domingo, 17 de maio de 2015

PODER SOBRE AS DOENÇAS E MORTE



 2º TRIM. 2015 – LIÇÃO Nº 7 – PODER SOBRE AS DOENÇAS E MORTE

 Jesus, o Homem Perfeito – O Evangelho de Lucas, o médico amado


I – INTRODUÇÃO
Os Evangelhos mostram que Jesus, em Seu ministério terreno, provou que era o Messias precisamente porque operou sinais, prodígios e maravilhas, mostrando, assim, que era o profeta que já fora anunciado por Moisés quando este se despedia do povo de Israel. O líder israelita disse que o Senhor levantaria um profeta como ele (Dt.18:15), ou seja, um profeta que fizesse sinais e maravilhas como fez Moisés (Dt.34:10,11). Portanto, Jesus, enquanto homem, foi cheio do Espírito Santo e esta virtude O fez ter poder sobre as doenças e morte. Este é o assunto que estudaremos na aula de hoje.

II – A ORIGEM DAS DOENÇAS E DA MORTE
Em Seu ministério terreno, Jesus não utilizou dos Seus atributos divinos para operar milagres, mas, porque foi cheio do Espírito Santo e por isso, operou tais maravilhas (At.10:38). Tais obras foram feitas pela humanidade de Jesus, como uma demonstração de que o homem, em comunhão com Deus, pode, pelo Espírito Santo, operar sinais e maravilhas para confirmar a Palavra de Deus (Mc.16:20). É por isso, aliás, que diz que Seus discípulos fariam maiores obras do que as que Ele realizou (Jo.14:12).
Ao nos reportarmos a criação do homem, notamos que ele foi criado para viver com Deus e em plena saúde. No Éden, o primeiro casal não sofria qualquer enfermidade. Deus lhes deu condições para que tivessem plena saúde física, moral e espiritual. Pois fez questão de plantar ali toda árvore agradável à vista, e boa para comida, a árvore da vida e a árvore da ciência do bem e do mal (Gn.2:9).
·         Árvore agradável à vista – Deus estava cuidando do bem-estar psíquico e mental do ser humano.
Todos nós sabemos que causa um bem-estar à nossa mente a visualização de um ambiente natural, a contemplação da natureza. Por isso, criava Deus condições, no Éden, para que o homem se sentisse bem mentalmente, garantindo-lhe a saúde mental.
·         Árvore boa para comida – O Senhor também cuidou da saúde física do ser humano. Todos sabemos que a alimentação é uma condição indispensável para termos uma boa saúde física e Deus cuidou para que o primeiro casal tivesse uma alimentação perfeita, que lhe propiciasse sempre a saúde física.
·         Árvore da vida e a árvore da ciência do bem e do mal – que falam da comunhão com Deus e da obediência ao Senhor.
Assim, cuidava Deus da saúde espiritual do homem. Por meio da árvore da vida, o primeiro casal usufruía do desfrute da eternidade, mantinha Sua comunhão com Deus, tinha acesso à dimensão eterna, enquanto a árvore da ciência do bem e do mal era a demonstração da soberania de Deus e da necessidade que tinha o homem de obedecer-Lhe para manter a vida eterna, a comunhão com o Senhor.
Portanto, na inocência, o ser humano tinha plenas condições de manter uma vida saudável, não havendo lugar para enfermidade e morte, pois havia um ambiente de plena comunhão com Deus. Mas, Em virtude do pecado, o homem passou a sofrer o desgaste do seu corpo, passando a envelhecer e a estar sujeito não só a doenças, como à inevitável morte física, que foi estabelecida como juízo em virtude da desobediência do homem (Gn.3:19). Somos pó e deveremos tornar ao pó, já que o homem perdeu acesso à árvore da vida e se tornou escravo do pecado. As doenças e a morte, portanto, são consequência do pecado, a que estão sujeitos a todos os homens (Rm. 5:12).
Como sinal de que o Senhor era realmente o Messias, a “semente da mulher”, Seu ministério terreno tinha de mostrar que as doenças e a morte física poderiam ser superadas. É por este motivo que Jesus cura enfermidades e ressuscita mortos, para nos mostrar que é Ele o Salvador da humanidade, Aquele que veio nos dar novamente acesso a Deus, à vida eterna. Entretanto, o poder de Jesus para cura de enfermidades e para ressurreição de mortos não representa imunidade dos discípulos de Cristo às enfermidades e à morte física, como têm defendido os pregadores da teologia da confissão positiva. As curas e ressurreições de mortos operadas pelo Senhor Jesus são sinais de Sua messianidade, não uma garantia de que os salvos não terão doenças, nem morrerão fisicamente. Só receberemos imunidade contra a doença e contra a morte física na glorificação, o último estágio do processo da salvação. Além disso, pela capacidade do senhor em demonstrar compaixão pelo ser humano, de sentir aquilo que o próximo estava sentindo. Mas, o propósito maior das curas e ressurreições de mortos operados por Jesus, era levar as pessoas à vida eterna, concede-las a salvação. Tanto é que, em quase todos os milagres operados por Jesus, o Senhor faz questão de falar a respeito da salvação da pessoa curada (Mt.9:22; Mc.5:34; 10:52; Lc.7:50; 8:48; 17:19; 18:42). Portanto, os sinais, prodígios e maravilhas servem para confirmação da Palavra (Mc.16:20) e o objetivo da Palavra é levar aos homens à fé em Jesus (Rm.10:17), que nos trará a salvação (Ef.2:8).

  (1) – MARAVILHA = “TERAS” – Significa algo extraordinário, estranho, fora do co­mum. A maravilha, pois, apela à imaginação do homem, falando do poder sobrenatural de Jesus. Ex: ressurreição.
  (2)PRODÍGIO = “DUNAMIS” – Significa poder real. O milagre tipo prodígio de­monstra o poder de Deus, e apela à nossa admiração, pasmo, reverên­cia. É o exercício do poder divino na esfera deste mundo humano e natural. Ex: cura
  (3)SINAL = “SEMEION” – Significa marca, prova. O milagre com este nome é um meio autenticador divino e apela à nossa razão. Como sinal fala do reino espiritual superior de Deus, cujas verdades são simboliza­das por  estes  sinais reveladores.
O Evangelho de João – sem­pre chama os milagres de Jesus de sinais, isto é, provas da Sua divinda­de e da obra divina que Ele veio rea­lizar.

III – DEFINIÇÃO DOS TERMOS
·         Doença – do latim dolentia de dolens = dor, portanto indica perturbação em que há dor, corresponde à palavra grega algos, algema que nos legou algia = dor.
·         Enfermidade – do latim infirmita, infirmitatis (de infirmus) que significa fraqueza, debilidade. Incapacidade de realizar algo de habitual devido a uma deficiência; corresponde no grego a astheneia = astenia, que designa mais propriamente fraqueza muscular.
Então, doente é o que sente dor, o que sofre, o que padece; enfermo é o que está debilitado, enfraquecido pela doença.
·         Morte – É a interrupção temporária da vida no corpo, a separação da alma do corpo.

IV – CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS E ENFERMIDADES QUANTO A SUA ORIGEM
Muitas pessoas insistem em afirmar que o crente fiel jamais pode ser acometido por enfermidades. Porém, a Bíblia menciona diversos casos de homens tementes a Deus que sofreram com as enfermidades. A pergunta então é inevitável: Qual é a origem das doenças, já que Deus não criou o homem para enfermar ou morrer?
1. Consequencia do pecado.
Antes da queda, Adão desfrutava de uma saúde perfeita e deveria viver eternamente em comunhão com o Criador, como visto no tópico anterior. Mas ele pecou, desobedecendo a Deus. Como o “salário do pecado é a morte”, Adão enfermou no corpo, na alma e no espírito (Rm 6.23; Gn 3.19). A enfermidade é consequência direta desse rompimento da relação entre Deus e a humanidade, e não deve ser confundida com a vontade do Todo-Poderoso. Todavia, isso não significa que toda vez que uma pessoa adoece é porque está em pecado.
Certa vez, diante de um homem cego, os discípulos de Jesus perguntaram-lhe: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” (Jo 9.2). Eles acreditavam que a cegueira daquele homem era resultado de alguma desobediência específica. Porém, Jesus lhes disse: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9.3). Pode parecer estranho aos nossos olhos, mas aquela enfermidade era para que o nome de Jesus fosse glorificado.
2. Provação.
Quem não quer desfrutar de uma boa saúde? Algumas enfermidades geram limitações que nos impedem até mesmo de realizarmos a obra do Senhor. Porém, o Pai Celeste permite algumas vezes que sejamos provados para que a nossa fé cresça mediante uma maior experiência e comunhão com Ele. O corpo pode estar debilitado pela doença, mas o espírito, como resultado da confiança em Deus, está forte. Na Bíblia, temos muitos exemplos de homens fiéis que foram acometidos por enfermidades: Ezequias (2 Rs. 20:1-11), Jó (Jo. 1:1-22), Timóteo (1 Tm. 5:23).
3. Maligna.
Existem enfermidades cuja origem é maligna. A Bíblia relata vários casos (Mc. 9:17; Lc. 13:10-17). Porém, o inimigo das nossas almas não pode tocar na vida e na saúde de ninguém sem a permissão de Deus (Jó. 2.6). A enfermidade física não significa necessariamente que alguém esteja experimentando alguma forma de “possessão demoníaca” (1 Jo. 5:18; 2 Ts. 3:3).

V - O QUE FAZER DIANTE DA DOR E SOFRIMENTO
1.   Não culpar ou questionar a Deus.
1.      Confiar em meio à dor.
2.      Esperar um milagre.

VI – MILAGRES DE JESUS REGISTRADOS POR LUCAS
Temos já visto neste trimestre que Lucas apresenta Jesus como o homem perfeito, como o homem compassivo, como o médico que veio curar os homens do maior mal que aflige a natureza humana, que é o pecado. Como homem perfeito, em plena comunhão com Deus, Jesus é alguém que desfruta de comunhão com Deus e, portanto, em condições de estar cheio do Espírito Santo, tendo compaixão do próximo, lhe traz saúde física, moral e espiritual.
Lucas descreve curas realizadas pelo Senhor Jesus, sempre enfatizando este lado compassivo de Cristo, a revelar que as curas buscavam não uma demonstração de poder por parte de Nosso Senhor, mas, sim, uma comprovação do grande amor de Deus para com o homem, que quer religá-lo a Deus, prometendo não só a cura física imediata operada, mas a salvação da alma, que permitirá que, com a glorificação, estejamos não só livres de qualquer doença, mas também da condenação eterna.
Convém ressaltar, que apesar de Lucas ter formação médica (Cl. 4:14), o evangelho que leva o seu nome, nos mostra que ele acreditava, no poder de Deus que atuou sobre Cristo para cura de enfermidades (Lc. 5:17). Vejamos os milagres registrados por Lucas:

                               MILAGRES                                                REFERÊNCIAS
01        Libertação de um endemoninhado em Cafarnaum                 Lc 4.33-35
02        A cura da sogra de Pedro                                                   Lc 4.38,39
03        A pesca maravilhosa                                                          Lc 5.1-7
04        A cura de um leproso                                                         Lc 5.12,13
05        A cura de um paralítico                                                       Lc 5.18-26
06        A cura do homem com a mão ressequida                              Lc 6.6-10
07        A cura do servo do centurião                                               Lc 7.1-10
08        A ressurreição do filho de uma viúva                                    Lc 7.11-17
09        Acalmou a tempestade                                                       Lc 8.22-25
10        A libertação dos gadarenos                                                 Lc 8.26-40
11        A cura da filha de Jairo                                                       Lc 8.51-56
12        A cura do fluxo de uma mulher                                            Lc 8.43,44
13        A multiplicação de pães e peixes                                          Lc 9.12-17
14        A expulsão de um demônio de um menino                            Lc 9.38-43
15        A libertação do endemoninhado surdo e mudo                      Lc 11.14
16        A cura de uma mulher que tinha um espírito de enfermidade  Lc 13.11-13
17        A cura de um homem hidrópico                                           Lc 14.1-6
18        A cura de dez leprosos                                                       Lc 17.12-14
19        A cura de dois cegos                                                          Lc 18.35-43
20        O servo do sumo sacerdote                                                 Lc 22.50.51

VII – A CONTEMPORANEIDADE DOS MILAGRES DE JESUS
Lucas nos mostra que Jesus veio curar enfermidades e ressuscitar mortos. Mas também nos relata que este poder que havia sobre Jesus também estava à disposição de Seus discípulos.
Ao comissionar os doze discípulos para o “estágio” de seu discipulado, Jesus deu-lhes poder para curarem enfermidades, enviando-os a pregar o reino de Deus e a curar os enfermos (Lc.9:1,2). De igual modo, quando o Senhor comissionou outros setenta discípulos para ir adiante dele nas cidades e lugares por onde passaria, também lhes deu poder para curar enfermos e pregar o Evangelho (Lc.10:9). Esta preparação dos discípulos para que curassem enfermidades, o médico amado nos mostra em Atos dos Apóstolos, que, a partir do dia de Pentecostes, deveria ser esta uma constante na Igreja, que deveria pregar o Evangelho e curar enfermos (At.1:8; Mc. 16:15-18). Tal circunstância mostra-nos, portanto, que a missão completa dos discípulos de Jesus não é apenas o de pregar o Evangelho, mas, também, de confirmar a palavra que é pregada com sinais, prodígios e maravilhas, entre os quais se destaca a cura de enfermos. 
Portanto, se não vemos hoje tantas curas operadas pelos servos de Cristo, porque não temos seguido o exemplo de Cristo de mantermos uma vida de oração e de santificação, para que tenhamos a “virtude do Senhor para curar”.

CONCLUSÃO
Jesus venceu todas as doenças e venceu a morte, a maior inimiga do ser humano na Cruz. Isto não significa que estejamos livres dessas realidades plenamente. Ainda habitamos um corpo frágil, limitado e comum. O nosso corpo ainda não foi redimido nem revestido do corpo glorioso que nos espera um dia (1Co. 15). Entretanto, o que Jesus fez na Cruz do Calvário é suficiente para sabermos que cremos num Jesus poderoso que tem compaixão por nós.
As doença e morte, geralmente, são uma consequência da outra. Em Seu ministério, Jesus quase sempre, se deparou com essas duas realidades. Quantos doentes e enfermos o nosso Senhor curou? Coxos, cegos, deficientes físicos, leprosos, lunáticos, mãos mirradas etc. Quantas pessoas foram ressuscitadas? — o relato mais famoso é a ressurreição de Lázaro, um amigo de Jesus. Portanto, eses sinais seguirão aos que crêem. Nos momentos de dor e aflição, corra para os braços do Pai Celeste! Muitos pensam que chorar é sinal de fraqueza, mas não o é. Chore, e coloque diante do Senhor toda a sua dor e sofrimento (1 Pe. 5:7). Deus é o dono da vida. A palavra final é sempre dEle!

Lembrem-se: “O perdão é terapêutico. Muitas doenças são resultado da falta de perdão, de mágoas e ressentimentos”.

                       “Um dia Jesus vai redimir o nosso corpo e não estaremos mais sujeitos às enfermidades e à morte”. (Ap.21:4)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia Online
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal
Dicionário online de Português
Lições Bíblicas CPAD – 2º Trimestre – 2015
Revista Ensinador Cristão – nº 62 – CPAD
Lucas (Introdução e Comentário). Leon L. Morris. VIDA NOVA.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Portal EBD – Dr. Caramuru Afonso Francisco.
Blog do Prof Luciano de Paula Lourenço
Consultas a sites de Estudos Bíblicos
Guia do Leitor da Bíblia Lawrence O. Richards, CPAD.
Comentário Lucas – à Luz do Novo Testamento Grego. A.T. ROBERTSON. CPAD
John Vernon McGee. Através da Bíblia – Lucas. RTM.
Hernandes Dias Lopes. MARCOS – O Evangelho dos Milagres.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal.CPAD.

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