz do Novo Testamento Grego. A.T.
ROBERTSON. CPAD
John Vernon McGee. Através da Bíblia – Lucas. RTM.
Hernandes Dias Lopes. MARCOS – O Evangelho dos Milagres.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva
Pentecostal.CPAD.
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