domingo, 24 de julho de 2016

O TRABALHO E ATRIBUTOS DO GANHADOR DE ALMAS


3º TRIM. 2016 – LIÇÃO Nº 4 – O TRABALHO E ATRIBUTOS DO GANHADOR DE ALMAS

 O DESAFIO DA EVANGELIZAÇÃO  Obedecendo ao ide do Senhor Jesus de levar as boas novas a toda criatura

INTRODUÇÃO
O trabalho de ganhar almas é de iniciativa divina e somente quem tem comunhão com o Senhor pode fazê-lo, tendo de preencher alguns requisitos para realizar seu trabalho de evangelização.

I – O TRABALHO DO GANHADOR DE ALMAS
1.1. Definição de Evangelista.
Aquele que é chamado para pregar o Evangelho em muitos lugares.

1.2. Evangelista no Antigo Testamento.
Portador de Boas-Novas.

1.3. Evangelista no Novo Testamento.
Apesar de Filipe receber o título, a Igreja como um todo evangelizava.

A expressão “ganhador de almas” é bíblica, pois, em Pv.11:30, Salomão nos diz que “quem ganha almas sábio é”, sentença que se encontra em paralelismo com “o fruto do justo é árvore de vida”, e, como sabemos, o “paralelismo hebraico” traz a mesma ideia por meio de palavras diferentes. Portanto, “O significado certamente é que o sábio ganhe a vida de outras pessoas por meio do seu exemplo, da mesma forma que a sua justiça seja uma árvore de vida para outros como também para si mesmo” (frutifica).
Antes de falarmos dos atributos do ganhador de almas, faz-se preciso, dentro do propósito de nossa lição, entender qual é o trabalho do ganhador de almas.
Como já vimos nas lições anteriores que a evangelização é o ato de evangelizar e evangelizar é pregar o Evangelho e pregar o Evangelho é pregar o reino de Deus, pregar Jesus Cristo, pregar a Palavra de Deus.
Vemos, pois, que o trabalho do ganhador de almas é:

1) Manejar bem a Palavra de Deus (conhecer bem as Escrituras).
É o que vemos tanto em Jesus quanto nos apóstolos: total domínio do conteúdo da Bíblia Sagrada. Podemos ver nos trabalhos evangelísticos dos apóstolos e dos demais integrantes da igreja primitiva, o conhecimento das Escrituras como um elemento basilar nas pregações (I Co.15:3,4; Lc.24:45-48). Não há como evangelizar se não tivermos conhecimento da Palavra de Deus. Portanto, Paulo bem disse a Timóteo (II Tm.2:15).
O estudo da Palavra de Deus, além de ser fundamental para o nosso crescimento espiritual, para a nossa santificação (Jo.17:17; Hb.12:14), para que possamos chegar à glorificação, visto que sem a santificação ninguém verá o Senhor, além de ser indispensável para a nossa sobrevivência espiritual, vez que a Palavra de Deus nos é tão essencial para o homem interior como é o pão para o nosso corpo físico (Mt.4:4), é também uma atitude imprescindível para que possamos cumprir a Grande Comissão, para que possamos ganhar almas para o Senhor Jesus. Eis um dos fatores pelos quais hoje a evangelização vem sendo tão negligenciada e há um déficit muito impressionante nas igrejas locais em relação a este ponto: o desconhecimento da Palavra de Deus.
Obs: O conhecimento das Escrituras não é um mero conhecimento intelectual. “Manejar bem a Palavra da verdade” envolve não só habilidade para encontrar textos bíblicos, saber interpretá-los e relacioná-los com outras passagens bíblicas, mas, também, ter uma vida condizente com o que é pregado (At.1:1; Ed.7:6,10). Estamos aqui no sentido hebraico da palavra “conhecer”, que significa ter intimidade, ter experiência, vivenciar o que consta nas Escrituras.

2) Deve ter uma vida de oração

Vemos que o Senhor Jesus vivia orando em todo o Seu ministério terreno. A oração era tanta na vida de Cristo que os Seus discípulos resolveram pedir que Ele os ensinasse a orar (Lc.11:1). Vejamos outras referências quanto a necessidade da oração (Lc.6:12,13; At.1:14; At.3:1; At.2:42; At.10:1,2 e 9; At.9:11,19-21). Portanto, não há como evangelizar sem que se tenha uma vida de oração, sem que se mantenha uma comunhão estreita com o Senhor Jesus e se desfrute da companhia do Espírito Santo.


3) Oração reforçada com o jejum.
Depois da partida de Cristo para os céus, o jejum é necessário para os discípulos do Senhor Jesus (Mt.9:15; Mc.2:20; Lc.5:35). O jejum fortalece o espírito do ganhador de almas, mortifica a carne e lhe dá condições, inclusive, de enfrentar toda a sorte de hostes espirituais da maldade, já que, no trabalho de evangelização, é imperioso que se esteja apto para expulsar demônios e curar enfermos (Lc.9:1; 10:1,9) e há espíritos malignos que somente podem ser expulsos com jejum e oração (Mt.17:21; Mc.9:29).

4) Um desejo ardente de ganhar almas para o Senhor Jesus.
Este, deve ter o amor de Deus em seu coração. O Senhor Jesus veio ao mundo para salvar a humanidade (Jo.3:17) e sentia compaixão pelas almas (Mc.6:34) e este mesmo amor divino foi derramado pelo Espírito Santo no coração dos salvos (Rm.5:5), de modo que o membro em particular do corpo de Cristo tem, também, este mesmo desejo ardente de levar a mensagem da salvação para toda a criatura. É imbuído deste amor que o ganhador de almas chega a fazer-se ‘tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns’, I Co.9:19,23. Portanto, a maior prova de que possuímos a natureza de Deus é que queremos ganhar almas para Ele ainda que para tal tenhamos de colocar em risco a nossa vida: At.20:23,24.

Como já temos visto, O conteúdo da evangelização é a pregação do Evangelho, que é a pregação do reino de Deus, de Jesus Cristo e da Palavra de Deus. Portanto, pregar o Evangelho:
_ não é uma profissão;
_ não é dar esmolas,
_ não é reformar as pessoas.
A salvação não é adquirida pelo fato de alguém levantar a mão, deixar de fumar, recusar a bebida forte, e abandonar todos os vícios. Se o homem pudesse salvar-se, só exercendo o poder da vontade, Deus não teria dado Seu Filho para sofrer no Calvário. Mas é promover uma transformação (Rm.12:2), o surgimento de uma nova criatura.

_ não é atrair alguém ao pregador, mas, sim, levá-lo a Cristo Jesus.
A alma é atraída pela personalidade ou eloquência do pregador, que permanece fiel só durante o tempo que o pregador fica presente. O grande número de almas que Paulo ganhou para Cristo, não foi atraída pela personalidade de apóstolo. “Sua presença corporal é fraca’ (II Co.10:10).

_ É pescar.
Quando Jesus chama Pedro, Tiago e João para O seguir, no episódio da pesca maravilhosa, o Senhor lhes diz que eles seriam “pescadores de homens” (Lc.5:10). “…A palavra nesta passagem no original traduzida literalmente, quer dizer: ‘Apanhar homens vivos’, dando a ideia de salvá-los completamente.
Quando verificamos a atividade da pesca, vemos que é possível a pesca com anzol, em que se pescam os peixes um a um, como também a pesca com redes, em que há uma pesca coletiva de peixes. Pedro, mesmo, é apresentado, no texto sagrado, em ambas as situações: pescando um peixe com anzol (Mt.17:27) e com rede (Lc.5:5,6; Jo.21:6,8,11).
A causa formal da evangelização é a sua maneira de ser, o modo pelo qual ela se apresenta e, quando o Senhor Jesus disse que Seus discípulos seriam “pescadores de homens”, de pronto nos apresenta dois modos de evangelismo, dois métodos de evangelização:

1) O evangelismo pessoal (a pesca individual, “com anzol”).
É o evangelismo feito individualmente, num contato direto com uma pessoa. Foi este o evangelismo praticado pelo Senhor Jesus com a mulher samaritana (Jo.4:1-28), com Nicodemos (Jo.3:1-21), com o paralítico do tanque de Betesda (Jo.5:1-15), entre outros episódios.
 


Vantagem: É que todos podem evangelizar. Além de contribuir para o crescimento quantitativo da igreja, contribui, também, para o crescimento qualitativo do crente. Pois quando ele ganha uma alma para Cristo, além de se sentir útil e realizado, também ganha autoconfiança.
Neste evangelismo, o ganhador de almas alcançará as pessoas pelo método direto, através de perguntas (At.8:30-35), aproveitando circunstâncias ocasionais, tais como situação mundial à luz das profecias; pelo método da literatura, utilizando literatura selecionada e objetiva, aproveitando comemorações (Natal, Páscoa etc.), usando literatura conforme a idade, orando para a semente germinar, falando algo para a pessoa a quem se pretende dar a literatura; aproximando-se das almas no plano em que se encontram (At.8:26,29; Jo.4:7; At.8:30); sendo atenciosos (Jo.4:18 – “disseste bem”; Lc.10:28 – “respondeste bem’); usando o tato (I Co.9:19-22); falando com convicção (At.27:25); Jo.9:25; II Tm.2:12); sendo positivo; não discutindo (II Tm.2:24,25); dando ênfase ao Salvador nunca à igreja (At.4:12; Jo.14:6; 4:20-29); no aconselhamento, enfatizando a maior necessidade (Jo.3:13); fazendo o diagnóstico e aplicando o remédio (Mc.10:17-21); usando de sabedoria (Pv.11:30) na aproximação (Rm.10:19), nas palavras (Mt.10:16) e nos métodos (Tg.1:5,6); tendo conhecimento próprio da Palavra de Deus (II Tm.3:15,16); tendo perseverança (Tg.5:7).   

2) O evangelismo em massa, também chamado de “evangelismo impessoal” (pesca coletiva - rede).
“…Por evangelismo impessoal, refiro-me ao ato em que, embora o pecador possa até estar presente ao crente, ele não tem contato direto com ele. Dois exemplos dessa modalidade estão em Mateus 5:1-12, em que se relata o Sermão da Montanha realizado pelo Senhor Jesus e Atos 2:14-36, em que se relata o discurso de Pedro no dia de Pentecoste. Queremos destacar aqui que toda modalidade de evangelismo em massa é impessoal. Evangelismo por meio de filmes, de literatura, do rádio, da televisão; todas essas formas também são impessoais, tanto para os que falam como para os que ouvem. Em face dessa definição, fica claro que a maior parte das modalidades de evangelização praticadas hoje em dia são impessoais, pois não há qualquer contato individual do evangelizador com o evangelizado.…” (MARINHO, Espedito Nogueira. op.cit., p.26)

A causa eficiente da evangelização, ou seja, “…aquela que, por sua ação-física, produz o efeito…”  é o Espírito Santo.

Há, também, a chamada causa eficiente instrumental, aquela que “esteja ao serviço da principal. O próprio evangelizador, aquele que se põe à disposição do Senhor Jesus para divulgar a mensagem da salvação, que tem atributos indispensáveis, que é o que veremos a seguir.

II – OS ATRIBUTOS DO GANHADOR DE ALMAS
Tendo em vista no que consite o trabalho da evangelização, é preciso que verifiquemos quais os atributos, ou seja, quais as qualidades, características que deve ter o ganhador de almas.

Só pode ganhar almas:
1) O crente que tem a certeza da salvação: “…Há muitos que querem salvar o próximo, sendo eles mesmos perdidos. É-nos impossível elevar o próximo a um grau mais alto do que aquele em que estamos. O indivíduo que quer ganhar almas, deve ter, primeiramente, uma experiência definida com Cristo (I Tm.1:15), e a certeza de que Cristo levou os seus pecados no Seu corpo, na cruz e que Ele está diariamente libertando-o do poder do pecado...”
2) O que tem bom testemunho, citando I Tm.3:7. Como já dissemos supra, não há como se pregar o Evangelho eficiente e eficazmente se não se viver o Evangelho. Pregar sem vivenciar a Palavra de Deus é ser um hipócrita religioso, é repetir a triste experiência de escribas e fariseus, que foram o alvo principal da indignação do Senhor Jesus em todo o Seu ministério terreno. É absolutamente imprescindível viver aquilo que se prega. Uma das razões pelas quais a Palavra de Deus não dá o fruto que o Senhor Jesus diz ser ela capaz de dar na parábola do semeador é a falta de compromisso do pregador com a Palavra que prega. A definição do pregador é a vida e o exemplo (Mt.13:3).
Neste atributo de viver aquilo que se prega, tem-se que o ganhador de almas passa a ser irrepreensível, ou seja, alguém que não é reprovado pelos que o cercam, a não ser nas próprias atitudes que revelam ser ele um servo de Cristo Jesus (Cf. I Pe.2:12), um legítimo “filho de Abraão”, a quem o Senhor exigiu que andasse em Sua presença e fosse perfeito (Gn.17:1), exigência que é ainda hoje imposta a cada salvo, que devem ser “irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Fp.2:15).

3) O que está em santidade.
Ou seja, a cada dia se aproxima mais do Senhor, pois é uma pessoa que conhece e medita nas Escrituras, ora e jejua como já vimos anteriormente.

4) O que está cheio do Espírito Santo.
Este também apresenta amor pelas almas, como já vimos.
Estando cheios do Espírito Santo, Ele nos prepara: guiando-nos em toda a verdade: Jo.16:13; ensinando-nos o que falar: Lc.12:12; lembrando-nos da Palavra: Jo.12:26; ajudando as nossas fraquezas: Rm.8:26; II Co.3:5,6; ajudando-nos a orar como convém: Ef.6:18; Rm.8:26; dando-nos autoridade para falar: At.4:33; capacitando-nos a falar com convicção: At.2:37.

CONCLUSÃO
Como afirma o missionário Orlando Boyer: “…Já ganhaste uma alma para Cristo? Já experimentaste? Conheces alguém atualmente na glória, com Cristo, levado por ti a Ele? Ou conheces alguém que está no caminho para o céu, porque o informaste do Salvador?
Se fossem desvendados os teus olhos, neste momento, para contemplar a eternidade, e se te fosse revelado que tens de passar para lá, neste ano não desejarias depositar aos pés do Salvador algum presente como prova de teu amor? Pode haver um presente tão precioso ou aceitável ao Mestre, como uma alma ganha para Ele, durante um ano? As palavras dos maiores, na história da Igreja de Cristo, revelam como o coração os abrasava com este desejo…” (op.cit., p.8).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia Online.
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Plenitude.
Dicionário online de Português.
Dicionário da Bíblia, Teologia e Filosofia – R.N. CHAMPLIN.
Dicionário wycliffe.
Dicionário Houaiss.
Comentário Bíblico Beacon - William M. Greathouse Donald S. M – CPAD
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Pequena Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer – IBAD.
Lições Bíblicas CPAD – 3º Trimestre – 2016.
Revista Ensinador Cristão – nº 67 – CPAD.
O desafio da Evangelização – Pr. Claudionor de Andrade – CPAD.
Esforça-te para ganhar almas – Orlando Boyer.
Manual de Evangelismo – Valdir Bícego
Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards.
Portal EBD – Dr. Caramuru Afonso Francisco.


segunda-feira, 18 de julho de 2016

IGREJA, AGÊNCIA EVANGELIZADORA



3º TRIM. 2016 – LIÇÃO Nº 3 – IGREJA, AGÊNCIA EVANGELIZADORA

 O DESAFIO DA EVANGELIZAÇÃO  Obedecendo ao ide do Senhor Jesus de levar as boas novas a toda criatura

INTRODUÇÃO
Ao revelar o grande mistério que esteve oculto desde antes da fundação do mundo (Ef.3:9), qual seja, a Sua Igreja, Jesus afirmou que ela seria edificada sobre Ele e “…as portas do inferno não prevaleceriam contra ela” (Mt.16:18). A palavra “portas” significa “autoridades”, “forças proeminentes”. Desde este anúncio, o Senhor já deixou claro que a Igreja travaria um incessante combate contra as forças do mal, as autoridades espirituais da maldade, estaria esta a agir no sentido contrário ao trabalho efetuado pelo adversário e pelos seus agentes.
Certa feita, Jesus bem esclareceu qual era o trabalho do diabo e de seus anjos: “roubar, matar e destruir” (Jo.10:10). O Senhor, ao contrário, tendo vindo para desfazer as obras do diabo (I Jo.3:8), veio trazer vida e vida com abundância (Jo.10:10). Ora, se a Igreja é o corpo de Cristo (I Co.12:27), tem como missão trazer vida e isto nada mais é que levar aos homens o próprio Jesus, que é caminho, verdade e vida (Jo.14:6). Portanto, a Igreja existe para pregar o Evangelho até a volta de Jesus, sendo a sua principal tarefa, a evangelização, ou seja, a pregação do Evangelho a judeus e a gentios, o anúncio de que Jesus veio salvar o homem, perdoando os seus pecados e restabelecendo a comunhão entre Deus e a humanidade. A igreja existe para dizer ao mundo que “Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e brevemente voltará”.

I – EVANGELIZAÇÃO, O OBJETIVO PRINCIPAL DA EDIFICAÇÃO DA IGREJA POR JESUS
Segundo Orlando Boyer (1893-1978), um dos missionários responsáveis pela obra pentecostal no Brasil, no prefácio de seu livro “Esforça-te para ganhar almas”, a Igreja de Cristo é uma instituição ganhadora de almas, a proclamar, a tempo e fora de tempo, que Jesus Cristo salva a todos os homens que O aceitarem.…” (op.cit., p.8).
Após ter consumado a obra da redenção do homem no Calvário (Jo.19:30) e ter passado quarenta dias dando prova da Sua ressurreição aos discípulos e falado a respeito do reino de Deus (At.1:3), o Senhor determinou qual seria a tarefa principal da Igreja. Mandou que o evangelho fosse pregado por todo o mundo a toda a criatura (Mc.16:15), uma ordem que estabeleceu um verdadeiro dever a todo cristão, a ponto de o apóstolo Paulo ter exclamado: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!”(II Co.9:16).

O “ai de mim se não pregar o evangelho” tem dois sentidos claros:
·         A obrigaçãoPregar o evangelho é, antes de tudo, um ato de obediência a Deus. Paulo sentia que era sua responsabilidade como despenseiro de Deus (I Co. 9.17). Se você não prega porque ama fazê-lo, deve pregar por atitude de obediência. Esta foi a resposta de Pedro às autoridades judaicas que lhe ordenavam parar de pregar: “Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus” (At. 4.19). Pedro entendia que não poderia parar de pregar, pois se parasse, estaria desobedecendo a Deus.

·         A punição – É, normalmente, um grito de dor diante do castigo. Sei que falar de castigo não é algo agradável na sociedade moderna. Afinal, somos o povo sem freios, sem limites e sem punição. Todavia, a Bíblia apresenta claramente a verdade da prestação de contas e do castigo de Deus àqueles que são infiéis na obediência aos seus mandamentos. Paulo tem consciência disto, tanto que trata a pregação do evangelho como dever do despenseiro (v. 17). Já Ezequiel, o profeta da individualidade diante de Deus, preconiza essa verdade. Através dele, ao desobediente na pregação, o Senhor diz: “o seu sangue da tua mão o requererei” (Ez. 3.18). Não pregar o evangelho é colocar-se na posição de experimentar o castigo de Deus (Mt. 25:30; Jo.15:16; Tg.4:17). Portanto, não evangelizar é desobedecer ao Senhor e sabemos que desobediência é pecado.
Esta ordem de Jesus, registrada por Marcos, foi proferida quando Jesus apareceu aos onze, depois de ter lançado a incredulidade de Tomé, oito dias depois da ressurreição (Mc.16:15; Jo.20:26-29), sendo,

portanto, um dos assuntos referentes ao “reino de Deus” (At.1:3).
No registro feito por Mateus, a ordem de Cristo é dada em um monte na Galileia, para onde o Senhor havia determinado que os onze discípulos fossem (Mt.28:16), tendo, então, a ordem de Cristo sido até mais ampla que a registrada por Marcos, envolvendo além da pregação do Evangelho, o batismo nas águas e o ensino da Palavra (Mt.28:19,20).
Não foi uma ordem circunscrita apenas aos onze apóstolos, como defendem alguns, dizendo, portanto, que não é obrigação senão dos ministros a pregação do Evangelho, uma vez que Jesus também repetiu esta determinação quando, no dia da ascensão, apresentou-Se a mais de quinhentos irmãos, ou seja, a totalidade da nascente Igreja (I Co.15:6), no monte das Oliveiras (At.1:12). Ali, o Senhor determinou que todos eles fossem Suas testemunhas, em todas as partes do mundo, o que, aliás, foi efetivamente cumprido pelos cristãos, depois que foram dispersos de Jerusalém (At.8:1-4).
Esta ordem de Cristo é conhecida pelos estudiosos da Bíblia como a “Grande Comissão”, pois “comissão” significa “ato de cometer, encarregar, incumbir”, é, em primeiro lugar, uma ordem. O verbo, em Mc.16:15, está no modo imperativo, ou seja, trata-se de uma ordem, não de uma recomendação ou de um conselho que venha da parte do Senhor. “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”. Trata-se de uma ordem, de uma determinação, de alguém que se apresenta como Senhor e, portanto, com autoridade de mando, a quem se apresenta como servo, ou seja, como alguém disposto a obedecer. Tanto assim é que o evangelho segundo Marcos termina com a afirmação de que, em cumprimento à ordem, os discípulos foram e pregaram por todas as partes (Mc.16:20).

A ordem de Jesus:
1) Ir por todo o mundo.
Esta é a primeira parte da Grande Comissão. Ir ao encontro do mundo, ir ao encontro dos pecadores, levar-lhes a mensagem da salvação em Cristo Jesus.

2) Nos lembra que a evangelização é feita sem qualquer discriminação, sem qualquer parcialidade ou preferência deste ou daquele lugar, desta ou daquela nacionalidade.
O dever da Igreja é de ir a todos os lugares e é triste vermos igrejas que se definem como sendo exclusivas de uma certa nacionalidade, de uma certa raça, de um certo local, sem se falar naquelas que se negam a trabalhar em “lugares não apropriados” ou “locais perigosos”. Por isto, vemos a carência de evangelização nos antros de pobreza e miséria nas grandes metrópoles, os presídios, os reformatórios e, mesmo, os hospitais. São locais onde, na atualidade, imperam as obras assistencialistas, muitas delas vinculadas a doutrinas filosófico-religiosas que defendem a salvação pelas obras, sem que haja a presença maciça de servos do Senhor. Jesus ia ao encontro dos publicanos e das meretrizes, a escória da sociedade de seu tempo.

3) Para que se pregue o Evangelho.
Mas o que é pregar? A palavra grega é “ekeryxthen” (έκηρυχθην), cujo significado é “anunciar”, “proclamar”, “publicar”, “tornar público”. “Pregar o evangelho”, portanto, não é apenas fazer um sermão, uma exposição da Palavra de Deus a um grupo de ouvintes, com eloquência, com unção do Espírito Santo. Isto também é pregar, mas não é esta a única forma que se tem para pregar o Evangelho, não é só a isto que Jesus Se refere na “Grande Comissão”. Como sabemos, a tarefa do “ministério da Palavra” era, na igreja primitiva, dos apóstolos (At.6:4), mas, como vimos, não foi só a eles que o Senhor determinou que se pregasse o Evangelho.

Revisando...
A evangelização é o ato de evangelizar e evangelizar é proclamar o Evangelho, podemos resumir que: a evangelização é o ato de proclamação do Evangelho, do anúncio de que chegou o tempo de se obter a justiça diante de Deus, de se ter a salvação, mediante a fé em Jesus.

Pregar o evangelho” é:
_ Antes de mais nada, mostrar antecipadamente o Cristo, de forma adiantada.
Antes de expormos os caminhos da doutrina bíblica, antes de mostrarmos quem é Jesus nas Escrituras, que d’Ele testificam (Jo.5:39). Podemos mostrar Jesus através de nossas próprias vidas! O povo de Antioquia, ao ouvir a mensagem do Evangelho, começou a chamar os discípulos de cristãos, porque, ao compararem o modo de vida de cada crente com o que era mostrado nas Escrituras, descobriram que os crentes daquela igreja eram “parecidos com Cristo”, ou seja, eram “cristãos”.

_ Vivermos de acordo com o Evangelho.
É termos uma vida sincera e irrepreensível diante de Deus e dos homens. Paulo dizia que confessava ser cristão, mas podia fazê-lo porque procurava ter uma consciência sem ofensa diante de Deus e dos homens (At.24:16), repetindo, assim, a mesma conduta de seu Senhor (Lc.2:52; Jo.8:46a). Por isso, não é exato dizer que todo cristão foi dotado da eloquência para pregar em um púlpito para uma multidão ou, mesmo, para tomar a iniciativa de pregar a uma pessoa a ser por ele abordada na sua casa, no local de trabalho ou na escola. Mas todo cristão precisa, em sua vida, antecipadamente dizer a toda criatura quem é Jesus e qual é a transformação que Ele faz em todos quantos O aceitam como único Senhor e Salvador. É necessário que cada um de nós, com nossas vidas, “pregue o Evangelho”, que cada um de nós seja “…uma carta de Cristo e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração, conhecida e lida de todos os homens” (II Co.3:2,3).

_ Pregar a Cristo.
O assunto é a salvação do homem na pessoa de Jesus Cristo. É para isto que existe a Igreja, isto que é evangelização. O alvo da Igreja é o de pregar a Cristo Jesus.
Nos dias em que vivemos, nos cultos das igrejas locais, o Evangelho não tem sido mais pregado!  Nem o convite ao pecador para aceitar a Cristo tem sido feito mais! Como estamos distantes do objetivo fixado pelo Senhor: a pregação do Evangelho…

_ Pregar com simplicidade.
Jesus é simples, como o provou durante Seu ministério terreno. Mas o que é simplicidade? Simplicidade é ausência de maldade. Como diz o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, é “qualidade, caráter daquele que é sincero; franqueza, pureza, candura”. No texto original grego, a palavra é “aplótes” (άπλότης), cujo significado é, precisamente, o de “singeleza, sinceridade, franqueza, devoção sincera” ( II Co.11:3). Esta simplicidade tem se perdido em muitas igrejas locais e, como consequência disto, parte-se para o formalismo, para o ritualismo, para o excesso de liturgia, para as inovações e para o misticismo, tudo para tentar esconder a falta da graça de Deus, graça esta que está apenas onde há simplicidade.

_ Pregar com fé.
Quando pregamos o Evangelho, devemos mostrar, a começar de nossas vidas, que cremos naquilo em que pregamos. Ora, somente podemos provar que cremos naquilo em que pregamos, se vivermos da mesma maneira que anunciamos.

OBS: Quando a pregação do Evangelho é feita dentro destes requisitos, o Senhor confirma a Palavra com sinais (Mc.16:20).

II – COMO CUMPRIR O DEVER DA EVANGELIZAÇÃO INDIVIDUALMENTE
Quando os cristãos têm consciência que a tarefa primordial da Igreja é a evangelização, passam a entender que sua existência gira em torno desta missão dada a cada crente, que é membro do corpo de Cristo em particular (I Co.12:27).
Ao contrário do que muitos pensam, ou seja, de que evangelizar é entregar folhetos, bater de porta em porta, levar alguém até uma igreja ou subir em um púlpito ou pregar ao ar livre, evangelizar é tudo isto e muito mais: é viver de acordo com a Palavra de Deus, é desfrutar de uma comunhão sincera e perfeita com o Senhor, a ponto de sermos vasos de honra em todos os lugares em que estivermos ou vivermos (II Tm.2:20,21).
_ O primeiro ponto para evangelizarmos é termos uma vida piedosa, uma vida de santidade, uma vida de separação do pecado.
É por este motivo que a evangelização tem decrescido em muitas igrejas locais, porque muitos não têm um testemunho que possa levá-los a falar do Evangelho e da salvação na pessoa de Jesus Cristo. Como afirma o apóstolo Paulo: “qualquer que profere o nome de Cristo, aparte-se da iniquidade” (II Tm.2:19 “in fine”).
_ Evangelizar não é apenas dar conhecimento da notícia de que Jesus salva o homem e o leva para o céu, mas é um anúncio acompanhado de uma persuasão para a decisão pela fé em Cristo e, após esta decisão, o acompanhamento nos primeiros, delicados e difíceis passos no 
caminho apertado e na porta estreita que se escolheu seguir (Mt.7:14). Muitos entendem ter “terminado” seu trabalho de evangelização quando a pessoa se decide por Cristo e, em uma oração, confessa seus pecados e aceita a Jesus como seu único e suficiente Senhor e Salvador. Entretanto, a verdade bíblica é bem outra: a evangelização envolve o acompanhamento dos primeiros passos do novo convertido, pelo menos até que tenhamos a certeza de que já há alguém incumbido, na igreja local, de discipulá-lo.
_ A evangelização não pode ser um instrumento de escândalo, nem tampouco uma demonstração de imprudência e de ignorância. As Escrituras revelam que o servo de Deus é sábio, prudente e conhecedor dos desígnios divinos (Pv.1:7; 2:6; 5:1). Se temos o Espírito Santo, visto que somos salvos (Rm.8:9), não há como nos portarmos de modo a dar escândalo aos homens (I Co.10:32), nem dizermos que estamos a fazer a vontade de Deus contrariando os próprios ensinos do Senhor (Mt.18:7). Por isso, toda e qualquer “evangelização” que escandalize as pessoas, inclusive e mui especialmente a própria igreja, que cause contendas, divisões, tumultos, mau testemunho e tantas outras coisas mais não são evangelização, mas tão somente uma sutil e ardilosa operação do maligno, feita, precisamente, para escandalizar o nome do Senhor (Mt.16:23). Estamos vigilantes, para que não venhamos a ser enganados pelo inimigo, pois não podemos ignorar os seus ardis (II Co.2:11).

III – COMO CUMPRIR O DEVER DE EVANGELIZAÇÃO NA IGREJA LOCAL
Mas, não é apenas enquanto membros do corpo de Cristo em particular que devemos evangelizar, e a todo tempo (II Tm.4:2), mas também enquanto igreja local, temos de promover a evangelização. Com efeito, na igreja local, entre os dons ministeriais constituídos pelo Senhor há o de evangelista (Ef.4:11). Portanto: Cada crente, por si só, deve evangelizar.
As igrejas locais só existem porque é necessário se pregar o Evangelho a toda a criatura, assim como o hospital existe para cuidar de doente e a escola, para que professores ensinarem os alunos.
Um grave equívoco tem alastrado em quase todas as igrejas locais da atualidade, o da concepção de que a tarefa da evangelização, na igreja local, deva estar cometida a um segmento que é denominado de “departamento de evangelismo,” “departamento de missões”. Não é o departamento de evangelismo que deve evangelizar, mas, sim, toda a igreja local. Não pode existir atividade na igreja local cujo objetivo não seja a evangelização. Toda e qualquer segmento da igreja local deve ter sua razão de ser no ganhar almas para o Senhor Jesus. Quando uma determinada atividade não tem este alvo, não tem este foco, a igreja está perdendo a sua própria razão de ser, passa a ser uma inutilidade.
OBS: Num passado não muito distante, as igrejas locais tinham esta consciência. Os músicos sabiam que tocavam seus instrumentos com o objetivo de, no louvor, os pecadores serem atingidos pelo Espírito Santo. Os conjuntos corais preparavam-se para louvar ao Senhor com o objetivo de almas se renderem aos pés do Senhor. Os ministros e oficiais tinham o cuidado de ir às reuniões devidamente preparados para pregar e expor a Palavra de modo a que os pecadores se rendessem a Cristo. Os crentes procuravam levar o maior número de ouvintes para os cultos, fossem que cultos fossem, a fim de que as pessoas, ao ouvir a Palavra, aceitassem a Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas. Os diáconos e porteiros preparavam-se com o objetivo de fazer com que os ouvintes da Palavra se sentissem bem e não deixassem as reuniões sem antes ouvir a Palavra e se decidissem por Cristo, sem falar na abordagem respeitosa e na direção do Espírito Santo que se fazia a todos quantos trafegassem em frente ao templo na hora das reuniões.

IV – COMO CUMPRIR O DEVER DE EVANGELIZAÇÃO ALÉM DA IGREJA LOCAL
Não devemos ser apenas testemunhas de Jesus em Jerusalém, ou seja, no lugar onde servimos a Deus, seja individualmente, como também enquanto igreja local. É preciso, também, que sejamos Suas testemunhas na Judéia, na Samaria e até os confins da Terra (At.1:8).
Enquanto indivíduos, seja enquanto igrejas locais, precisamos nos empenhar para que o Evangelho chegue a todos os confins da Terra. Esta é a evangelização que estamos a denominar de “evangelização além da igreja local”.
Mas, além da evangelização de outros povos, uma grande necessidade e para a qual temos convicção de que o Brasil tem um chamado especial da parte do Senhor a desempenhar (pois é um país com um grande número de crentes, que desfruta de uma incomum, para não dizer singular, situação no cenário internacional, que é o de uma plena liberdade religiosa num ambiente democrático estável e de um baixíssimo índice de rejeição nos demais países, o que, em termos de missões transculturais, é uma combinação mais do que adequada), temos, também, aqui, a necessidade de conscientização para a evangelização de grupos que não podem ser alcançados, por diversos fatores, diretamente pela igreja


local, como a população carcerária, os doentes que se encontram impedidos de conviver com a sociedade, os setores amplamente marginalizados da sociedade, cujo convívio é, no mínimo, embaraçoso e difícil.
Por fim, cabe-nos apenas dizer que uma boa evangelização carece, como em tudo o que faz o homem, de um planejamento. Este planejamento deve ter três pontos sem o que de nada adiantará a sua formalização, nem mesmo sua implementação, a saber:
a) deve ser uma atitude consequente à direção e orientação do Espírito Santo, pois a obra é de Deus, não do homem;
b) deve levar em consideração o chamado peculiar de cada igreja local. Muito se tem falado sobre “alvos personalizados”, mas se tem esquecido que cada igreja é, também, uma “igreja particular”, que tem características que, antes de mais nada, é resultado da própria edificação da cabeça da Igreja, do Senhor Jesus;
c) nunca pode discordar do modelo bíblico para a igreja, ou seja, deve manter a universalidade da pregação do Evangelho e o envolvimento de toda a igreja local.

CONCLUSÃO
Como disse o Senhor, devemos rogar ao dono da seara que mande obreiros para ela, porque é muito grande e poucos são os ceifeiros (Mt.9:37,38; Lc.10:2). No entanto, tem faltado, nestes últimos dias, à igreja a própria visão da seara. Precisamos, com urgência, atender ao chamado de Cristo e levantar os nossos olhos e verificar que as terras estão brancas para a ceifa (Jo.4:35,36). Sem esta visão e sem ter o discernimento para a tarefa que temos a realizar, seja semear, seja ceifar, seja plantar, seja regar (I Co.3:7,8), podermos perder a própria vida eterna. Cuidado!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia Online.
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Plenitude.
Dicionário online de Português.
Dicionário da Bíblia, Teologia e Filosofia – R.N. CHAMPLIN.
Dicionário wycliffe.
Dicionário Houaiss.
Comentário Bíblico Beacon - William M. Greathouse Donald S. M – CPAD
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Pequena Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer – IBAD.
Lições Bíblicas CPAD – 3º Trimestre – 2016.
Revista Ensinador Cristão – nº 67 – CPAD.
O desafio da Evangelização – Pr. Claudionor de Andrade – CPAD.
Esforça-te para ganhar almas – Orlando Boyer.
Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards.
Portal EBD – Dr. Caramuru Afonso Francisco.


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

O TRIBUNAL DE CRISTO E OS GALARDÕES



1º TRIM. 2016 – LIÇÃO Nº 6 –  O TRIBUNAL DE CRISTO E OS GALARDÕES
O FINAL DE TODAS AS COISAS – Esperança e glória para os salvos

INTRODUÇÃO
Nesta presente aula, estaremos estudando sobre o Tribunal de Cristo, o primeiro evento escatológico a envolver a igreja e Cristo após o arrebatamento. Ao encontrarmos com o Senhor nos ares, seremos levados ao tribunal de Cristo, onde estaremos sendo submetidos a um julgamento.

I – O JULGAMENTO DOS HOMENS
Em Mateus 16:27, Jesus está a falar sobre o Tribunal de Cristo. Ele virá para livrar a igreja da ira futura, mas também a levará a julgamento. Por quê? Em Gn.2:16,17 fala do livre-arbítrio do homem, onde este tem livre escolha em aceitar ou não a Deus. O ser humano recebeu de Deus algo chamado liberdade e deverá responder diante DEle pelo uso dessa liberdade (Hb.4:13). Portanto, o livre-arbítrio tem como inevitável consequência, a responsabilidade e por Deus não fazer acepção de pessoas, tratar a todos os homens com imparcialidade e por isso todos os homens serão julgados. Dependendo de cada resposta que cada um deu ao Senhor, este julgamento será diferenciado. Existe ao menos três julgamentos na Escatologia: O Tribunal de Cristo, o Julgamento das Nações e o Juízo do Trono Branco. Hoje nos deteremos ao Tribunal de Cristo.
O primeiro instante do processo de julgamento de cada ser humano aqui na Terra, é a morte física (Hb.9:27). Podendo ser denominado de”juízo particular”, “juízo preliminar” ou “juízo provisório”. Neste julgamento, é decidido onde o indivíduo aguardará o julgamento definitivo, que se dará em momentos diferentes, conforme as opções feitas pelo ser humano durante sua vida. Essas escolhas do ser humano durante toda a sua vida, torna-se algo irreversível.  Dois são os locais onde os homens, atualmente, aguardam o julgamento: o Paraíso e o Hades. É oportuno observar que, enquanto os homens já mortos não são submetidos a julgamento, mantêm-se plenamente conscientes, como nos ensina Jesus na história do rico e Lázaro (Lc.16:19-31).
Logo após o arrebatamento da Igreja, antes das bodas do Cordeiro, ocorrerá o julgamento da Igreja, o chamado “tribunal de Cristo” (o primeiro julgamento definitivo 1 Pe.4:17).

Objetivos:  _ Toda a criatura tem que prestar contas diante de Deus;
                   _ Serão julgadas as obras com vistas à entrega de recompensas “galardões”.

1.1. Definição

Galardão –  Reconhecimento, recompensa, prêmio;
                   Compensação por serviços de um valor muito elevado.
                   Homenagem ou glória; em que há premiação: o galardão de uma carreira.

Neste tribunal, os crentes serão julgados pelas obras que tiverem feito por meio do corpo, ou bem, ou mal (Rm.14:10; II Co.5:10).

OBS: Este julgamento não envolve salvação ou perdição
         Participará deste tribunal apenas a Igreja (Rm.8:1).
Nesta oportunidade, muitos serão surpreendidos, pois Deus conhece o coração do homem (I Sm.16:7) e sabe a qualidade de tudo o que está sendo feito em Sua obra, não atentando para a aparência, como ocorre conosco. Diante disto, muitos que, aparentemente, terão feito muito pela obra do Senhor, nada receberão, porquanto suas obras serão consideradas como palha, como madeira e aqueles que aparentemente, nada teriam feito pelo Senhor, receberão galardões, pois trabalharam em silêncio, sem alarde, mas com dedicação e real devoção. Os critérios do julgamento e o seu tratamento são descritos em I Co.3:12-15.

II – A FÉ E AS OBRAS NA VIDA CRISTà

Para compreendermos sobre o Tribunal de Cristo, não basta, apenas sabermos que todo homem deve se apresentar diante de Deus para prestar contas de seus atos durante a sua peregrinação terrena. Além desta verdade é importante lembrarmos que o salvo na pessoa de Cristo Jesus foi justificado pela fé (Rm.5:1) e esta fé necessariamente produz boas obras (Ef.2:8-10; Tg.2:18).

2.1. Fé.
Esta fé não é propriamente nossa, mas provém de Cristo, daí porque ser chamada de “fé de Nosso Senhor Jesus Cristo” por Tiago. Esta fé não provém de nós mesmos, mas é um dom de Deus (Ef.2:8), algo que nos advém pelo ouvir pela Palavra de Deus (Rm.10:17). Ela deve ela ser exercida e desenvolvida por nós, através de nossa comunhão com o Senhor, de nossa submissão a Ele.
Não basta termos recebido a fé pelo ouvir pela Palavra de Deus, faz-se necessário que nos disponhamos a obedecer a Cristo, tê-lo como nosso Senhor, o que significa renunciar a nós mesmos e aceitarmos o Seu senhorio. Não há como sermos efetivamente salvos se não passarmos a viver “na fé do Filho de Deus”, ou seja, se não nos dispusermos a sermos obedientes a Cristo e a fazer-Lhe a vontade, renunciando a nós mesmos, não tendo mais qualquer vontade própria, mas, considerando que Cristo nos amou e Se entregou a Si mesmo por nós, também nos entregarmos a nós mesmos a Ele. Que bênção será sempre procedermos deste modo, pois, assim fazendo, sempre estaremos demonstrando nossa fé, e, por conseguinte, agradando a Deus (Hb.11:6).
A Bíblia nos ensina que a fé em Cristo Jesus gera, por primeiro, uma transformação interior, a pessoa entra na graça de Cristo, passa a ter uma nova vida, passa a ter comunhão com o Senhor e esta comunhão faz com que o salvo seja uma pessoa que pratica boas obras, faz o bem, pois é um imitador do seu Senhor, que, no mundo, andou fazendo bem, curando a todos os oprimidos do diabo (At.10:38). são estas obras que acompanharão o salvo quando este passar para a eternidade (Ap.14:13).

2.2. A fé é provada com a prática de boas obras.
Sem que haja estas obras, não é possível dizer que alguém tenha fé. Pode dizer que tem fé, pode pronunciar com seus lábios que tem fé, recitar um “credo religioso”, mas isto nada vale, para nada aproveita, não demonstra que se tenha fé. A fé somente é comprovada mediante uma conduta, um comportamento que revele a presença desta nova criatura em Cristo Jesus.
A justificação do homem é pela fé, ou seja, o ato pelo qual o homem passou a não ser mais considerado culpado por Deus por causa do sacrifício de Jesus na cruz do Calvário, no entanto, quando uma pessoa é justificada pela fé e passa a ter paz com Deus (Rm.5:1), ela recebe o amor de Deus em seus corações (Rm.5:5) e este amor de Deus pode ser provado mediante atitudes concretas, que revelam esta nova natureza advinda da salvação.
Uma fé sem obras, diz Tiago, é morta em si mesma, ou seja, é uma fé que não existe, é uma ilusão.

O julgamento da Igreja, portanto, tem a ver com a produção efetuada pela fé que cada salvo teve. A fé é algo que tem de ser desenvolvido como um grão de mostarda (Mt.17:20), que, embora seja a mais diminuta das sementes, dá origem à maior das hortaliças (Mc.4:31,32). Este desenvolvimento depende de nós, que devemos regar a fé que foi plantada pelo Senhor em nossos corações (I Co.3:6). É esta dedicação que será objeto do julgamento no Tribunal de Cristo.

III – O TRIBUNAL DE CRISTO NAS ESCRITURAS
O contexto em que esta expressão aparece na Bíblia Sagrada, ocorre em duas oportunidades:

_ Rm.14:10
 A Bíblia está a nos lembrar que ninguém vive para si mesmo. Portanto, a nossa vida aqui na terra tem que levar em consideração o outro. Temos que ter o amor ao próximo, o amor fraternal e prestar contas das nossas obras, envolve o que fizemos em relação ao outro.

_ II Co.5:10.
Aqui Paulo está a falar de como manifestamos a nossa fé através do nosso corpo. Sabemos que

guardamos a fé, por isso, fomos arrebatados. Mas, como manifestamos neste mundo esta fé, que é através das nossas obras.
Quando houver o arrebatamento da Igreja, seremos semelhantes a Cristo glorificado (I Jo.3:2) e passaremos a ter uma comunhão perfeita com o Senhor (Jo.17:21), numa intimidade que, Cristo e a Igreja terão um relacionamento de completa transparência a partir de então. Esta transparência exige que sejam desnudadas todas as obras praticadas pelos salvos durante a sua peregrinação terrena. Até o arrebatamento, somente saberemos da aparência externa de todos os atos praticados pelos salvos, mas, para que haja a perfeita comunhão, a Igreja, que, pela primeira vez estará reunida quando do arrebatamento, precisará saber as intenções dos corações, as motivações, o lado interno de cada ação praticada durante a peregrinação de seus membros em particular.
No Tribunal de Cristo, revelar-se-ão tais intenções, motivações, este lado interno, algo que somente é conhecido por Deus (At.15:8), mas que deverá ser manifesto a todos precisamente para que se possa ter uma perfeita comunhão.
O Tribunal de Cristo, portanto, tem a ver com a manifestação que damos do amor de Deus que foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm.5:5) aos que estão à nossa volta, o que, mais uma vez, está a nos falar das obras que produzimos, pois é por meio destas boas obras que os homens glorificarão ao nosso Pai que está nos céus (Mt.5:16).

  • Por isso, será somente para os salvos;
  • Não haverá condenação, mas serão examinada as nossas obras.

IV _ COMO SE DARÁ O TRIBUNAL DE CRISTO
Reunida a Igreja, será iniciado o Tribunal de Cristo, pois todos os homens devem ser submetidos a julgamento, pois assim está ordenado (Hb.9:27).

Naturalmente, os salvos se foram arrebatados, não têm pecado, estão em comunhão com o Senhor e, portanto, não podem sofrer condenação (Rm.8:1). Mas, nem por isso, deixam de estar sujeitos ao julgamento do Senhor, que foi constituído juiz dos vivos e dos mortos (At.10:42), pois Deus não faz acepção de pessoas (At.10:34) e retribui a cada um segundo as suas obras (Sl.28:4).
O próprio Senhor deixa claro que o fato de alguém ter vindo para a luz não o exime da manifestação de suas obras (Jo.3:21).

Em Ap.19:7, é dito que as bodas do Cordeiro se dará após o aprontar da esposa, o que é absolutamente normal até os dias de hoje, onde muitos têm o chamado “dia da noiva”, uma série de procedimentos que se fazem no dia da cerimônia do casamento, para que a noiva se apresente devidamente embelezada para o noivo e para os convidados.

O Tribunal de Cristo é o julgamento das obras dos salvos, realizadas após a conversão, enquanto estiveram sobre a face da Terra, pois Deus nunca Se lembra dos pecados que foram perdoados (Jr.31:34; Hb.8:12; 10:17). Tivesse Deus Se lembrado dos pecados, não teria arrebatado pessoa alguma, pois não há na Terra ninguém digno de ser arrebatado, mas todos foram justificados pela fé em Cristo Jesus (Rm.5:1). O Senhor é justo e avaliará o que cada crente fez, por meio do corpo corruptível, na obra DEle, bem, ou mal (II Co.5:10).
Quando somos salvos, o Senhor sempre nos dá algo a fazer, sempre nos concede alguma responsabilidade, a “nossa cruz”, que devemos tomar e carregar, contribuindo para a edificação da Igreja do Senhor. Por isso, o apóstolo Paulo nos recomenda que devemos ver como estamos edificando sobre o fundamento da Igreja, que é o próprio Cristo (I Co.3:10).

O Senhor avaliará se construímos edifícios de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno ou palha. A obra de cada um de nós, obra esta que nos acompanha na eternidade (Ap.14:13), será manifestada (I Co.3:13), pois estaremos na luz (Jo.3:21) e passará pelo fogo divino, pela aferição d’Aquele que nos salvou e nos capacitou para realizarmos esta obra.

O fogo é um símbolo bíblico de juízo. Portanto, as obras que forem de ouro, prata ou pedras preciosas, que resistirem ao exame divino, darão ensejo aos seus autores ao recebimento de galardão, do justo
prêmio, da recompensa, das coroas que estão prometidas à Igreja do Senhor.

As obras que não resistirem ao exame divino, ou seja, que forem de madeira, feno ou palha, não gerarão qualquer condenação aos seus autores, pois eles estão salvos, mas eles serão como que “salvos pelo fogo” (I Co.3:15), ou seja, viverão eternamente com o Senhor, mas sem qualquer galardão, sem qualquer prêmio, exatamente como alguém que se salva de um incêndio e que, apesar de ter perdido tudo, inclusive as suas próprias vestimentas ou a sua pele, fica extremamente alegre, porque ainda tem o maior de todos os dons de Deus: a vida.
O apóstolo é claro ao mostrar que o fundamento do edifício de Deus só pode ser Jesus Cristo (I Co.3:11). Não nos esqueçamos, que o trabalho da igreja é mera continuação do trabalho de Cristo (Jo.14:12), daí porque a igreja ser chamada de “corpo de Cristo”, visto que prossegue o trabalho do Senhor sobre a face da Terra.

Três destes materiais resistem ao fogo: ouro, prata e pedras preciosas. Representam as obras feitas de acordo com a direção e orientação divinas, obras feitas para a glória do Senhor, obras feitas com o propósito de louvar e bendizer ao nome do Senhor.

Como ensina o pastor João Maria Hermel:
*OURO: simboliza a glória de Deus, relaciona-se com as coisas celestiais (Ap.3:18; Jó 22:23-25);

*PRATA: símbolo de redenção, resgate, sacrifício de Cristo (Ex. 30:11-16; I Co.1:23)
As obras de prata referem-se às ações praticadas pelos salvos cujo objetivo era a salvação das almas, que as pessoas fossem alcançadas pela redenção de Cristo. São ações que priorizam o sacrifício de Cristo, é a pregação de Cristo e Este crucificado, que era o que Paulo procurava apresentar às pessoas (I Co.2:2), a mensagem da cruz;
OBS: A Igreja precisa ter consciência que sua tarefa no mundo é a pregação do Evangelho (Mc.16:15), é anunciar a salvação na pessoa de Cristo aos incrédulos.

* “…PEDRAS PRECIOSAS: simboliza tudo o que se faz através do Espírito Santo (Fp.3:3; Rm.15:18-20; Gn.24:53; I Co.12:4-6).…”
As pedras preciosas simbolizam todas as ações que realizamos sob orientação e direção do Consolador que o Senhor deixou para nos guiar em toda a verdade (Jo.16:13).
Há uma necessidade de nos deixarmos guiar pelo Espírito Santo e de atendermos às Suas orientações. Precisamos ser espirituais, não dando vazão ao nosso “eu” ou à nossa vontade. Fomos escolhidos para ir e dar fruto (Jo.15:16).

Os que tiverem edificado com estes três materiais, certamente receberão galardão da parte do Senhor Jesus (I Co.3:14), visto que seu trabalho não foi em vão, resultou em frutos que foram aprovados pelo fogo divino.
Como o homem é falho (Sl.9:20), também se edifica mal, também constrói com materiais que, lamentavelmente, não resistem ao julgamento do fogo divino. ´Três são estes materiais: a madeira, o feno e a palha. São obras realizadas sem a orientação divina, feitas por homens em prol dos homens, feitas sem o foco correto, que é o Senhor Jesus.

Segundo o pastor João Maria Hermel:
* “…MADEIRA: representa a natureza humana (I Co.3:3; Lc.6:33,34).
As obras de madeira são as realizadas mediante conceitos humanos, que têm sua origem no próprio crente. São obras que desprezam a orientação do Espírito Santo e que querem fazer a obra de Deus consoante as suas próprias habilidades, dentro de uma mentalidade terrena, sem qualquer consulta ao Senhor.
* “…FENO: representa aquilo que é seco, sem renovação (Jr.23:28; Is.15:6).…”.
São as obras realizadas por pessoas que deixaram de ter uma vida de intimidade com Deus, que se deixaram desfalecer, que não mais procuram a necessária renovação diária com o Espírito Santo, mediante os meios de santificação (oração, meditação nas Escrituras, temor a Deus, jejum, participação

digna na ceia do Senhor).
* “…PALHA: representa a ausência de estabilidade (Ef.4:14) e também servidão (Ex.5:7).
A palha não tem sabor, fala dos crentes que não perseveram nos caminhos do Senhor.…” . Sãs as obras daqueles que não têm firmeza espiritual, que não conseguem superar a mediocridade espiritual, que um dia estão juntinho do trono de Deus, no outro dia, extremamente próximos ao pecado. Pessoas volúveis, que não têm estrutura doutrinária, que não estão arraigados na Palavra de Deus e que, por isso, não podem produzir algo duradouro. Fomos chamados para produzir fruto permanente (Jo.15:16), para sermos firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor (IU Co.15:58).

Os que forem reprovados neste julgamento não perderão a salvação, pois a salvação se faz pela fé em Jesus e estes crentes creram em Cristo, tanto que puseram como fundamento da edificação o Senhor Jesus (I Co.3:15).

Após o exame das obras de cada um, que serão publicamente manifestas a todos os salvos em Cristo Jesus, para que tenhamos a devida transparência, o Senhor dará a cada um o galardão que está com Ele (Ap.22:12).

Estes galardões são denominados nas Escrituras de “coroas”, linguagem muito conhecida pelo mundo greco-romano, que via sempre os atletas receberem como prêmios “coroas”, que eram normalmente feitas de louro e entregues aos que venciam as competições, em especial os Jogos Olímpicos.

A Bíblia fala de alguns galardões, de algumas coroas que serão dadas aos salvos e o motivo de sua concessão. Vejamo-los:

1) Coroa da justiça (II Tm.4:8).
Esta coroa será dada pelo Senhor a todos quantos amarem a Sua vinda. Segundo o que Paulo nos diz, quem ama a vinda do Senhor, combate o bom combate da fé, acaba a carreira e guarda a fé, apesar de todas as situações e circunstâncias adversas que se lhe apresentem (II Tm.4:7).

2) Coroa da vida (Tg.1:12).
Esta coroa será dada pelo Senhor a todos quantos amarem ao Senhor e forem fiéis até a morte (Ap.2:10). Jesus diz que quem O ama, faz o que Ele manda (Jo.15:10,14).
Estamos diante da premiação que derem as suas vidas por fidelidade ao Senhor Jesus. Nem todos precisarão morrer pela fé, mas aqueles que o fizerem serão devidamente recompensados pelo Senhor, recebendo esta coroa. Trata-se de um galardão a ser entregue a quem, a exemplo de Paulo, derramar seu sangue em aspersão de sacrifício (II Tm.4:6). É o prêmio que receberão os mártires.

3) Coroa de glória (I Pe.5:4).
Esta coroa está reservada aos pastores que apascentarem o rebanho de Deus da forma biblicamente prevista, ou seja, com cuidado, não por força, voluntariamente, não por torpe ganância, de ânimo pronto, não como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho (I Pe.5:2,3).

CONCLUSÃO
Somente a Igreja terá o privilégio de receber galardão do Senhor, pois somente ela participará do Tribunal de Cristo. Os salvos que se salvarem a partir da Grande Tribulação não terão este privilégio, pois, daqui para a frente, o julgamento será tão somente de salvação ou condenação, sem que haja qualquer direito a galardão. Por isso, a Bíblia diz que são bem-aventurados aqueles que participam da ceia das bodas do Cordeiro (Ap.19:9).
Façamos, portanto, a obra do Senhor com firmeza, constância, com o objetivo de sempre glorificar a Deus, de anunciar a salvação na pessoa de Cristo Jesus, sob a direção e orientação do Espírito Santo e, deste modo, não só seremos provados mas aprovados e devidamente galardoados no Tribunal de Cristo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia Online.
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Plenitude.
Dicionário online de Português.
Dicionário da Bíblia, Teologia e Filosofia – R.N. CHAMPLIN.
Dicionário wycliffe.
Dicionário Houaiss.
Comentário Bíblico Beacon - William M. Greathouse Donald S. M(?tz Frank G. Carver - CPAD
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Pequena Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer – IBAD.
Lições Bíblicas CPAD – 1º Trimestre – 2016.
Lições Bíblicas CPAD – 4º Trimestre – 2004.
Revista Ensinador Cristão – nº 65 – CPAD.
Escatologia. In: Apostila da 62ª EBO da Assembleia de Deus do Ministério do Belém – São Paulo, p.58
O Final de Todas as Coisas Elinaldo Renovato de Lima – CPAD.
Portal EBD – Dr. Caramuru Afonso Francisco.
Consultas a sites de Estudos Bíblicos.