sábado, 23 de janeiro de 2016

ESTEJA ALERTA E VIGILANTE, JESUS VOLTARÁ



1º TRIM. 2016 – LIÇÃO Nº 4 –  ESTEJA ALERTA E VIGILANTE, JESUS VOLTARÁ
O FINAL DE TODAS AS COISAS – Esperança e glória para os salvos

INTRODUÇÃO
Ao iniciarmos o estudo da doutrina das últimas coisas, enfatizamos que Deus tem o máximo interesse que nós saibamos o que irá ocorrer no final dos tempos para que sejamos vigilantes, ou seja, tenhamos todo o cuidado necessário para não permitir que o nosso adversário nos engane e que venhamos a perder a oportunidade de viver eternamente com o Senhor.

I – O QUE SIGNIFICA ESTAR ALERTA
Estar alerta é estar vigilante, atentamente de vigia ou de atalaia.
                    estar atento, ágil, vivo.
                 grito ou clamor de aviso.
                 situação de prontidão.

II – O QUE SIGNIFICA VIGIAR
Um dos principais, senão o principal objetivo da revelação de Deus ao homem a respeito do futuro, é o de criar condições para que o homem que Lhe serve seja vigilante.
Se formos ao Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, perceberemos que a palavra “vigiar” tem diversos significados, a saber:

1) observar com atenção; estar atento a
2) observar secreta ou ocultamente; espreitar, espionar
3) cuidar com atenção, olhar por; velar
4) fazer fiscalização de; controlar, verificar
5) permanecer atento, alerta ou desperto
6) ficar de sentinela, de guarda, de atalaia.

Vejamos cada um desses significados:

1) Observar com atenção, estar atento a.
Quem vigia é quem observa com atenção, que está atento. O Senhor revelou-nos o que irá acontecer para que os crentes sejam observadores de tudo o que está acontecendo à sua volta, a fim de que, com olhos espirituais, identifiquem e detectem nos acontecimentos do dia-a-dia a iminência da volta de Jesus. O crente não deve viver separado da comunidade, nem alienado, mas deve ter conhecimento de tudo o que acontece a sua volta e no mundo (Rm.13:11) e interpretar conforme a Bíblia e sobre a orientação do Espírito Santo, pois o cristão é espiritual (I Co.2:15).

2) Observar secreta ou ocultamente, espreitar, espionar.
O crente deve ser alguém que tenha discernimento, que possa ver além da superficialidade, que investiga o lado espiritual dos acontecimentos. O crente tem a mente de Cristo (I Co.2:9-16), ou seja, tem acesso à profundidade das riquezas da sabedoria e da ciência de Deus (Rm.11:33) e, portanto, estando em comunhão com o Senhor, deve saber interpretar os acontecimentos sempre pelo ponto-de-vista espiritual, para que não sejamos enganados pelas mentiras da mídia.

OBS: Nunca tomar uma atitude sem antes saber o fato corretamente, por isso, temos que ter o conhecimento das Escrituras, o dom de discernimento de Espírito e oração. É o que nos faz evitar erros.

3) Cuidar com atenção, olhar por, velar.
O crente deve cuidar da sua vida espiritual, da sua comunhão com Deus, da sua salvação. A salvação é algo que tem de ser preservado, conservado, como nos ensina a Bíblia Sagrada, pois somente aquele que

perseverar até o fim será salvo (Mt.24:13).

a) em Hb.3:6, é dito que somente aqueles que conservam firmes a confiança e a glória da esperança até o fim podem dizer que são a casa de Deus, que são templo do Espírito Santo;

b) em I Ts.5:23, é dito que o crente tem de manter conservado irrepreensível todo o seu ser (espírito, alma e corpo) para a vinda de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo;

c) em Jd.1, os crentes são chamados de queridos em Deus Pai e conservados por Jesus Cristo, a indicar que somente aquele que se mantém em comunhão com o Senhor Jesus, que se submete a Seu senhorio, como vara ligada na videira, não se envolvendo com as coisas desta vida (Mt.24:37-39), será arrebatado no dia da vinda do Senhor;

d) Ter paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb.12:14);

e) O que refleia a sua língua, pois ela contamina o corpo todo e é inflamada pelo inferno (Tg.3:5-9).

4) Fazer fiscalização de, controlar, verificar.
O crente vigilante é aquele que vive conferindo a santidade, não a santidade dos outros, pois o crente não deve julgar o semelhante, pois esta é uma tarefa exclusiva do Senhor, o único juiz (Tg.4:11,12). O crente deve conferir a sua própria condição espiritual, deve examinar-se constantemente e observar se está sendo fiel ao Senhor, ou não (I Co.11:26,28).

5) Permanecer atento, alerta ou desperto.
A vigilância não é uma atitude episódica, um momento de reflexão ou de atenção transitório, periódico, como na semana da ceia do Senhor ou quando vamos ao culto ou a alguma reunião religiosa, mas uma atitude de vida, um modo de viver, um comportamento contínuo que deve ser uma constante até a vinda do Senhor. Os trezentos homens escolhidos para compor este exército vitorioso eram homens que, ao tomarem água, se comportavam como cães, pois permaneciam atentos, olhando tudo a sua volta, por isso foram achados dignos de pertencer ao exército que venceu os inimigos do povo de Deus.
A vigilância é o oposto do sono e, portanto, não podemos estar espiritualmente num estado de sono (Rm.13:11, I Co.11:30 e Ef.5:14).
Em I Co.11:30, o apóstolo Paulo fala de crentes fracos, doentes e que dormem, ou seja, pessoas que estão negligenciando a sua fé e pondo em risco a sua salvação. Diz o apóstolo que isto se devia a uma participação indigna na ceia do Senhor, ou seja, um comportamento negligente quanto à santificação, quanto à comunhão com o Senhor.

Lembramos aqui, aliás, de uma terrível doença existente na África, a chamada “doença do sono”, que é provocada por um parasita de apenas uma célula, o Trypanosoma brucei (espécie próxima do Trypanosomo cruzi, que causa a doença de Chagas) que, uma vez introduzido no sangue da vítima, começa a trazer inúmeros problemas de saúde, que, se não tratados a tempo, levarão o doente à morte. Tudo começa com uma simples picada de uma mosca que é vetor da transmissão e começa a trazer complicações, notadamente no sangue do doente, que acabam por levar ao enfraquecimento, motivado pela anemia, à indolência, à falta de ânimo, daí o nome de “doença do sono”.
De igual modo, se dermos lugar ao diabo em nossas vidas, se permitirmos que o pecado se introduza em nossa maneira de viver, acabaremos fracos, doentes e acabaremos por sucumbir espiritualmente. Por isso, a Bíblia é claríssima ao dizer que não devemos dar lugar ao maligno (Ef.4:27), bem como que está o diabo pronto a tragar todos os que se descuidarem (I Pe.5:8).
Não podemos nos descuidar. Mesmo um instante de sono espiritual, uma “pescadinha”, como diz o vulgo, é suficiente para trazer grande prejuízo para o crente, como salienta o Senhor Jesus na parábola do joio e do trigo, quando mostrou que o joio pôde ser introduzido no campo precisamente porque os homens dormiram e isto foi o suficiente para que o inimigo semeasse o joio no campo (Mt.13:25).
Em Ef.5:14, o apóstolo Paulo também está a falar sobre a conduta que deve ter o salvo em Cristo Jesus na sua vida sobre a face da Terra e, mais uma vez, diz que o salvo não pode dormir, ou seja, não pode viver imprudentemente, desperdiçando o tempo com as coisas desta vida e deixando de observar a
vontade do Senhor.
A vigilância é um modo de vida, uma maneira de viver e, isto, uma vez mais, tem a ver com a santidade, pois, como diz o apóstolo Pedro, esta maneira de viver foi o resultado do resgate que tivemos por obra do sangue de Cristo Jesus, um novo “modus vivendi” que é diferente daquele que recebemos de nossos pais (I Pe.1:18,19), que é herança da natureza pecaminosa em que fomos gerados (Sl.51:5).

6) Ficar de sentinela, ficar de guarda, ficar de atalaia.
O crente vigilante é um crente que não só se precavém do mal e das astutas ciladas do diabo, como também anuncia a todos quantos estão à sua volta do perigo que estão a correr, que dá notícia da realidade, da verdadeira situação em que o mundo se encontra. Um cristão sincero e verdadeiro jamais se cala diante do momento delicado e importante que estamos vivendo, pois é consciente de que o servo de Deus, que é feito conhecedor do cumprimento das profecias bíblicas e da proximidade da vinda do Senhor bem assim de que estamos no final da dispensação da graça, não será tomado por inocente se se calar (Ez.33:1-11).

7) Segundo o mesmo Dicionário Houaiss, do latim vigìlo,as,ávi,átum,áre 'velar, vigiar, estar alerta, não dormir'.
O crente vigilante é aquele que não dorme. Dormir, como vemos na parábola das dez virgens, tem o significado de ter distraída a atenção para as coisas desta vida, descuidar da presença de Deus nas nossas vidas. As virgens loucas não tinham azeite em suas lâmpadas, ou seja, tiveram desviada a sua atenção para as coisas desta vida e se descuidaram de ter o Espírito Santo em seu interior, o que acontece quando nós O entristecemos (Ef.4:30).

Visto o que é vigiar, é importante observarmos que a vigilância tem três aspectos adicionais importantíssimos que não podemos negligenciar.

1. A vigilância, embora seja uma atitude exigível de cada servo de Deus, depende da ajuda do Senhor e, por isso mesmo, é resultado da esperança, como vimos na lição anterior, é a confiança no auxílio divino.
Para vigiar, o crente necessita da ajuda do Senhor, da cooperação divina, pois, “se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Sl.127:1). Para vigiar, precisamos nos voltar ao Senhor e clamar pela Sua ajuda, pela Sua orientação. Eis porque os meios de santificação são absolutamente indispensáveis para que possamos ter uma vida de vigilância. A vigilância é tarefa nossa, mas devemos sempre lembrar que somos, em tudo, dependentes do Senhor.

2. A vigilância está associada a uma vida de oração, inclusive a oração intercessória, como vemos em Ef.6:18. A vigilância deve sempre ser acompanhada da oração, oração que seja perseverante e que, inclusive, envolva a intercessão em favor dos santos. A vigilância não é individualista, mas também deve ser uma atitude que leve em conta o próximo, ainda que seja por intermédio da intercessão.
O Senhor Jesus, quando do episódio do Getsêmane, deixa-nos isto bem claro, ao afirmar que, por não terem se mantido em oração, Seus discípulos mais próximos, em especial Pedro, haviam negligenciado na vigilância (Mt.26:40; Mc.14:37; Lc.22:46). A oração é indispensável para que mantenhamos uma vida de vigilância. Como diz o refrão de conhecido hino de autoria de Fanny Jane Crosby (1820-1915): “Vigiar é ordem santa, vigiar em oração. Breve Cristo voltará, para os céus nos levará”.
Pedro, que foi pessoalmente repreendido pelo Senhor Jesus quanto a esta falta de vigilância no Getsêmane, demonstra ter aprendido esta lição, pois, em sua primeira epístola, recomenda a todos os crentes que vigiassem em oração (I Pe.4:7).

3. Leitura e meditação da Palavra de Deus.

III – O QUE SIGNIFICA NÃO VIGIAR
  • Não atentar para as profecias bíblicas e as ordenanças de Cristo (II PE.3:4).
  • Não ser como as virgens néscias ou loucas que negligenciaram e não se abasteceram de azeite.

  • Pessoas que não mais se preocupam em refletir a glória de Deus (Mt.5:16; II Co.3:18; II Rs.4:9).
  • Uma sensação de que haverá uma segunda oportunidade.
  • Uma sensação de que se podem controlar os eventos escatológicos.
  • Um aprendizado distorcido da escatologia.
  • O crente morno, o que vive em conformidade com o mundo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia Online.
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Plenitude.
Dicionário online de Português.
Dicionário da Bíblia, Teologia e Filosofia – R.N. CHAMPLIN.
Dicionário wycliffe.
Dicionário Houaiss.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Pequena Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer – IBAD.
Lições Bíblicas CPAD – 1º Trimestre – 2016.
Lições Bíblicas CPAD – 4º Trimestre – 2004.
Revista Ensinador Cristão – nº 65 – CPAD.
O Final de Todas as Coisas Elinaldo Renovato de Lima – CPAD.
Portal EBD – Dr. Caramuru Afonso Francisco.
Consultas a sites de Estudos Bíblicos. 


                                    LIÇÃO Nº 3 – ESPERANDO A VOLTA DE JESUS (QUESTÕES)

 
1 – O Espírito Santo apresenta sete qualidades que se encontram em (Is.11:2) e que o apóstolo João chama no livro de Apocalipse de Os sete Espíritos de Deus. Uma dessas qualidades é o:
(   ) Espírito de prudência.                                       
(   ) Espírito de amor.
(   ) Espírito de temor.                                   

2 – O apóstolo Pedro em (II Pe.3:3), chama as pessoas que já não mais esperam a volta de Cristo de:
(   ) “Desatentos”.                                     
(   ) “escarnecedores”.                          
(   )“desapercebidos”.                                                 

3 – As “virtudes teologais” são três:
(   ) Fé, amor e esperança.                                                   
(   ) Fé, temperança e esperança.                                       
(   ) Fé, amor e bondade.

4 – É o símbolo da esperança:
(   ) Bússola.                                              
(   ) Âncora.                                            
(   ) Radar.   

5 – Depende da esperança:
(   ) Perseverança.                                     
(   ) Bondade.                                          
(   ) Fé.
                                    
LIÇÃO Nº 4 – ESTEJA ALERTA E VIGILANTE, JESUS VOLTARÁ (QUESTÕES)

6 – A vinda de Jesus é comparada a um relâmpago, porque:
(   ) Num dia chuvoso.                                             
(   ) Será repentina.                                        
(   ) Avisada antes de ocorrer. 
 
7 – era um homem justo que viveu em uma cidade perversa, chamada:
(   ) Gomorra.                                                 
(   ) Babilônia.                                       
(   ) Sodoma.   

8 – Para não sermos enganados pelos falsos Cristos, precisamos ter:
(   ) Discernimento.                                
(   ) Dom de profecia.                                         
(   ) Dom de revelação.     

9 – Sobre Sodoma e Gomorra, Deus fez chover:              
(   ) Um dilúvio.                                             
(   ) Enxofre e fogo.                                                   
(   ) Granizo e enxofre. 

10 – A mulher de Ló durante a fuga resolveu:
(   ) Não Sair de sua casa.                          
(   ) Ficar parada.   
(   ) Olhar para trás.     
 
 

domingo, 3 de janeiro de 2016

ESCATOLOGIA, O ESTUDO DAS ÚLTIMAS COISAS



1º TRIM. 2016 – LIÇÃO Nº 1 –  ESCATOLOGIA, O ESTUDO DAS ÚLTIMAS COISAS
O FINAL DE TODAS AS COISAS – Esperança e glória para os salvos

 

INTRODUÇÃO AO TRIMESTRE



Estamos iniciando mais um ano letivo da Escola Bíblica Dominical e neste primeiro trimestre, teremos um “trimestre temático” – Escatologia, que é a doutrina das últimas coisas. Um assunto de grande relevância para a Igreja, sendo uma rara oportunidade para reavivarmos entre os crentes o interesse pelas coisas que brevemente hão de acontecer, impedirmos que se apague a chama da esperança da volta de Cristo, impulsionando-os a realizarem a obra deste tempo do fim e se prepararem para encontrar com o seu Senhor nos ares. Também nos mostra que Deus está no pleno controle de todas as coisas e por isso, podemos confiar totalmente n’Ele.
Quando os crentes ficaram perplexos, olhando para o céu, após a ocultação da figura física de Jesus, de imediato o Senhor mandou dois anjos para lembrar àqueles discípulos que aquele Jesus, que havia acabado de retornar aos céus, haveria de voltar da mesma forma que havia subido para a glória (At.1:11). Sabemos que sem a perspectiva da volta de Cristo, não há esperança para o crente, não há sentido em nossa vida espiritual, a nossa adoração a Deus perde a razão de ser. É por este motivo, que o nosso adversário tem procurado, de todas as formas, retirar dos púlpitos as mensagens em torno deste assunto, como também levantado inúmeras seitas e heresias cujo intento é, alterar e distorcer a verdade a respeito da doutrina das últimas coisas, visando, assim, estabelecer um ambiente de confusão e de desesperança entre os crentes.
Este trimestre pode ser dividido em quatro blocos.
1) Uma introdução ao tema, com o estudo dos aspectos gerais da doutrina das últimas coisas (lição 1).
2) Diz respeito aos eventos escatológicos concernentes à dispensação da graça e à Igreja, abrangendo os fatos que estão profetizados ainda durante a presença da Igreja na Terra e os eventos que ocorrerão com a Igreja após o arrebatamento. Este bloco contém as lições 2 a 7, onde estudaremos os sinais da volta de Cristo, a necessidade da esperança do retorno de Cristo e da vigilância por parte dos salvos, o arrebatamento, as bodas do Cordeiro e o Tribunal de Cristo.
3) Diz respeito aos eventos escatológicos que não dizem respeito à Igreja mas que envolvem tanto judeus quanto gentios (lições 8 a 11), quando estudaremos a respeito da Grande Tribulação, da vinda de Jesus em glória, do Milênio e do juízo final.
4) Abrange as lições 12 e 13, onde estudaremos sobre a consumação de todas as coisas, falando dos novos céus e da nova terra e do destino final dos mortos.

A capa da revista apresenta-nos:

  • Um relógio
A nos mostrar que está se aproximando a última hora, a nos lembrar o que nos fala o apóstolo João em sua primeira epístola (I Jo.2:18), quando nos alerta que já estamos na última hora, ou seja, que a volta de Cristo é Próxima, que todos os salvos precisam estar preparados, pois os sinais apontados pelo Senhor Jesus estão se cumprindo, a nos mostrar que, muito breve, o Senhor virá buscar a Sua Igreja desencadeando os últimos eventos preditos.

  • Um anjo tocando uma trombeta.
A nos dizer que em breve a trombeta soará, como nos mostra (I Ts. 4:16).

O comentarista do trimestre:

Pastor Elinaldo Renovato de Lima – presidente das Assembleia de Deus em Parnamirim/RN.
 
LIÇÃO 1 – ESCATOLOGIA, O ESTUDO DAS ÚLTIMAS COISAS


INTRODUÇÃO
Estudaremos nesta lição sobre a doutrina das últimas coisas a Escatologia, que são os ensinos bíblicos a respeito dos “últimos dias”, compreendidos entre o tempo a partir da vitória de Cristo sobre a morte e o pecado, e os fatos subsequentes até o final da história humana.
A promessa da volta de Cristo e o fim do atual período da dispensação da graça é a profecia mais repetida no Novo Testamento.
Devemos, portanto, ao estudar a doutrina das últimas coisas, não nos deixar levar pela curiosidade pura e simples, nem enxergá-la como um exercício de futurismo ou de adivinhação, mas como um eficaz e necessário instrumento para que venhamos servir a Deus com mais fé, esperança e disposição.

I – ESCATOLOGIA – A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS

1.1.    Definição

GREGOEscathos = últimas coisas  
logos ou logia =estudo” ou “tratado”.

Portanto:“Estudo das últimas coisas”.

1.2. Objetivos:
·   Mostrar o que está prestes a acontecer.
·   Preparar o crente para encontrar-se com o Senhor.
·   Tranquilizar o povo de Deus quanto aos últimos acontecimentos.
·   Alertar a todos que o noivo está chegando.

O estudo das últimas coisas tem uma profecia chave nas Escrituras. Para estudarmos e entendermos os últimos eventos, precisamos nos prender a esta profecia que é a base, a estrutura de tudo o que vai acontecer nos últimos dias: a profecia das setenta semanas de Daniel (Dn.9: 24-27). Esta profecia revela o futuro de Israel.
Não é nosso objetivo, até porque não é este o tema de estudo nesta lição, dissecarmos a profecia das setenta semanas de Daniel, mas de demonstrar que é a partir do que está nesta profecia que devemos compreender as profecias bíblicas ainda não cumpridas.
A profecia das setenta semanas inicia-se com o término do cativeiro da Babilônia, que era o objeto da preocupação e indagação do profeta Daniel.

Como sabemos, as setenta semanas de Daniel são divididas em três grupos:

1) Um grupo de 7 semanas –  A revelação dada ao profeta estabeleceu que haveria uma ordem para a restauração e edificação de Jerusalém e que, a partir desta ordem, haveria um tempo de sete semanas para o término da obra. Efetivamente, da ordem dada por Ciro para a reconstrução de Jerusalém (II Cr.36:22,23 e Ed.1:1) até o término da obra por Neemias (Ne.6:15), houve um período de 49 anos, ou seja, sete semanas de anos cumpridos (7X7= 49 anos).

2) Um grupo de 62 semanas – A profecia fala de “sessenta e duas semanas” até a vinda do Messias. Se verificarmos os episódios históricos, vemos que, entre a reconstrução de Jerusalém, terminada por Neemias, e a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, passaram-se 434 anos, ou seja, 62 semanas de anos cumpridos (62X7 = 434 anos).

A profecia diz que o Messias seria tirado e não seria mais (Dn.9:26). Isto se cumpriu literalmente, pois, os judeus rejeitaram Jesus, mandando-o à crucificação (Mt.27:23-26), havendo a interrupção do relacionamento entre Deus e o povo judeu, que Paulo, em sua carta aos Romanos, figura como sendo a quebra dos ramos naturais da oliveira e o enxerto do zambujeiro (Rm.11:17-32). Há uma parada na

profecia das setenta semanas, pois surge um período de tempo que não se refere ao povo de Israel (a profecia diz respeito a Israel - Dn.9:24), que é o período chamado de “dispensação da Igreja” ou “dispensação da graça”.

3) Um grupo de uma semana – A última semana de Daniel que está para acontecer 7X1 = 7 anos não cumpridos).
Portanto: (7 semanas + 62 semanas = 69 semanas + 1 semana = 70 semanas).

Em razão da interpretação da profecia de Daniel, nós temos linhas de pensamento diferentes.

II – AS LINHAS DE PENSAMENTO DA ESCATOLOGIA NA HISTÓRIA DA IGREJA
O período da última semana de Daniel (Dn.9:27), tem sido conhecido pelo nome de “Grande Tribulação”, expressão tirada de Ap.7:14, qualificada como um “tempo de angústia que nunca houve” (Dn.12:1).
Toda a divergência está na última semana de Daniel. Para alguns intérpretes, esta última semana estava relacionada com a destruição do templo de Jerusalém, outros dizem ainda que estaria relacionada com a profanação do templo pelo rei Antíquo Epifânio, ainda no período intertestamentário (antes do nascimento de Jesus). Portanto para muitos, esta semana já aconteceu (Preteristas). Só que isto não é verdade, pois Jesus no Sermão Profético (Mt.24:15) fala deste episódio como algo futuro. Os Históricos dizem que se cumpriram a maior parte dos fatos. Os Simbolistas dizem que são apenas simbologia, alegoria. Muitos entendem que esta última semana de Daniel ainda está para acontecer (Futuristas). Portanto, basicamente, três têm sido os pensamentos a respeito de quando ocorrerá este período, a saber:

a) Pré-tribulacionismo – é a linha de pensamento que entende que a Grande Tribulação ocorrerá imediatamente após o arrebatamento da Igreja, ou seja, a Igreja não passará pela Grande Tribulação. É a posição oficial das Assembléias de Deus. O item 11 do Cremos das Assembleias de Deus é bem claro a este respeito: “Cremos: Na Segunda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira - invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação; segunda - visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos. (1Ts 4.16. 17; 1Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5 e Jd 14)”.

b) Mídi-tribulacionismo – é a linha de pensamento que entende que metade da Grande Tribulação (Dn.9:27) ocorrerá antes do arrebatamento da Igreja, ou seja, a Igreja não passará pela segunda metade da Grande Tribulação. É a posição que tem sido assumida no período recente por diversos estudiosos da Bíblia, inclusive ensinadores vinculados às Assembléias de Deus.

c) Pós-tribulacionismo – é a linha de pensamento que entende que a Igreja sofrerá toda a Grande Tribulação, negando até a existência do arrebatamento da Igreja como um evento separado da vinda de Jesus em glória. Isto ocorreria quando Jesus viesse livrar a Israel. É a posição oficial dos movimentos adventistas.

Além dessa discussão, há, ainda, uma outra discussão a respeito do reino milenial de Cristo, um elemento central da escatologia do Antigo Testamento que era o estabelecimento do reino do Messias em Israel. Este é tratado em Ap. 20:2-4. Surgiram, também, três linhas de pensamento a respeito do milênio:

a) Pré-milenismo – é a linha de pensamento segundo a qual o reino milenial de Cristo é anterior ao julgamento final e ao fim da história humana, ou seja, antes do fim deste mundo, Cristo ainda reinará mil anos sobre a Terra. É a posição oficial das Assembléias de Deus.
b) Pós-milenismo – é a linha de pensamento segundo a qual o reino milenial de Cristo é posterior ao julgamento final e ao fim da história humana, ou seja, o milênio, na verdade, é o estado eterno, o novo céu e a nova terra onde habita a justiça, sendo a expressão “mil anos”, pois, metafórica, que significa a eternidade. É a posição dos movimentos adventistas.
c) Amilenismo – é a linha de pensamento segundo a qual o reino milenial de Cristo é a própria dispensação da Igreja, ou seja, o reino de Cristo é o domínio da Igreja sobre o mundo, o triunfo da evangelização. Quando todos os homens se converterem, virá o fim da história. É a posição oficial da Igreja Romana.


III – A NECESSIDADE DO ESTUDO DA DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS

Este estudo é necessário porque:

1) Deus não faz coisa alguma sem qualquer propósito ou finalidade (Ecl.3:1).

2) Deus está no cotrole de tudo, Ele é o Senhor de todas as coisas (Sl.24:1; Hb.1:3).

3) Deus permite ao homem que tome uma decisão consciente a respeito de seu destino eterno (Rm.1:19).

4) Deus revela, nas profecias, os Seus propósitos, os Seus objetivos e para onde deve o homem caminhar se quiser agradá-l’O (Jo.16:13).

5) Deus nos faz ter discernimento a respeito dos fatos que ocorrem à nossa volta (I Co.2:15).

6) O próprio exemplo das Escrituras, que nos indicam a necessidade do ensino desta doutrina à Igreja.
7) Para que o crente não deixe de dar prioridade às coisas celestiais.

CONCLUSÃO
Como já dissemos neste estudo, a doutrina das últimas coisas nos faz compreender a soberania divina e vemos que Deus é o Senhor eterno de todas as coisas. A palavra profética, ou seja, a doutrina das últimas coisas tem em sua finalidade  consolar o crente, dá sentido e razão de ser para os sofrimentos, e perseguições sofridas pelos cristãos e por fim, dá ao crente o que Pedro denominou de “ânimo sincero” (II Pe.3:1).  Por isso, a palavra do crente que conhece Escatologia só pode ser a veiculada por Paulo: “maranata”, ou seja, ora vem, Senhor Jesus!!!